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- 𝑨𝒏𝒚 𝑮𝒂𝒃𝒓𝒊𝒆𝒍𝒍𝒚 -

- como foi hoje? - Sabina perguntou me olhando. -

- ah, foi simples até, só conheci a clínica mesmo. - a morena sorriu. -

- não acredito que você vai fazer estágio e ainda nem terminou a faculdade, você é maluca. - Sina falou incrédula. -

- ah, eu preciso de ganhar algum dinheiro, é legal que o estágio paga pelo trabalho. - dei de ombros. - bom, eu vou andando.

- boa sorte. - Lin me abraçou para se despedir. -

- você consegue! - Sabina sorriu para mim e eu retribuí, me despedindo também da alemã. -

Dirigi até à fisioterapia e então me forcei a acreditar que não é assim tão difícil. A parte mais complicada é dobrar o braço por completo, já não tenho aquele gesso mas quando tenho dores ou não vou ficar quieta, costumo usar a tipóia e Priscila também enfaixa a zona do meu cotovelo, ainda só se passaram duas semanas e alguns dias.

- você não quer parar um pouco? Você está indo muito bem mas se esforçando muito. - neguei com a cabeça e então Shivani sorriu simpática me ajudando a dobrar o braço fazendo a mão tocar no ombro.-

Quando finalmente acabou, pude sair dali e respirar ar fresco.
Dirigi até casa e fui em direção à cozinha deixando a mochila no chão da sala.

- como foi o seu dia meu amor? - Priscila perguntou calma enquanto se concentrava a fazer dois chás. -

- Ah, quando você saiu para trabalhar eu já tinha ido para a faculdade, depois almocei com as meninas e fui para o estágio, conheci a clínica e até que foi legal, as pessoas são simpáticas. Depois fui ao Starbucks com as meninas para estudar um pouco e fui para a fisioterapia. Foi meio preenchido e corrido mas fiz tudo o que queria.

- estou orgulhosa do quanto você tem se esforçado. - Priscila me olhou. - consegui mais algum dinheiro mas não está nem perto do que temos de entregar.

- eu vou tentar ajudar, vou procurar mais um emprego de preferência que seja de noite, durante o dia me foco nos estudos.

- Any, você tem de descansar. Você tem dezenove anos, tem de sair com as suas amigas e se divertir.

- mas para isso eu quero que ninguém corra perigo. - falei firme. - eu vou ajudar de todas as formas que eu conseguir.

- Lamento que você passe por isso. - Priscila suspirou. - vai tomar um banho e trocar de roupa enquanto o chá esfria um pouco, vou fazer torradas também.

- Okay, obrigada. - sorri fraco e subi as escadas. Não digo que passamos necessidades mas queremos pagar tudo o que devemos ao Josh, não com medo que ele nos faça mal mas sim as pessoas que deixavam a droga no cais, porque querendo ou não, ele deve para eles por culpa da minha mãe. Ela começou a trabalhar faz pouco tempo ainda nem sequer ganhou muito mas estamos a poupar na comida, almoçamos e jantamos o mais básico possível para guardarmos todo o dinheiro, a casa está fria devido à poupança de energia.. mas não me vou queixar, há pessoas que vivem muito pior que eu. -

Tomei um banho rápido para não gastar muita água, não quero que as contas para pagar sejam altas.
Vesti uma legging e um moletom quentinho, tirei o excesso de água dos meus cachos mais uma vez e então desci depois de fazer mais algumas coisas. Jantei com a Priscila e depois decidimos ir dormir.

E claro que o dia seguinte seria igual.
Acordar, faculdade, almoçar com as meninas, estágio, lanche para estudar, fisioterapia, jantar, dormir.
E no meio disso, preciso arrumar um trabalho.

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Eu estava praticamente desesperada com a carta nas mãos.
" tenha cuidado ao fechar os olhos enquanto ainda não pagou tudo"
Sei que a carta não é do Josh, mas é de alguém que com certeza lhe deu a droga e não recebeu nada em troca. Decidi não dizer nada à Priscila para não a preocupar mas saí de casa rapidamente e procurei pelo número do Louis, segurança do Josh.

- você sabe de alguém que possa me emprestar uma boa quantia de dinheiro? Ou me dar dinheiro com algo em troca? É urgente, e não diga nada ao Josh!

- se encontre comigo daqui a quinze minutos no Starbucks mais próximo da sua casa.

Sorri esperançosa e desliguei a ligação. Dirigindo o mais depressa possível. Então eu o encontrei sentado numa mesa.

- vou direto ao ponto. Existe uma gangue que em troca de sexo, da altas quantias de dinheiro.

Mordi os meus lábios.
Seria o desespero tão grande a esse ponto?

- eles não fazem mal a ninguém, Any. So querem sexo. As mulheres não são mal tratadas nem nada do tipo, elas é que os procuram. Você pode apenas fazer isso três vezes e receber uma certa quantia, ou então fazer mais vezes.

- eles tem alguma casa específica para isso? - perguntei quase arrancando a minha unha. -

- vou te mandar o endereço. - ele falou simpático e então eu recebi uma mensagem. - não direi nada so Josh porque eu sei que é para a sua proteção. Mas se ele descobrir que te ajudei, é você que vai pagar por isso.

- Okay, fechou. - falei simples. - muito obrigada!

Ele sorriu fraco e então saiu do local.
Passei a mão pelos meus cabelos e chamei as meninas para virem aqui o mais rápido possível.

- é para a sua proteção, vocês se meteram numa encrenca gigante então eu não vejo assim tanto problema já que ninguém te vai fazer mal, os coitados só estão na seca. - Sabina deu de ombros. -

- eu faria de tudo para proteger as pessoas que amo. - Sina disse simples. -

- amiga, se der alguma merda, você simplesmente caga para isso, faz uma vez, pega o dinheiro e não volta mais para la. - Lin falou tomando o seu milkshake. -

Pronto.
Só restava falar com a minha mãe, não a queria preocupar mas seria melhor ela ficar atenta.

Claro que ela não adorou a ideia de a filha ir transar com qualquer um, mas era quase um desespero.

- desculpa por te fazer passar por isso, Any. - ela soluçou de tanto chorar, os seus olhos estão mais vermelhos do que nunca e as suas mãos tremem. -

- faria qualquer coisa por você, mamãe. - levei a mulher até ao sofá. - prometo que vou conseguir dar-nos uma vida melhor.. juntas vamos conseguir fazer isso.

CRIMINAL HEARTS - beauanyWhere stories live. Discover now