CRIMINAL HEARTS - beauany

[ 094 ]

— 𝑱𝒐𝒔𝒉 𝑩𝒆𝒂𝒖𝒄𝒉𝒂𝒎𝒑 —

O cansaço as vezes me consome e eu perco a paciência para tudo mas acho que todos devíamos pedir desculpas à Any. Ela sempre foi a pessoa que esteve disponível para ajudar todos. Sempre cagou para os próprios problemas para conseguir ajudar as amigas e dar os melhores conselhos. Se alguém estiver mal, ela é a melhor pessoa para ajudar e é das mais gentis com todo o mundo, claro que ela tem as suas fases ruins e realmente gosta de abrir a boca e falar só merda e ser fria com os outros mas depende da situação. Eu fui péssimo com ela a semana toda, não podia pedir que fosse ser compreensiva agora.

Ao contrário do que ela disse, ficou calada naquela noite, assim como hoje que estamos todos juntos, até a sina e o Noah com o Gael. Viemos ao shopping comprar roupas e coisas legais e fomos ao cinema, vamos parar agora para comer e ela mal abriu a boca para falar.

— salada Gabrielly? Isso é comida de inseto. - falei incrédulo, quem vem no shipping comer salada? Ela olhou para as amigas e em seguida baixou a cabeça e assentiu. - any.. você tem um corpo maravilhoso, não faz sentido parar de comer comida legal só porque acha que tem algo de errado.

— é mais saudável. - ela se desculpou e eu respirei fundo para não perder a paciência mais uma vez, deixei ela comer a puta da salada. Mais fácil eu perder a namorada porque ela não come do que perder por chifre. -

— tem algum problema com a gente que eu não sei? - Sabina olhou para a morena. Se tá a falar tem problema, se tá quieta é porque tá quieta, se não fala é motivo para a chatearem, se fosse eu já tinha perdido a paciência. Any apenas respirou fundo e olhou para cima na tentativa de não chorar na frente de ninguém. -

— quer vir para o meu colo? - perguntei para lhe dar conforto para chorar mas ela negou. - quer que eu vá com você até ao banheiro?

— eu vou sozinha..

— sozinha você não vai. - segurei na mão dela e também na sua bolsa. - que porra que não combinou com o meu look, eu disse que você devia ter trazido uma bolsa preta ao invés de uma verde!

Ela sorriu fraco e fomos até ao banheiro, não entrei com ela para lhe dar espaço mas fiquei preocupado com a demora, eu sei que ela não está bem e já fazem dias, e ela não tem chorado na minha frente, odeio que ela esconda isso. Sempre estive lá para a aconchegar, não quero que ela sinta que tem de se esconder de mim para o fazer.

— desculpa por demorar.. - ela apareceu com os olhos vermelhos de tanto chorar e pediu a bolsa para tomar um remédio. Puxei-a para mais perto e deixei um beijo carinhoso na sua testa. -

— não peça desculpas, está tudo bem. Eu não quero que você se sinta mal pelas merdas que a Sabina anda a fazer com você. Ambos sabemos que ela já está a passar dos limites.

— Tudo o que eu faço tem problema! Eu não posso fazer nada perto daquele grupinho, parece as nojentas da faculdade, eu não aguento mais é sério! Da próxima vez não me obrigue porque eu não vou vir!

— eu entendo mas você tem de continuar firme. Todos nós te amamos, só não estamos em momentos bons agora. Eu te amo minha pequena, eu te amo mesmo muito e não digo isso só porque sim, eu digo isso porque eu sinto, vem do meu coração e não apenas da minha boca. - vamos voltar?

— Sim.. - ela limpou mais uma vez as lágrimas e voltámos para perto do povo. - Posso segurar nele? - Any perguntou à Sina que carregava o bebé ao colo e rapidamente assentiu, Any segurou no pequeno e começou a conversar com ele. -

Não largou o bebé até irmos para o carro, ela adora crianças e eu tenho certeza de que vai ser a melhor mãe do mundo.

Só não posso esquecer o facto de que eu também agi mal com ela e ela comigo mas ambos estamos a tentar ignorar esse facto.

Ao chegar a casa ela foi ter com a mãe e eu subi para trocar de roupa.
Vi um papel na cómoda que eu acredito ser da ultra-som e então abri.

Menina..
Eu vou ser pai de uma menininha.

Any entrou no quarto e arregalou os olhos. Essa ultra-som já tem quase uma semana e meia. Ela não iria me falar algo tão importante?! Ela já sabia disso?

— porque você não me disse que vamos ter uma menina? Sério que escondeu isso de mim? Só porque as coisas não estavam bem!?

Ela largou tudo e arregalou os olhos.

— é uma menininha? - ela pegou no papel com as mãos trémulas. - eu vou ter uma menininha? - ela perguntou com a voz barga e eu fiquei mais confuso ainda. - eu não sabia..

— Eita porra.. - olhei para ela meio sem graça e em seguida ela se sentou na cama. -

— eu tentei falar com você mas você sempre dizia que estava cansado ou então pedia para eu guardar o que queria dizer ou me mandava calar a boca então eu fui adiando. E não abri porque queria abrir com você.

— Desculpa.. - pedi sincero. - eu achei que seria foto da ecografia.. desculpa. - me sentei ao lado dela e segurei no seu queixo, sei que ela não queria uma festa para revelar o sexo mas sei que era para ser um momento importante. -

— Está tudo bem, eu entendo. - ela sorriu fraco. - é uma menininha..

Abracei a morena me sentindo culpado por não ter tornado esse momento mais bonito para ela. Any enfiou a cabeça no meu pescoço e eu senti todas as suas lágrimas molharem a minha pele mas sei que são de felicidade, ainda assim me faz sentir mal.

— vamos sair? Para comemorar.. fazer algo legal. - any assentiu e se levantou. -