111 - Capítulo

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   POV Freen


Doutora "Maya" chegou, eu nem sabia que essa mulher tinha primeiro nome em toda gestação de Becky e com duas semanas minha mãe já sabia, vou te falar viu, é cada coisa que só acontece com comigo, desde que ela chegou eu não sair de perto da minha mãe, e não tô nem ai, vou ficar grudada nela mesmo.

- Freen. – Becky me puxou pela orelha, me arrastando para fora do quarto dos bebês e longe da minha mãe, deixando-a livre para aquela doutora. – Você tá parecendo uma criança, emburrada, tira esse bico da boca e deixa sua mãe em paz, se você ficar em cima dela o tempo todo eu vou fazer você trocar fralda de coco pelo menos um ano. – ela disse e eu arregalei os olhos, eu tentei trocar uma hoje e só consegui com o nariz tampado, e só foi uma, imagina todos os dias, durante um ano.

- Tá amor, eu só tava matando a saudade da minha mãe, ela vai embora em alguns dias, e eu queria ficar perto dela. – sorri amarelo.

- Tá, sei, você não me engana não. –  disse, será que eu nunca vou conseguir engana-la um pouquinho pelo menos? Ela voltou para o quarto, só minha mãe e Maya ainda estavam na minha casa. Voltei logo em seguida e fiquei perto da Becky, a doutora segurava Valentina e minha mãe o Kauê. Minha mãe tinha um sorriso bonito enquanto conversava com a médica, era diferente, eu não lembro de ter visto esse sorriso ali, me peguei sorrindo olhando pra imagem, mas quando percebi, o desfiz e fiz a carranca de novo. – Amor, pega um suquinho pra gente, sim. – disse, eu olhei pra ela e arqueei a sobrancelha.

- Não tem mais suco, Becky. – eu disse e minha voz já denunciava a súplica.

- Então vai comprar, sim. Vai lá. – ela me deu um selinho e me expulsou do quarto com tapinhas na bunda. – Aproveita e trás essas vitaminas pra mim. –  disse me entregando uma receita. - E deixa eu fazer uma pequena lista do que tá faltando. – impressão minha ou ela tá querendo me tirar de casa por um tempo? E adianta eu protestar? Cinco minutos depois eu estava saindo de casa com o carro dela, por que o meu tá no lava jato, com uma pequena lista com trinta e nove itens. É acho que ela realmente conseguiu se livrar de mim.

(...)

Voltei pra casa mais de uma hora depois, todo mundo resolveu fazer compras hoje, caramba, entrei em casa com algumas sacolas e Maya se ofereceu pra me ajudar, é bom mesmo, tô precisando bater um papo reto com ela, fomos até a garagem e eu sabia que era o momento certo.

- E ai, o que tá rolando entre você e minha mãe? – perguntei na lata mesmo. – Tá na hora de abrir o jogo. – fechei a porta do carro.

- Nós somos amigas. – ela disse com o tom calmo.

- Claro. – eu abrir um sorriso sarcástico. – Sempre respeitei a senhora, mas vou perguntar só uma vez, quais suas intenções com minha mãe? – perguntei e cruzei os braços, a mulher mais velha me olhou e parecia pensar em sua resposta.

- Precisam de ajuda? – minha mãe apareceu, será que nunca vou poder ter minhas respostas?

- Não Anahí, tá tudo bem. – Maya disse, ela desvio o olhar do meu e olhou pra mim mãe sorrindo. – Nós já entramos. –  disse e minha mãe voltou pra dentro. – Sua mãe é uma mulher especial, Freen.

- Eu sei, o que quero saber é o quanto você a acha especial? – falei sustentando o olhar.

- Mais do que você pode imaginar, ela me contou que te expulsou de casa quando descobriu sua sexualidade, e ela é muito receosa quanto isso, e ainda tem medo de te machucar, e pelo que percebi ela tem medo de que se envolvendo, você não aceite por que ela não aceitou você a uns anos atrás. – ela disse e a maior preguiça que eu tenho é eu perguntar uma coisa e a pessoa ficar dando volta.

- Eu já vi que você tá afim dela, eu quero saber quais as suas intenções com ela? Foi isso que eu perguntei desde o começo. – falei e ela parecia não se abalar, eu podia estar sendo mal educada, mas não vou deixar a mulher chegar assim e roubar o coração da minha mãe pra depois machuca-lo.

- Filha preocupada, entendi. Eu não estou "afim" da sua mãe, eu gosto dela de verdade, e se ela me aceitar eu pretendo fazê-la feliz. – ela disse e eu analisei até o som de sua voz.

- Eu to de olho na senhora. – apontei dois dedos em meus olhos e depois pra ela. Levei as sacolas pra dentro e ela veio logo atrás trazendo as que restaram, deixei tudo na cozinha e ouvi o choro de um dos meus filhos, Becky já tinha subido e eu fui ajuda-la, minha mãe estava na sala assistindo um programa qualquer, passei perto da médica que estava no corredor. Parei e ela parou ao meu lado. – Vai falar com ela, e a faça feliz, ela merece. – eu disse e Maya abriu um sorriso, eu o retribuí e seguir para o quarto dos meus bebês, Becky estava trocando a fralda da Valentina e eu fui trocar a de Kauê.

- Falou com a Maya, não é? – Becky perguntou e eu assenti enquanto desabotoava o macacão. – Não a espantou, não é? – perguntou e eu sorri baixinho.

- Não, eu só perguntei as intenções dela. – falei dando de ombros, enquanto abria o body do Batman que meu pequeno usava.

- Tenho medo de como você vai agir quando Valentina for namorar. – disse sorrindo e eu olhei pra ela com cara feia.

- Ela não vai namorar. – eu disse fazendo uma careta e ela gargalhou abaixando a alça do sutiã e oferecendo o peito a nossa princesa.

- Coitada de você se acha isso. E então aprovou a doutora? –  perguntou enquanto acariciava o cabelo da Valentina que mamava com vontade. Abrir a fralda e fui jogar fora.

- É, ela é legal. – falei simplesmente. Peguei uma fralda nova e fiz uma gracinha pro meu Kauê que começo a gargalhar, mas algo deu errado e ele começou a fazer xixi com a mangueirinha pra cima e eu cobri com a fralda pra amparar a urina. Becky começou a rir e eu olhei pra ela em dúvida, ela apontou pra blusa que eu usava e percebi que estava toda molhada, não acredito que meu filho fez xixi em mim, já tá com essa trairagem toda? E quando eu precisar dele pra ficar de olho na irmã por mim? Tirei minha blusa e troquei a roupa molhada dele, o deixei ali quietinho enquanto ia pegar uma blusa seca. Voltei a tempo de fazer Valentina arrotar, pouco tempo depois ela dormiu. A coloquei no berço e me sentei ao lado da Becky que amamentava nosso pequeno. – Ela pode fazer minha mãe feliz, não é? – perguntei a abraçando de lado.

- Adoro quando você é racional. –  falou, segurou meu queixo e me puxou para um beijo apaixonado.

........... 


Acho que vem um casal novo ai, Maya e Anahí, o que acham? 

A Minha Amiga - FreenBeckyWhere stories live. Discover now