Frangos Explosivos [Completo]

Capítulo catorze

Sério, onde eu estava com a cabeça? Eu vou desmarcar. Preciso fazer isso, estou louca em aceitar. Eu não era assim há alguns dias, quando eu conseguia controlava meus pensamentos e pensava com clareza quais palavras libertar. Era como se Axel fosse um imã que me puxava, fazendo me dizer coisas por impulso.

O frango alterou meus sentidos.

Eu iria mandar uma mensagem a ele com alguma desculpa para não ir. Tenho muitas coisas para fazer, não posso. Podemos deixar para outro dia, pode ser?

Peguei o celular, mas lembrei que não tinha seu número. Como eu ia desmarcar? Já era tarde demais para Frangos Explosivos estar aberto e eu não fazia ideia onde ele morava. Poderia fingir que esqueci do nosso horário marcado, mas eu não tinha coragem de fazer isso. Eu seria uma pessoa horrível e ele estava animado com a ideia de me mostrar a cidade. E uma parte de mim também estava ansiosa por isso.

Respirei fundo. Nós seríamos apenas amigos fazendo uma excursão pela cidade. Não havia com o que me preocupar, Axel era diferente dos outros. Eu conseguia ver pelos seus olhos castanhos. Eu poderia estar sendo otimista com isso, mas precisava correr o risco. Eu me identificava com ele mais do que conseguia assumir. Uma parte minha me sentia segura com sua presença, ele deixava meu corpo mais leve e os pensamentos longe dos problemas.

Contudo, a parte sombria de minha mente não conseguia ficar calada dentro de mim: Como pode ter tanta certeza que ele não é como Rafael? E se algo acontecer?

Balancei a cabeça. Não. Eu teria cuidado. Deixaria meus olhos atentos para nada fugir do meu controle. Se algo estivesse fora do lugar, eu poderia fugir. Eu sou livre. Não há nada me prendendo. Precisei repetir isso nos pensamentos para não me esquecer disso.

Acordei cedo no domingo e tomei um banho antes de me encontrar com Axel. Ele estava em frente ao Frangos Explosivos com as mãos nos bolsos de sua calça jeans. Sua blusa azul estava um pouco amarrotada.

Sorri para ele, chegando mais perto.

— Oi. — Ele tirou a mão nos bolsos e se virou para mim. Avaliei sua roupa mais perto. — É estranho te ver sem a fantasia.

Ele olhou para baixo, como se percebesse pela primeira vez o que estava vestindo.

— Decidi adotar um novo estilo hoje.

— Eu gostei, seus cabelos ficam mais evidentes assim.

Como poderia deixá-los escondidos? Eles eram perfeitos e brilhavam quando a luz refletia neles. Quem dera tivesse um cabelo como o dele. Calma, Sandy. Você está indo para um caminho perigoso. Eu disse que seria mais cuidadosa. Chega de pensar nisso.

Limpei a garganta.

— Onde nós vamos?

Ele chegou mais perto de mim e começamos a andar pela calçada. Todo seu suspense estava me deixando nervosa. Não consegui parar de pensar nisso a noite inteira. Minha curiosidade era grande demais para mantê-la em controle.