Capítulo vinte

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Meus sentimentos estavam girando dentro de um liquidificador, misturando uns com os outros e tornando uma gororoba, sem eu saber quais ingredientes havia dentro dele

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Meus sentimentos estavam girando dentro de um liquidificador, misturando uns com os outros e tornando uma gororoba, sem eu saber quais ingredientes havia dentro dele. Era um aroma e sabor familiar que eu não sentia há anos.

Depois de Sandy fazer a mágica, eu pensei: eu quero passar minha vida inteira fazendo bolos e mágicas com ela. Mas será que ela se sentia o mesmo? Fiquei em transe a avaliando, tentando decidir se falava ou não. Se eu contasse e ela correspondesse, aquilo daria certo ou seria igual minha relação com Amanda? Ela conseguiria me entender?

Pisquei com força, sem saber qual caminho tomar. Sandy desviou os olhos e levantou com um salto do sofá. Ela afastou alguns passos de mim e cruzou os braços na frente do peito. Abri a boca para dizer algo, mas meu celular tocou no mesmo segundo.

Puxei-o do meu bolso e olhei para a tela. Atendi no segundo toque.

— Júlia? — Havia uma música alta e muitas vozes se misturando ao fundo.

— Oi, Axel, é a Lívia!

Lívia? Isso não era bom.

— O que aconteceu? Júlia está bem?

— Estamos em um bar ao lado da universidade. Ela está bêbada e não quer ir embora. Ela já passou da conta. — Ouvi um grito do outro lado. — Não vou conseguir fazê-la sair daqui, pode vir me ajudar? Ela sempre te ouve.

Coloquei a mão na cabeça. Era o que me faltava. Claro que Júlia tentaria fazer alguma burrice.

— Estou indo agora.

Desliguei o telefone e expliquei a situação a Sandy. Não acreditei no que está acontecendo e na situação que Julia se meteu. Andei até a porta com minhas mãos tremendo e me despedi de San. Eu teria que pegar um Uber para chegar o mais rápido possível.

O bar estava lotado de universitários com copos nas mãos e uma banda tocando sertanejo ao fundo. O lugar estava quente e me espremi entre as pessoas para conseguir passar. Meus olhos vagaram pelo estabelecimento, procurando por ela.

Era um bar muito familiar, um espaço de encontro entre estudantes. Grande maioria costumava se reunir, tomar bebidas e conversar sobre qualquer coisa. Me espremi para passar por eles, relembrando alguns momentos que passei por ali quando cursava Direito.

Chamei o nome da minha irmã, contudo, minha voz foi abafada pela música. Peguei o celular pra mandar uma mensagem, quando ouvi a voz de Lívia gritando meu nome. Levantei a cabeça, deparando com a garota acenando para mim em uma mesa.

Acelerei meus passos. Júlia não notou minha presença, estava rindo e falando alto com um copo de bebida em mãos. Lívia me lançou por meio dos olhos. Sua boca fechada em uma linha fina não estava se divertindo tanto quanto a amiga.

Pigarreei e cruzei os braços, fazendo Júlia levantar os olhos e me notar.

— Ei irmãozinho, veio beber também? — Ergueu a caneca com um símbolo do curso de psicologia. — Veio afogar as mágoas?

Frangos Explosivos [Completo]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora