Capítulo trinta e oito

1.1K 164 85
                                    

Experimentei uma dose de como o amor deveria ser

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

Experimentei uma dose de como o amor deveria ser. Com as semanas se arrastando, dividi meu tempo entre a faculdade e as noites com Axel. Ficar com ele sempre tornava tudo mais fácil, porém, uma pequena parte de mim esperava por uma rachadura se partir ou uma explosão surgir a qualquer momento. Com meu ex qualquer coisa poderia acontecer, alguma palavra errada desandaria a relação. Era como andar em ovos, sem saber o que veria a seguir. Como eu deveria agir em um relacionamento saudável?

Ainda estava aprendendo a me acostumar, andando no ritmo que conseguia. Não havia nenhuma ilha para me prender, eu estava livre no mar em um barco com Axel me fazendo companhia. Tínhamos caminhos e possibilidades infinitas para velejar.

Nós sentávamos juntos no sofá, ele deitava no meu colo enquanto colocava um filme para assistir. Axel falava na maior parte do tempo, comentando sobre as atitudes dos personagens. Eu não ligava mais, gostava de conversar e discutir com ele no meio dos filmes, era minha parte favorita.

Alguns dias Axel ia para minha casa e me ajudava a decorar o apartamento ao me dar plantas de presente. O lugar estava virando uma mini floresta. Eu as regava todos os dias, conversando e contando sobre meu dia — por mais estranho que possa aparecer. Era minha companhia quando estava sozinha, ajudava a organizar meus pensamentos e ideias quando não conseguia mais mantê-los guardados dentro de mim. Era como se elas absorvessem minhas palavras, trazendo conforto. Estava cada vez mais fácil ficar no apartamento sem me sentir sozinha, com vontade de fugir no instante seguinte.

Nos fins de semana eu me encontrava com Axel no cinema, nós passeávamos por pontos turísticos e mirantes da cidade. As oportunidades de trabalho como mágico estavam escassas, com ninguém nos chamando para alguma apresentação. Mas isso não seria um problema por muito tempo, Axel estava certo de que tudo mudaria depois do Show de Talentos. Ele estava focado nesse momento, dedicando exclusivamente para a preparação.

— Nada vai ser a mesma coisa depois disso — disse quando sentávamos na margem do Lago da Pampulha, observando o sol se espelhar na água. — Tudo vai mudar.

E talvez mais cedo do que eu pretendia.

Recebi uma ligação de Sabrina no caminho de casa depois de fazer algumas compras no supermercado. Atendi no segundo toque, com um sorriso gigante no rosto.

— Então, quais as novidades? — perguntou minha irmã — Não recebo nenhum sinal de vida seu há semanas.

Erguia as sobrancelhas, surpresa por ela estar certa. Me imergi tanto na reforma do apartamento junto com meus momentos com Axel que nem me lembrei de ligar. Já era um feito histórico não ter telefonado em menos de cinco dias.

— Está muito bem, na verdade.

Imaginei minha irmã sorrir.

— Tem alguma coisa que você não está contando.

Abri a porta de casa, equilibrando minhas compras e o telefone no ouvido. A janela da sala ficou aberta, deixando um vento reconfortante entrar e bagunçar meus cabelos.

Joguei as sacolas no sofá.

— Muita coisa tem acontecido. Estou tentando mudar nesses dias. A psicóloga está me ajudando muito.

— Então ainda bem que você tem uma irmã que te persuadiu a começar a terapia. Lembra que foi eu a primeira pessoa que te falou para começar a tentar, né? Você devia me agradecer para sempre. Aceito presentes como forma de agradecimento, sabe.

Revirei os olhos com um riso.

— Como estão as coisas em casa?

Houve um silêncio do outro lado da chamada. Uma quietude que respondia mais do que palavras. Parei de andar com minha mão próxima a samambaia.

— Vovó está gripada. Não deve ser nada sério, mas a mamãe a levou ao médico por precaução.

Meu coração acelerou.

— E você não foi junto por quê?

— Tenho uma pilha de deveres me esperando.

Meus pensamentos começaram a fervilhar dentro de mim, com lembranças e imagines surgindo em minha mente do dia que visitei minha família.

— Eu sabia que tinha algo de errado, vi vovó tossindo quando visitei vocês. — Como esqueci sobre isso? — E se for sério? Uma pneumonia?

Sabrina suspirou.

— Sandy, não começa. Não precisa se preocupar, para de ficar paranoica! Vai ficar tudo bem.

Engoli em seco, incerta. Quando o assunto era vovó tudo fugia do controle. Não conseguia evitar de meu corpo entrar em desespero.

— Só acredita em mim, tudo bem? — Ela continuou. — Promete que vai ficar calma?

Fiquei em silêncio. Não tinha como prometer algo que não tinha garantia de que cumpriria.

Sabrina não iria mentir para mim e eu precisava acreditar nela. Se fosse algo sério, teria me avisado.

— Tudo bem, acredito em você — disse em vez disso.

Conversamos mais um pouco, tentei ao máximo não manter meus pensamentos vagando por vovó. Ainda queria perguntar e saber todos os detalhes da situação de Eva. Balancei a cabeça. Eu não precisava entrar nos redemoinhos de pensamentos sem fim, iria me consumir, tirando todo o ar dos meus pulmões.

Despedi de minha irmã e desliguei o telefone.

Vai ficar tudo bem.

Vai ficar tudo bem

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

Nota da autora:

Estamos entrando na reta final! O que vocês estão achando

O capítulo ficou bem pequeno, mas espero que tenham gostado. Sei que estou demorando demais para as atualizações. Não estou conseguindo tempo para revisar e postar por aqui. Obrigada por terem paciência e não desistirem da história <3

Frangos Explosivos [Completo]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora