Capítulo seis

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(ATENÇÃO: esse capítulo tem uma cena descritiva de uma crise de ansiedade)

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(ATENÇÃO: esse capítulo tem uma cena descritiva de uma crise de ansiedade)

Parei em uma cafeteria no bairro de minha casa para comprar uma xícara de chá. Ao abrir minha bolsa para pegar o dinheiro, encontrei o panfleto do restaurante do homem frango no fundo da bolsa. Estava todo amassado e esquecido entre minhas coisas. Como eu consegui esquecer desse papel?

Revirei os olhos. Foi muita cara de pau da parte do cara ao me entregar no fim da sessão. Ele era dono daquele restaurante ou o quê? Nunca vi alguém entregando panfletos alheios dentro de cinemas. Devia ser uma nova tentativa de marketing ou algo assim.

Sentei em uma das cadeiras da cafeteria e desamassei o papel. Nele havia o nome do restaurante escrito em letras grandes e uma foto do pote de frango com o preço destacado ao lado. Estava em promoção. O papel me convidava a conhecer o lugar, porém, eu não iria fazer isso. Olhei para os lados procurando por um lixo, mas por fim decidi guardá-lo de volta na bolsa. Era difícil acreditar no que aconteceu. Toda a irritação de sua mastigação e depois a mágica... parecia um sonho, como se nada tivesse acontecido. Foi estranho.

Balancei a cabeça e tomei o resto do chá. Ao chegar em casa, encontrei algumas roupas jogadas no chão do quarto. Havia uma pilha de roupas sujas para lavar me esperando. Ignorei todas, fingindo não existirem.

Encarei a parede de frente ao meu guarda-roupa, onde estava meu mapa-múndi. Ele ocupava toda a parede. Era uma confusão de tonalidades que faziam meus olhos brilharem.

Meu corpo relaxou ao fita-lo.

Levantei e passei a mão pelas tachinhas coloridas fincadas em alguns países. Há quanto tempo eu tinha aquele mapa-múndi? Anos? Vovó me deu quando eu era pequena.

— Ele era meu, mas estou dando a você. Não vou mais precisar dele — Ela pegou um saco de tachinhas coloridas - Marque todos os lugares que quer ir, Sandy. Todos os lugares que um dia imaginou dentro deles. Veja, eu vou te ajudar.

E juntas marcamos três deles. Os únicos que eu conhecia naquela época ou ouvi vovó falando sobre. Mesmo sendo pouco, com o tempo os números marcados iriam aumentar e percorrer quase todo o papel.

Foi a partir daquele dia que tudo mudou. Mesmo depois dos anos com o mapa muito desgastado, não me desfiz dele. Tudo era muito mais do que um simples mapa com tachinhas coloridas. Era uma mistura de sonhos e lembranças nostálgicas presas no papel.

Peguei mais uma tachinha azul e finquei na Quênia, um país localizado na base do "chifre da África" e banhado pelo Oceano Índico. Há alguns dias sobre ele em um dos meus livros turísticos sobre a África. Havia poucas informações, mas as fotos me cativaram. Os parques como Masai Mara e Tsavo, com sua imensidão de animais selvagens vivendo livremente pelo seu lar, era lindo. Tudo era tão incrível e extenso. Quando será que eu iria para esses lugares? Tornaria isso real ou continuaria a ser sonhos?

Frangos Explosivos [Completo]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora