Capítulo trinta e dois

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Havia um medo escondido nas entrelinhas e na respiração ofegante de Giovana

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Havia um medo escondido nas entrelinhas e na respiração ofegante de Giovana. Poderia estar imaginando coisas, mas eu teria que ver com meus próprios olhos para descobrir o que estava acontecendo. Não podia deixá-la na mão, ela faria o mesmo por mim.

Respirei fundo, olhando para janela ao perceber que estava chegando perto do endereço. A república se encontrava lotada de estudantes na calçada, com suas roupas de cursos e canecas com alças presas a tiracolo. A música de funk vinda dos fundos do terreno fazia o carro tremer.

Pedi para o motorista do Uber aguardar na esquina enquanto eu procurava por Giovana. Me espremi entre as pessoas e vaguei meus olhos pelos rostos ao meu redor, tentando distinguir as feições com a falta de luminosidade vinda dos postes de luz. Parecia até mesmo um filme de terror com os jovens envoltos pelas sombras e as luzes piscando, prestes a se apagarem.

Estremeci e continuei a me espremer pelos cantos até chegar à entrada. Giovana disse que estaria na porta me esperando, mas não consegui notá-la em lugar algum. Eu estava no lugar certo? Olhei para o endereço de novo no celular. Ficava no mesmo bairro que eu morava. Não estávamos muito longe do campus da UFMG da Pampulha, não tinha com ser outro.

— Giovana! — gritei de novo.

Peguei o celular para mandar uma mensagem. Esperei alguns minutos por sua resposta ou sinal de vida se quer, porém a garota nem mesmo visualizou.

Meu coração começou a bater mais rápido. Continuei a andar e avaliar os rostos ao meu redor, tentando reconhecê-la. Estava prestes a desistir e voltar ao Uber, quando alguém gritou meu nome. Comecei a andar mais rápido até chegar à origem do som.

— Sandy, aqui! — Ouviu a voz de Giovana de novo.

Semicerrou os olhos, chegando mais perto e tentando encontrá-la. Havia um casal envolto pelas sombras de um beco, mas nada além disso. Olhei para os lados.

— Cadê você?

Uma mão foi erguida e o casal se revelou. Era Giovana e um cara que eu nunca vi antes.

— Eu disse que ela vinha! — disse ela, chegando cada vez mais perto e deixando que uma das luzes do poste iluminasse seu rosto.

Ela estava com os olhos um pouco vidrados e a mandíbula tensa ao parar do meu lado. Ergui as sobrancelhas, sem entender. Abriu a boca para perguntar o que estava acontecendo, quando o homem chegou perto de nós e parou em minha frente. Ele era alto, tinha uma barba rala e um copo da atlética de engenharia na mão.

Ele aumentou o sorriso malicioso.

— Por que nunca me contou sobre ela antes? — perguntou o desconhecido, lançando um olhar a Giovana.

Ela pegou no meu braço e o apertou de leve. É sério, ela me chamou para eu conhecer seu namorado?

— Nós só nos conhecemos há trinta minutos atrás! — A garota fez uma cara feia para ele e se voltou para mim. — Sandy, você não me disse que está atrasada para aquele trabalho?! Melhor irmos antes que se atrase, né?!

Frangos Explosivos [Completo]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora