14. Qual o seu tipo de psicose?

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— E para marcar um dos episódios finais mais famosos da Segunda Guerra Mundial, temos a bomba lançada em Hiroshima. O Japão resistia com todas as forças ao avanço norte americano, e então veio a B-29, em uma base de urânio na cidade, matando mais de oitenta mil pessoas. Acontece que o que não foi contado pelo governo americano, é que... — O sinal toca e Peter para sua explicação, que é muito boa por sinal — Ok pessoal, quero os relatórios sobre o efeito da guerra nos dias atuais, os pontos positivos e os negativos, e também uma crítica sobre a gravidade da situação e como reagimos a isso. É pra vocês colocarem essa cabeça para funcionar e escrever três páginas para mim, não aceito menos, vocês vão se formar, têm que ter mais pensamento crítico. E Senhorita Hale, pode vir aqui, por favor?

Guardei as coisas na mochila devagar, esperando que todos saíssem, pois imagino que o papo seja meio secreto. Jordan, contrariando Peter como a rebelde que é, ficou comigo. Hazel me lançou um último olhar de "grite se acontecer alguma coisa" antes de seguir para a próxima aula com Zack ao seu lado.

— Pensei ter dito apenas a Senhorita Hale.

— Sem chance, Peter, não vou te deixar sozinha com a Allyson — Jordan cruza os braços e eu sorrio com a pose seria que ela assume, parecendo ainda maior do que já é. Ela é até... atraente, de um jeito perverso.

— Alguém quebrou a barreira — Peter desiste de contestar e começa a apagar o quadro — Mas é claro que já sabem disso.

— Irônico da sua parte dizer isso já que você a quebrou.

— Pela última vez, eu não tenho nada a ver com isso, só quero a Ally ao meu lado. Segura.

— Ah claro, como se...

— Jordan – Eu corto os dois – Se controla um pouco. Enfim, tivemos o desprazer de encontrar um metamorfo ontem à noite.

Peter se empertiga e balança a cabeça.

— Então me deixa fazer a coisa certa, Allyson, venha comigo, posso te dar mais segurança, tenho um grupo treinado, vai ser melhor assim. Lana e Martin já cumpriram a parte deles do acordo.

— Mas Adam disse que... que você pediu pra esperar, e que...

Me assusto quando Jordan se estressa e bate as duas mãos na mesa, fazendo o porta lápis tremer, interrompendo o que eu ia dizer:

— Você vai transformar ela em uma máquina de matar. Acha isso justo? Melhor?

— Ei, espera, eu resolvo isso — Toco seu braço, e ela parece relaxar um pouco, então penso no que vou dizer para deixar os dois felizes e depois tentar entender o que está acontecendo, mesmo que seja mentira — Assim que eu achar necessário eu te procuro, Peter, e sei que disse que queria fazer isso e te procurar, mas eu estava quebrada e sem rumo, agora estou bem, me perdoei. E até eu achar necessário, vou ficar com meus pais, com Hazel e Jordan, me sinto bem com eles ao meu lado. Quero proteger as pessoas que eu amo, e um dia vou ter que me defender sozinha, mas quando chegar a hora eu vou com você, juro. Eu só preciso entender essa tal de profecia, e o meu papel nisso tudo.

— Ótimo.

— Você tá louca?! — Jordan pergunta, ou melhor, explode comigo no meio do corredor vazio quando finalmente saímos da sala — Tem ideia do que ele vai fazer com você? Não ouviu uma palavra do que eu disse?

Eu bufo, já achando aquela situação uma chatice. Então vejo se o laboratório está aberto e a puxo lá para dentro.

— Não tenho certeza se é ele quem está fazendo essas coisas. Sou boa em ler as pessoas, J.

— Como assim?

— Eu tenho meu próprio superpoder — Sorrio e cruzo os braços — Sei quando as pessoas estão mentindo, e Peter não está.

Flor da meia-noiteWhere stories live. Discover now