Capítulo quatro

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Cheguei cinco minutos adiantado no Frangos Explosivos

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Cheguei cinco minutos adiantado no Frangos Explosivos. Entrei pela entrada dos funcionários e passei pela cozinha, cumprimentando os cozinheiros. O aroma de frango dominava o lugar. Havia uma fileira de asinhas sendo empanadas e o óleo esquentando nas frigideiras. O cômodo estava abafado, mas meu estômago resmungou em resposta enquanto minha boca enchia de água. Poderia comer algumas asinhas de frango mesmo depois de almoçar.

Eles olhavam para mim e pediam para serem comidos. Você sabe que me quer, Axel! Eles estavam tentando me seduzir. Não. Eu não iria fazer isso. Precisava ter limites, mesmo a tentação sendo grande. Saí da cozinha antes de perder o controle.

O restaurante não era muito grande. Ao sair me deparei com os fundos da bancada. Havia várias mesas do outro lado e uma grande janela ocupando quase toda a fachada. O movimento da Avenida Fleming estava aumentando. Faltava poucos minutos para abrir e Roberta, minha gerente, estava em frente a caixa registradora mexendo no celular. Ela não lançou um olhar para mim quando cheguei perto dela.

— A gente precisa abrir daqui a três minutos — disse, fazendo-a dar um pulo da cadeira. — Onde está a Laís?

Ela resmungou e levantou, me lançando um olhar cheio de faíscas. Seu cabelo castanho estava preso em um coque e seu rosto, com a cara fechada como sempre, não me convidava a chegar perto dela. Na verdade, parecia gritar comigo para ficar bem longe.

— Espero que esteja chegando.

A gerente nem ao menos mostrava certo interesse nas mesas desarrumadas sem guardanapos em cima delas. Respirei fundo. Eu não conseguia acreditar no tanto que Marcos era péssimo na escolha dos funcionários.

— E as mesas? Vai deixá-las assim?

Ela deu de ombros.

— Esse é o trabalho da Laís.

Olhei para o relógio. Menos de dois minutos para abrir. Saí de trás da bancada e comecei a arrumar quando a porta da cozinha escancarou. Laís apareceu com o cabelo moreno emaranhado e os óculos torto no rosto.

— Onde você estava? — perguntou Roberta, levantando os olhos do celular para encarar a garota.

— O ônibus atrasou. Precisei pegar um Uber... — Ela olhou para o relógio preso ao pulso, ofegante. — Ainda tá na hora.

Sua voz saia entrecortada. Ela passou pela bancada e veio na minha direção para me ajudar a arrumar as coisas. Seu cabelo estava diferente, havia pintado várias mechas de rosa e roxo. Ela também usava um piercing no nariz. A cada semana era um mistério sobre seu novo visual.

Roberta a encarou com um olhar cortante e o peito inflado.

— Você deixou todas as coisas desarrumadas ontem a noite. Devia ter arrumado antes de ir embora. Não quero que se repita, ouviu? Se não vou ser obrigada a falar com Marcos.

Frangos Explosivos [Completo]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora