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— 𝑨𝒏𝒚 𝑮𝒂𝒃𝒓𝒊𝒆𝒍𝒍𝒚 —

O primeiro banho foi como um momento mágico.
Não controlei mais as lágrimas quando a vi direito pela primeira vez. Eu dei à luz aquela coisinha bonita e pequenina que é super saudável mesmo prematura.
Vesti-la foi uma sensação incrível, como todo aquela cheirinho de bebé..

Joshua me da ainda mais vontade de chorar, ele ainda não parou de falar da bebé e do quanto a ama, fez milhares de promessas a nós duas e só sabe chorar emocionado.

Eu estou numa mistura de sentimentos.
Muitas dores e me sinto fraca mas também estou a aproveitar a minha princesa.

A enfermeira me ajudou a colocar o silicone no peito para não machucar mas a dor que eu senti quando ela começou a mamar foi absurda e eu não esperava que fosse doer tanto assim.

— É normal mamãe. - a enfermeira me tranquilizou. - podemos deixar as vossas mães entrarem primeiro?

Assentimos.
Joshua estava sentado na poltrona, olhando fixo para a bebé a mamar e eu apenas me controlava para não chorar de tantas dores no peito, que começou a ficar ferido.
A enfermeira tirou a boca da bebé do bico do meu seio e me ensinou a colocá-la para arrotar, algo que foi bastante rápido.

— mamãe.. receio que não a possa amamentar. - a enfermeira mexeu no meu seio. - ela pode tomar o suplemento com o leite da farmácia. - o seu corpo está muito sensível e se continuar a ficar ferido pode te trazer muitos problemas.

Tudo o que eu sempre quis foi amamentar a minha filha e se eu não o puder fazer, confesso que vou ficar mal, até porque é importante nos primeiros meses de vida e querendo ou não o leite materno faz falta e diferença no desenvolvimento do sistema imunológico do bebé.

Priscila me olhou cheia de lágrimas nos olhos assim que segurou a bebé ao colo e depositou um beijo na minha cabeça, Ursula acariciou a barriga da pequena e Josh se levantou vindo até mim talvez percebendo o meu desespero.

— amor.. acontece. A culpa não é sua e ela vai ficar bem de um jeito ou outro. Eu sei que você queria muito isso mas olha para isso.. você está completamente ferida. - o loiro acariciou a minha bochecha. -

Ursula e Priscila se sentaram no sofá com a bebé ao colo e eu apenas senti a enfermeira passar um creme no meu seio, fazendo um curativo.

— eu lamento muito mamãe.. - a senhora parecia sincera. - podemos tentar mais algumas vezes durante hoje e amanhã mas as dores são horríveis. - ela me ajudou a colocar o sutiã e encaixou o gelo ali, baixando a camisa de hospital em seguida. -

Todos os nossos amigos visitaram a bebé, a maioria chorou de emoção e eu apenas me sinto exausta.

— você esteve muito bem para quem pariu à cinco horas atrás. - Josh se sentou ao meu lado. - any, não chora.. pode ser que dê certo.

Melody começou a chorar e então eu a segurei ao colo.
Peguei no silicone e coloquei desta vez no meu outro seio, sentido a sua boquinha atacar o local.

Pela primeira vez eu e josh conseguimos ver os seus olhos.

— são azuis! - exclamei enquanto josh começava a chorar. - são iguais aos seus amor!

— porra, caralho! - ele xingou. - nunca chorei tanto na minha vida, que merda!

Eu apenas ri e então me toquei de que a sensação de amamentar já está muito melhor, arde bastante mas não dói como antes, eu me concentro apenas em sentir a sua mãozinha pequenina a agarrar o meu peito e vejo a sua boquinha chupar o meu seio enquanto se enche de leite.

— como está a sentir-se mamãe? - a enfermeira perguntou se referindo à amamentação. -

— estranhamente bem. - falei meio confusa. -

— pode ter sido por ser logo a seguir ao parto. - a senhora explicou. - ou aquele seio pode mesmo estar sensível e acabou por ferir. Se estiver tudo bem com esse e o outro não sangrar mais, você poderá amamentar como qualquer outra mãe.

Josh sorriu para mim com a notícia e eu apenas olhei para a minha bebé, passando os dedos pela sua bochecha macia e gordinha.

Não vou dizer que esta noite foi fácil porque não foi, mas todas as dores valeram a pena.

— 𝑱𝒐𝒔𝒉 𝑩𝒆𝒂𝒖𝒄𝒉𝒂𝒎𝒑 —

— bem vinda a casa. - sorri para a bebé no colo de any, deitada nos seus braços mas com os olhinhos a lacrimejar pela claridade então me apressei para fechar as cortinas da sala, como os olhos dela são claros pode ser sensibilidade. Para minha felicidade ao que tudo indica ela herdou os cachinhos da mamãe assim como a cor do cabelo. A sua pele não é tão clara quando a minha mas também não é negra como a any, eu diria que é apenas moreninha, a perfeita mistura de nós dois. -

— Josh segura nela que eu ajudo a Any. - Priscila pediu e eu agarrei na bebé que sozinha se aconchegou no meu colo e pousou a mãozinha no meu pescoço. -

— atentada igual à sua mãe! - falei e a morena riu segurando no pé da barriga. Vai ser difícil me despedir por completo da barriga dela e eu sei que eu não vou parar de acariciar o local tão cedo, já peguei o hábito. -

Subimos as escadas devagar, any soltava gemidos de dor e então quando faltavam metade dos degraus, eu entreguei a Mel à avó materna e segurei na minha outra pequena ao colo para ela não sofrer mais com dores.

— obrigada. - ela sorriu fraco e pousou a mão no meu pescoço. -

tal mãe, tal filha. - sussurrei para mim mesmo e ela sorriu fraco. -

Deitei-a na cama e Priscila deitou a bebé no meio de nós dois.

— daqui a pouquinho me chamem para ficar com ela enquanto vocês tomam banho.

— Okay, obrigado tia! - sorri e ela deixou um beijo na minha bochecha, sorri vitorioso para a any que mostrou ser ciumenta então também ganhou um beijinho. -

— a sensação de estar finalmente em casa com vocês duas é incrível..

— eu já sabia disso mas agora ganhei a confirmação de que você é o melhor papai do mundo. - any sorriu para mim e a bebé resmungou. - não seja ciumenta hein! Antes de você eu já tinha o seu pai, então nem vem!

Any mexeu na barriguinha da filha assim que a bebé começou a chorar, segundo a morena ela está com cólicas.

— ela vai ficar bem? - perguntei com o coração apertado. -

— sem stress Joshua, esqueceu que eu sou pediatra e tenho formação naquilo que estou a fazer né?!

— verdade. - suspirei aliviado porém com o corpo fraco por ver a bebé chorar assim, any usou as suas mãos para uma massagem na barriga da criança e ela foi se acalmando. -

— tá vendo? Ela já está melhor. - any sorriu para mim e eu beijei o braço da menininha. -

CRIMINAL HEARTS - beauanyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora