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— 𝑱𝒐𝒔𝒉 𝑩𝒆𝒂𝒖𝒄𝒉𝒂𝒎𝒑 —

Chegámos a casa e eu apresentei a mãe da any e a Helena à minha mãe, depois subi com a Any para a deitar na cama e fui preparar melhor o quarto para a minha mãe.

— Tem aqui tudo o que você precisa para agora, amanhã assim que eu sair do trabalho podemos ir comprar roupas e tudo o que você quiser. Fique à vontade.

— Certo, obrigada. - ela sorriu. - vou tomar banho e depois vou dormir, boa noite meu amor.

Abracei a mulher com todas as minhas forças e me permiti chorar mais uma vez nos seus braços.
Parece tão irreal.

— a mamãe te ama mais que tudo meu bem. - ela beijou a minha testa. -

Voltei para o meu quarto e da any.
A morena está a acariciar a barriga enquanto olha para a TV que passa um filme qualquer.

— você ta toda tremendo. - me sentei ao seu lado e toquei no seu braço. - você está bem?

— estou.. - a morena me olhou e em seguida me abraçou, puxei as cobertas e a aconcheguei. - só vomitei demais e to meio tonta.. a minha garganta está arranhada e parece que os meus pulmões ardem enquanto respiro..

— você inalou muito fumo, é normal baby. Amanhã você vai se sentir melhor. - beijei o topo da sua cabeça e deixei que ela se mexesse e ficasse mais confortável. - cuidado com a barriga sua maluca! - ela me apertou com tanta força que até a criança ficou esmagada. -

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Any disse que estava bem para ir trabalhar então eu não a privei de nada.
Assim que terminei o meu trabalho que se resume a sentar-me naquela cadeira e fazer um belo nada, as vezes. Quando não há planos, mapas para traçar e encomendas no cais, não há muito que fazer, saí com a minha mãe para ir no shopping, Any não quis ir mesmo já tendo acabado o seu turno.
Estou preocupado com ela, não quis falar comigo hoje sequer, acordou e foi direto para o hospital, sendo que sempre vamos juntos, no mesmo carro e se for preciso ficámos a namoriscar antes de entrarmos como se fôssemos dois adolescentes na escola. Mas isso hoje foi bastante diferente.

Cheguei a casa e fui ajudar a Ursula a arrumar as coisas, combinámos de ir na antiga casa para os meninos a verem, assim como as meninas que a querem conhecer.
Antes disso fui tomar banho e quando desci, encontrei a Any e a minha mãe no sofá da sala. Any parece estar triste com algo e Ursula está abraçada a ela.

— já sei, vou fazer tranças no seu cabelo antes de sairmos. Ficaria bonito assim desse lado as tranças, atrás e no outro lado fica ótimo solto, o que você acha?

— vai ficar lindo! - Any sorriu e então eu terminei de descer as escadas. -

— oi amor. - beijei o topo da sua cabeça e ela me olhou. -

— oi.

— que mal eu te fiz agora, Gabrielly? - perguntei incrédulo enquanto Ursula ia pegar as coisas do cabelo. -

— Nenhum. - ela baixou a cabeça. - só não estou bem com algumas coisas.

— que coisas? - Perguntei confuso. -

— não importa agora. - ela suspirou e Ursula apareceu. Fiquei sentado no sofá apenas a observar enquanto ela trança o cabelo da cacheada. -

Ao chegarmos a casa dos meninos, Any e Lin foram para um canto, os meninos pularam para cima da Ursula que não parava de sorrir por um único segundo e as outras meninas foram mais calmas.

— oi bebé do titio! - segurei no Gael. - teu nome continua a ser feio. - falei com a criança e levei um tapa da Sina.- mas você é muito bonitinho, não se preocupe! Tem se comportado?

O bebé fez um som fofo e eu apenas sorri satisfeito, me sentando no sofá.
Conversámos sobre desde o momento em que eu perdi o meu pai é supostamente a minha mãe também, até ao momento que conheci a any, e até ao momento que encontrei a Ursula.

Any voltou cheia de lágrimas nos olhos e se sentou ao meu colo, sem dizer uma única palavra, me abraçou como se tudo fosse desabar.

— você quer ir lá fora um pouquinho? - perguntei preocupado. -

— não.. - ela soluçou e apertou mais o meu pescoço com o seu próprio rosto, acariciei as suas costas e encarei a Lin que também chorava. -

— que caralho aconteceu? - Sabina perguntou confusa e Bailey suspirou claramente desconfortável. -

Lin ficou calada, olhando para as pernas.

— A Joalin sempre gostou do Josh e agora me culpa por não ter percebido, e ter ficado com ele, é isso. - Any se levantou e foi até um banheiro. -

— isso é verdade? - perguntei à loira. - Joalin fala caralho! Ninguém aqui te vai bater nem coisa parecida.

— não é bem isso. - ela limpou as suas lágrimas. - eu gostei de você, mas apareceu o Bailey e eu me apaixonei por ele mas ainda assim, quando te vejo com a any não me sinto bem..

— Porra, fazem anos! Anos já Joalin, que eu e ela estamos juntos! Porque é que você foi dizer isso justamente agora?

— Porque eu achei certo. Tentei ignorar tudo isso, até porque não sinto mais nada por você, mas ainda assim quando vos vejo aos dois, não me sinto confortável, algo estranho se forma.

— por isso que vocês deram aquele tempo? Durante um mês e depois voltaram?

— sim, foi por esse motivo. Mas eu entendo os sentimentos dela. Já gostei de uma garota e namorei com outra mas mesmo assim, algo despertava em mim quando a via, faz muito tempo mas mesmo assim eu percebo como é e está tudo bem. Só não acho certo que culpem a any.

— como minha amiga ela deveria ter entendido! Eu sempre dei todos os sinais.

— não Joalin, você não deu. - Sina se pronunciou. - e a culpa não é da Any.

— também é culpa dela, eu já tinha falado com ela. Não lhe disse diretamente que se tratava do Josh, mas já lhe tinha dito os meus sentimentos, sem mencionar nomes.

— e agora você quer o que? Que ela jogue o filho no lixo e nunca mais veja o josh? Se não gosta mais dele e sim do Bailey, seja feliz com ele! Você está a ser infantil. - Sabina falou. -

— a intenção não é que ela se sinta mal ou que os dois se afastem, só quis deixar as coisas esclarecidas.

— Olha para mim. - me agachei à frente dela. - eu gosto muito de você Lin, como uma amiga. Você é linda e carinhosa mas você pertence ao meu amigo. Eu e a any estamos juntos, e você sabe que nós andamos grudados para todo o lado, pode ser difícil mas você vai ter de aceitar. Se passaram anos, Lin. Mas independentemente dessas coisas, você tem o meu apoio. E nada vai mudar, só não gosto que magoem a any. Você sabe que a forma como você falou com ela a magoou e você sempre faz isso então tem calma, resolve as coisas sem atingir ninguém.

— Desculpa..

— você quer um abraço? - perguntei e ela assentiu com a cabeça, abracei o seu corpo com força enquanto ela chora nos meus braços. -

Quando me separei dela, any estava de pé olhando nós dois mas não ficou muito tempo, logo saiu.

CRIMINAL HEARTS - beauanyWhere stories live. Discover now