Capítulo vinte e um

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Eu não acredito que mãinha me enviou dinheiro

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Eu não acredito que mãinha me enviou dinheiro. Entrei na minha conta e deparei com uma grande quantia de dinheiro que não deveria estar ali. Por que ela estava fazendo isso? Coloquei o telefone próximo do ouvido quando ligava para ela a caminho da aula.

— Não acredito que você me mandou dinheiro — disse quando ela atendeu a chamada.

— Bom dia para você também. — Era a voz de Sabrina.

— Onde ela tá?

— No trabalho, esqueceu o celular em casa.

Contive uma careta.

— E por que me enviou dinheiro?

— Ela economizou e decidiu enviar para você.

Fechei os olhos. Era claro que minha mãe iria me mandar dinheiro. Ela não conseguiria aceitar as minhas economias sem dar algo em troca.

— Eu não preciso dele.

— Sandy, mãinha não está mais te enviando dinheiro como antes, claro que precisa. Larga de ser tão orgulhosa assim.

— Eu já disse que tá tudo sobre controle por aqui.

Não, não estava. As vendas dos brigadeiros ajudavam, mas não sei até quando trariam lucro. As pessoas começaram a ficar cansadas dos meus doces e eu não tinha encontrado outro plano.

— Você é tão cabeça dura quanto ela, sabia?

Parei de andar. Eu estava no meio da calçada, há poucos metros do campus da UFMG.

— Eu vou mandar de volta.

— San...

— Eu não posso aceitar esse dinheiro, Sabrina! Vocês precisam mais do eu.

Vovó precisava.

— Nós temos o suficiente aqui. Está dando para pagar tudo, já disse, não se preocupa. E nem pensa em mandar de volta, ela vai ficar muito triste e brava com você. Essa ser nossa forma de devolver seu dinheiro reserva aos poucos — Abri a boca para falar, mas ela continuou. — E nem tente fazê-la mudar de ideia, não vai dar certo, você sabe disso.

Eu não ia admitir que precisava do dinheiro. Eu precisava encontrar outra saída, algum emprego para elas não sentirem necessidade de me mandarem suas economias. Talvez eu devesse mandar mais currículos para outros lugares.

— Tudo bem — disse eu, hesitante. — Mas ainda quero falar com ela. Pede para me ligar quando voltar para casa, por favor.

Ela prometeu que faria isso. Agradeci e voltei a andar a passos mais rápidos. Não podia atrasar para mais uma aula.

— Já faz um tempo que quero te perguntar uma coisa, Sandy — começou Sabrina. — O que você acha da terapia?

Franzi o cenho.

Frangos Explosivos [Completo]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora