7 - Capítulo

983 151 21
                                    


     POV Rebecca


Já estava pronta pra ir pra escola, só esperava o papai pra ir, ele ainda estava no quarto e eu tomava café junto com minha mãe. E eu nem sei de Irin, deve tá dormindo ainda.

- Vamos filha? – ouvir meu pai me chamar, ele  tentava inutilmente arrumar sua gravata vermelha. Minha mãe se levantou e foi até ele, ajeitando e dando um selinho em meu pai no final, eles já tinham vinte anos de casados e ainda eram fofos, quero algo assim pra mim, minha mãe deu o copo térmico e um bolinho pro meu pai e depois veio dar um beijo em minha testa. 

Saímos de casa no carro e eu liguei o rádio, meu pai dizia que já estava até aprendendo algumas músicas atuais por eu sempre comandar o rádio. Ele me deixou na escola e meus amigos já estavam lá, até Freen estava com eles, ao ver ela lembrei que tinha que conversar sobre ela sair com minha irmã sem dizer nada, eu podia precisar dela, não é?

- Bom dia. – eu disse ao me aproximar, dei um beijinho no rosto de cada um, por último cheguei em Freen. Fiquei olhando pra ela com a sobrancelha arqueada e os braços cruzados, fazendo bico. Ela me puxou pela cintura e me abraçou, nem tive como protestar.

- E o beijinho das namoradas? – Heng perguntou e eu gelei, sério, eu lembrava do lance de fingir que estávamos namorando, mas eu não me lembrava desses momentos, lembrei dos beijos que já tinha trocado com Freen e fiquei corada.

- Não com vocês olhando. – eu disse tampando o rosto.

- E o que tem demais? Não vamos tirar foto nem nada. – Lauren disse, Freen me virou lentamente e se aproximou de mim, seria estranho se eu dissesse que fiquei extremamente nervosa? Ela juntou nossos lábios em um longo selinho e quando me soltou eu fiquei paralisada com a intensidade dos olhos dela, ela sorriu sincera e beijou minha testa. Virei e meus amigos nos olhavam com cara de idiotas.

- Nossa, foi só eu ou mais alguém sentiu a intensidade daqui? – Ariana perguntou e todos concordaram com a cabeça, do que eles estava falando? O sinal batel e eu senti um alívio, salva pelo gongo, ou melhor, sinal.


    POV Freen


Becky ficou meio estranha no começo do dia, mas depois do nosso selinho foi voltando ao normal, ou o mais normal que ela conseguia ser. Na hora do intervalo ela disse, baixinho no meu ouvido, que depois queria conversar comigo, eu assenti e voltamos a conversar com o pessoal, no final da aula ela disse que iria comigo, fomos até o carro do meu pai, que tinha deixado comigo mais uma vez e nos primeiros dois minutos ela ficou calada, parecia escolher as palavras pra perguntar alguma coisa.

- O que você fez depois que saiu da minha casa ontem, Freen? – chamou pelo nome? O que eu fiz?

- Sai com sua irmã. – eu disse a verdade.

- Vocês tinham combinado de sair? – ela perguntou e se virou pra mim, eu olhava ela com o canto dos olhos pra não perder a atenção no trânsito.

- Não, quando eu estava saindo da sua casa a gente se esbarrou e eu disse que queria dar uma volta e ela quis me acompanhar. – eu disse a verdade em todo momento, uma vez li que quando uma mulher pergunta alguma coisa normalmente elas já sabem a verdade.

- E voltou pra casa que horas? – perguntou e seu tom de voz estava mais doce.

- Eram umas dez horas da noite, por que? – tentei sanar minha curiosidade com aquele interrogatório todo.

- Eu vi vocês, quer dizer, todo mundo viu, quando Hanna me buscou ela estava com uns primos, eu achei que sei lá, podia ser um encontro, mas não, quando chegamos a praia todo mundo estava lá, eu tentei te ligar algumas vezes, mas seu celular estava desligado, e depois de algum tempo te vi com a Irin. – ela disse se pausas.

- Ah foi, compramos sorvete e ela quis dar uma olhadinha na praia, depois fomos em um barzinho, e meu celular tinha descarregado, desculpa Becbec? – eu pedi com toda sinceridade e ela bufou ao meu lado.

- Tudo bem, mas dá próxima vez avisa, manda um sinal de fumaça, sei lá. E se o pessoal não conhecesse minha irmã, iam pensar que eu era corna. – ela disse e encarou a rua pela janela, então era com isso que ela estava preocupada? Eu nem me dei ao trabalho de responder. Não fiquei chateada nem nada, achei que ela tivesse ficado preocupada por eu não atender o celular ou algo do tipo, mas ela só queria conservar sua imagem. Eu que dei a idéia de namoro falso, então nem tinha como discutir. – Saro. –  chamou do jeito mais manhoso do mundo e eu fiz um som nasal pra que ela continuasse. – Fica comigo hoje, não tem ninguém em casa e eu não quero ficar só. – olhei rapidamente pra Becky, e ela fazia aquela carinha do gato de botas, como recusar alguma coisa assim.

- Tá bom. – eu disse e ela pulou no lugar dela, agarrou meu pescoço e beijou minha bochecha. – Becbec eu to dirigindo. – eu disse rindo.

- Ah é mesmo. – ela sentou no lugar dela e não demorou muito pra que chegássemos em sua casa, eu mal sai do carro e sentir um peso em minhas costas. – Vamos lá, Saro. – ela disse de um jeito infantil e eu ri do jeito dela, a levei até a porta em minhas costas e achei que ela ia descer pra abrir a porta. – Aqui a chave. – ela disse me entregando uma chave com um chaveiro de bonequinha rosa. Abrir a porta com dificuldade e quando entrei fechei com o pé e ela finalmente desceu.

- Por que não desceu lá fora? – perguntei.

- Eu nem ia descer, só o fiz por que precisamos de mantimentos pra nossa maratona. – ela foi até a cozinha e vi a abrindo a geladeira e pegando uma garrafa de refrigerante, depois teve que ficar nas pontas dos pés pra abrir o armário mais alto. – Não sei por que minha mãe coloca as melhores coisas nesse armário alto. –  disse bufando, cheguei ao lado dela e peguei o que ela mandava eu pegar, três sacos de diferentes salgadinhos, uma pipoca de micro-ondas que ela foi estourar e uma barra de chocolate.

- Becbec, é só eu e você, não acho que precisa de tudo isso. – eu disse enquanto olhava a quantidade de coisa.

- Isso é pra mim Saro, o que você vai querer? – ela disse e eu arregalei os olhos, a mesma começou a gargalhar alto, contagiante e viciante. – Brincadeira, a gente vai comendo que nem vai ver quando acabar, e tá na hora do almoço, eu to com fome. – disse e passou a mão em sua barriga. O micro-ondas apitou e Becky pegou o pacote e dois copos, e eu as outras coisas, fomos para o quarto dela.

Sei não, mas acho que lá no fundo, a Becky sentiu um tiquinho de ciúmes! 

A Minha Amiga - FreenBeckyWhere stories live. Discover now