Capítulo nove

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Meu coração descontrolou

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Meu coração descontrolou. O público a minha frente me olhava com expectativa e eu enchi os pulmões enquanto me preparava. Meu corpo estava se tornando elétrico de novo e eu tentava não fazer meus pensamentos lembrarem do vexame do primeiro espetáculo. Aquilo era diferente, eu tinha várias pessoas me esperando ansiosas pelas mágicas, as crianças se agitavam perto do palco e começavam a pular, ansiosas.

Eu daria conta. Não seria como da última vez. Havia ensaiado duas vezes na frente do espelho e programando todas as mágicas.

Segurei o microfone com força em minhas mãos e comecei a me apresentar. Cabeças viraram para me encarar, várias pessoas sorriam para mim. Eu me senti encorajado a continuar. O medo começou a ir embora de mim e as palavras saiam mais fáceis de minha boca.

Quando eu estava perto de começar o espetáculo, um barulho de um prato se estilhaçando e um gritinho agudo vagou pelo salão. Parei, assustado. O lugar ficou em um silêncio sufocante. Meu peito apertou enquanto eu procurava pela origem do som.

Foi então que eu vi. Uma das garçonetes deixou um prato cair no chão. Ela tinha um cabelo curto e usava uma tiara vermelha. Uma mulher sentada perto dela levantou com o vestido toda encharcado. Ela resmungava e a garçonete dizia alguma coisa que eu não conseguia entender.

Ela ficou com a cabeça abaixada, tentando fugir dos olhares ao seu redor. Outros garçons apareceram para ajudá-la. Uma pessoa perto do palco me fez sinal para eu continuar a falar, então ignorei todo o pequeno incidente, e iniciei meu espetáculo.

Meu corpo começou a ficar mais calmo e leve como uma pena. Eu vagava pelo palco como se estivesse dançando e as mágicas estavam vindo com facilidade para mim.

As pessoas aplaudiam ao meu redor. Às vezes eu errava o truque de propósito para irradiar risos, fazendo uma mistura de gargalhadas e aplausos ecoarem pelo salão, como uma composição de uma música. Eu era um maestro.

Isso fez meu corpo agitar. Não havia como ter outro lugar que eu desejasse estar. A mágica era minha segunda casa. Era como se ela me abraçasse, aquecendo meu coração e me mostrando que tudo daria certo.

Eu estou conseguindo. Não consegui acreditar. Como fiquei por tanto tempo longe? Júlia tinha razão, fazer um espetáculo em festa infantil era diferente. Ali todos estavam ansiosos para me ver, concentrados em meus movimentos. As crianças pulavam ao redor do palco e gritavam de emoção. O ambiente era diferente de um teatro. Era bem melhor. Eu conseguia sentir uma expectativa e felicidade no ar.

Por que não tentei isso antes?

As horas transformaram-se em minutos. Quando percebi a festa acabou com as pessoas iam embora aos poucos. Comecei a juntar minhas coisas espalhadas pelo chão. Havia feito bagunça enquanto apresentava.

Coloquei tudo no devido lugar, tomando cuidado para não estragar nada. O baralho, o chapéu, o dinheiro de mentira, e outra quantidade finita de instrumentos para fazer os truques. Ao sair do palco, algumas crianças correram em minha direção, ficando ao redor enquanto falavam tudo ao mesmo tempo, perguntando incontáveis vezes como fiz aquilo.

Frangos Explosivos [Completo]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora