Capítulo quinze

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Não consegui tirar os olhos dela

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Não consegui tirar os olhos dela. Eu conseguia ver um fio invisível nos unindo. Será que ela sentia a mesma coisa? Compartilhar histórias me dava um sentimento mais real. Não sei, era como se eu estivesse começando a enxergá-la melhor.

Ela não era mais apenas uma garota do chapéu vermelho. Era a Sandy que nasceu no Nordeste e tinha uma irmã que morava com sua mãe e avó. Uma pessoa que estava tentando seguir seus sonhos de infância como eu. Por todas as nossas diferenças, havia esse pequeno detalhe nos unindo. As histórias nos faziam perceber que não éramos tão diferentes assim.

Nós pedimos comida e em seguida falei para ela me contar sobre os primeiros lugares que gostaria de conhecer. Sandy ficou por vários minutos me contando sobre a Itália, França, Portugal e Argentina.

— É difícil escolher a ordem para quais lugares eu quero ir. São tantos. - Ela tomou um longo gole de sua bebida. — Você já foi pra algum?

Assenti.

— Já fui na Argentina há alguns anos.

E então contei sobre toda a minha experiência. Eu falava um pouco de espanhol, então fui o intérprete da viagem. Tudo bem que eles falam rápido demais e foi difícil de entender, mas me senti orgulhoso em conseguir me comunicar bem. Foi uma viagem que eu e Júlia fizemos com minha mãe. Foi incrível conhecer uma nova cultura. San vai amar quando conhecer o lugar também.

Ela desviou os olhos. Eles estavam sonhadores, dava para ver as engrenagens de meu cérebro girando enquanto imaginava como seria estar pelas ruas de Buenos Aires. Nesses momentos eu conseguia ver o reluze do sol renascendo dentro dela.

— Um dia você vai para lá.

Ficamos por alguns minutos em silêncio, tomando nossas bebidas e admirando o restaurante a nossa volta.

De uma hora pra outra as luzes do lugar começaram a se apagar, nos envolvendo em uma escuridão apenas clareada por pequenas bolinhas de luzes brancas projetadas por todos os lugares. Elas tinham formato de estrelas e vinham de alguns projetores presos no teto.

Sandy estava com o rosto se virando para todos os lados sem entender o que estava acontecendo. A garota tinha pequenas estrelas projetando em seu rosto e mãos. Ela se virou para mim, parecendo notar isso.

Soltei uma risada. Eu havia ficado confuso também quando visitei o lugar pela primeira vez.

— Axel, o que é isso?

— É agora que começa o espetáculo.

— Como assim...

E antes que completasse a frase, uma voz surgiu em meio aos murmúrios de outras pessoas presentes no restaurante. Procurei pela voz, encontrando-a em meio às mesas com um microfone nas mãos. Sua roupa azul estava salpicada de pequenas luzes brancas.

— Bem-vindos, amantes do céu! É um prazer recebê-los em nosso querido restaurante Céu Azul. Tenham certeza de que estão preparados para voarem por esse infinito azul a sua volta. Aproveitem!

Frangos Explosivos [Completo]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora