31. Primeiro você sonha...

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Quando dois Astros colidem um com o outro, eu só consigo pensar em uma palavra que possa descrever o fenômeno: Desastre. Foi exatamente isso que aconteceu quando Plutão colidiu com o Sol, o que me parece meio impossível, já que eles são tão distantes um do outro. Mas aconteceu.

A vida é feita de uma série de acontecimentos insignificantes. Então um dia, aquele único momento aparece para definir cada minuto do futuro. Tais momentos são testes de coragem e força. Mas sabíamos que eu não era forte, e muito menos corajosa. Era a Adina, sempre foi a Adina.

— Venho pensado esses dias se ainda faço alguma diferença pra você — Ela diz sentada na poltrona do meu quarto. O queixo estava apoiado nas mãos cruzadas, que por sua vez estavam apoiadas nos joelhos. Os olhos negros me analisavam de longe e fiquei aflita — Que se arrependeu do que fez. Mas simplesmente fazer as malas e ir para Riverland? Isso é loucura, Allyson. E você nem ao menos me dá um motivo.

— Eu preciso fazer isso, você sempre me incentivou a seguir meu destino.

— Eu?! — Jordan se altera e eu me assusto — Você ao menos falou com seus pais? Peter? Com a Hazel?

— Não, apenas você.

— Isso é loucura, e você sabe — Ela se levanta — Me deixe pelo menos ir com você.

— Sabe que não pode. É algo que tenho que fazer sozinha. Preciso do seu apoio antes de contar para os outros.

— Não vou participar disso.

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— Ela simplesmente me deixou falando sozinha — Desabafei com a Jess. Estávamos na casa dela, comendo o sorvete caseiro que a Pam sempre fazia, tentando ser garotas normais de novo — É tudo tão complicado, ela nem tenta ver o meu lado, sabe?

— A Jordan não entende como é isso, Ally, não sentiu na pele — Minha amiga diz e suspiro ao lembrar que ela também foi vítima.

Começo a pensar no Adam, e em como ele anda sumido, com certeza planejando algo novo e grande. É ruim ter que fingir ser uma pessoa toda vez que ele fala comigo, e pior ainda é ter que arrastar o Zack para o meio disso também. Penso na Hazel, em como ela continuou me apoiando depois de tudo.

— Adam fazia você passar por intensificações também?

— Não, isso é demais para humanos, você era a única forte o bastante pra resistir. Mas é como se ele tivesse instalado chips na minha cabeça. Deus, eu me sinto um ciclope.

— Ciborgue — A corrijo sorrindo.

— Tenho certeza que se pronuncia ciclope.

— Ok — Rio e mexo desconfortável no cabelo, eu havia odiado aquele corte. Não odiado, exatamente, estava até legal, mas me lembrava uma pessoa que eu nunca mais queria voltar a ser — Jess.

— Sim?

— Por que nunca me contou sobre ele? Se você o amava tanto...

— Não gosto de falar sobre isso, Ally, ainda dói. Dói pensar que o amor da minha vida agora é... Enfim, preciso fazer uma pergunta e você tem que ser totalmente honesta comigo — A encaro sorrindo e ela continua — Um lado do meu rosto é mais gordo que o outro? — Jessica mexe o rosto para ambos os lados algumas vezes enquanto se observa por um espelho que tem na mão.

— Eu não acredito que você tá me perguntando isso — Rio, e uma mensagem chega no meu celular:

Kate (20:47):
Ei sumida, tá rolando uma festa na cabana dos Cavs, vem!

Flor da meia-noiteWhere stories live. Discover now