Capítulo quarenta

605 107 98
                                    

Observei o restaurante com suas paredes laranjas e amarelas

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

Observei o restaurante com suas paredes laranjas e amarelas. Era um lugar que me trouxe tantas coisas boas, mas estava começando a me trazer um peso maior do que conseguia carregar.

Não entrei no lugar. Fiquei com meus pés presos no lado de fora, tentando reunir coragem.

— Axel, você já olhou as horas? — disse Roberta ao me ver chegar. Ela parou em minha frente. — Está com duas horas de atraso! O que deu em você? Por que não está com a fantasia de frango? Marcos vai matá-lo quando chegar e descobrir isso. Melhor começar a trabalhar!

Não a encarei. Ainda estava com os olhos muito fixos na fachada do lugar. Eu precisava mudar as coisas. Tinha que dar mais valor ao que tinha e agradecer por ter tantas possibilidades em mãos que outras pessoas nem imaginavam ter.

— Vai ficar aqui fora com essa cara, ou vai fazer alguma coisa? — continuou ela.

Eu não abri a boca, mas Roberta não esperou nenhum movimento meu. Apenas abriu minhas mãos e colocou uma pilha de panfletos em cima delas.

Ela saiu de perto, entrando no restaurante que estava começando a receber os clientes. Respirei fundo duas vezes e segui Roberta com as pernas tremendo. Coloquei a pilha de panfletos em cima da bancada.

— Eu não trabalhar, estou me demitindo — disse sem perceber os olhares dos clientes em meu rumo.

A gerente ergueu as sobrancelhas e soltou um riso. Laís estava mexendo na caixa registradora. Ela parou e ergueu os olhos.

— Você ficou doido?! — Roberta começou. — Só por causa de uma apresentação está fazendo isso?

Fechei os olhos com força. Estava cansado disso e de tudo que ela falava. Não aguentava ouvir sua voz irritante. Virei de costas para ela e fui até o escritório de Marcos. Ele abriu a porta antes que eu tivesse a chance de bater.

— O que está acontecendo, Axel? Por que atrasou?

Passei por ele, fechando minha mão em forma de punho para controles meus dedos tremendo.

— Eu precisava resolver umas coisas. — Liguei para o produtor do Show de Talentos, estava tudo decidido. Não havia mais volta.

— Mais importante do que seu trabalho? — Seus olhos me queimavam. — Tá agindo estranho desse jeito por que não te dei folga? Por favor, Axel, eu fiz aquilo pelo seu próprio bem! Quando vai encarar a realidade?

Pela primeira vez eu estava encarando a realidade. Nada que ele falasse iria me fazer mudar de ideia. Eu não conseguiria parar de lembrar a forma como riu de mim.

— Eu quero me demitir — disse sem responder nenhuma de suas perguntas.

Minha voz quase falhou. Era o certo a se fazer. Tinha que aguentar firme.

Marcos riu, fazendo meus pelos se arrepiarem.

— E você acha que ficar desempregado vai ser o melhor para você?

Frangos Explosivos [Completo]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora