34. Amor, eu so sirvo pra despedaçar o seu coração

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6 de outubro
Eu tinha feito dezessete anos há poucos dias, e ao que parece, ganhei uma nova dama de companhia. Seu nome é Jordan, Jordan Benacci. Foi uma chegada inesperada, já que há várias damas de companhia, mas meu pai disse que Jordan vai ficar mais perto de mim que as outras, me preparando para a minha coroação no ano que vem. Ela vai dormir no quartinho do meu corredor caso eu precise de algo a noite. Decidi que não discutiria com meu pai, ele anda ocupado demais esses dias. Logo eu também estaria, com deveres da sucessão. (...)

22 de novembro
(...) Enfim, Lady Benacci fica na minha porta, andando de um lado para o outro como se quisesse algo. Eu não ousaria reclamar, ela era tão bonita que chegava a ser confuso. Nunca sequer olhei de outra forma para minhas damas, e agora, tudo o que eu queria era passar os dedos pelas tranças do seu cabelo negro e desfazer cada uma. Ultimamente eu tenho sentido uma enorme vontade de puxa-la para os meus aposentos e beija-la como se fosse o meu último dia na Terra. Eu não sabia explicar o que estava acontecendo. Só sabia disso: Estava acontecendo.

15 de dezembro
Hoje sinto como se meu coração fosse sair pela boca. Aqui, sentada nessa mesa, deveria estar cuidando dos relatórios de meu pai, mas não consigo parar de pensar naqueles lábios, não consigo parar de pensar no nosso beijo de ontem, quando ela me deixou na porta depois do jantar e não queria me deixar entrar. Quando ela deslizou os dedos pelo meu rosto e me puxou pra perto. Sim, eu sei que é perigoso, mas essa sensação de adrenalina correndo pelas minhas veias me deixava extasiada. Hazel, minha criada, me disse que o nome disso é paixão, é claro que eu sabia o que era paixão, apenas não havia experimentado ainda, só sabia que estava gostando da sensação até agora. E descobrir isso ao lado de Jordan não era uma ideia ruim. Enfim, (...).

9 de fevereiro
A noite passada foi um sonho. Papai organizou um baile para receber a família real de uma província da França. Perdi as contas de quantas vezes Jordan me puxou para dançar no canto do salão. Ah, como ela estava linda naquele vestido. Quase me derreti em minhas próprias roupas quando ela me olhava com tal... paixão. Amor, eu diria. Como se dependesse de mim até para respirar. Era intenso, forte, mágico e lindo. Até meu pai me puxar para um canto e me apresentar a Oliver, o filho de Vossa Majestade Clarice. Meu pai queria que eu me casasse com ele, eu sabia disso, mas como me casar com uma pessoa se eu amava outra? (...)

17 de julho
(...) Bom, e para piorar, as coisas estão ficando cada vez mais complicadas depois de quase um ano de conto de fadas. Jordan e eu raramente nos vemos já que estou ocupada demais cuidando de tarefas que meu pai me passava. Faltavam poucos meses para o meu aniversário, logo, minha coroação. Eu tinha que aprender a ser uma boa rainha para o povo de Tarsus, então eu acompanhava meu pai em todas as reuniões do conselho e tomava decisões importantes, tarefas que ela não poderia me acompanhar. Essa noite Jordan estaria de livre, e eu tentaria tirar proveito daquela situação.

10 de setembro
Falta pouco menos de um mês para o meu aniversário, e Jordan tem andado estranha comigo, falando coisas sem sentido, e fazendo planos. Contei a ela que pretendia dizer tudo ao meu pai, dizer sobre nós, já que ele estava me pressionando cada vez para um casamento no qual eu não queria. Oliver era nojento, um patife, andava de nariz em pé como se nada fosse o atingir. Era completamente o oposto da minha dama. Gentil, atenciosa, linda e... distante? Eu não sabia mais como proceder com aquela situação. Eu, Amélia Bennet, princesa e futura rainha de Tarsus sabia lidar com qualquer crise social ou econômica no país, mas não sabia lidar com o amor.(...)

Flor da meia-noiteWhere stories live. Discover now