24 - Capítulo

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   POV Rebecca


O sinal da aula bateu e eu agradeci, seguimos para a sala de aula e a última a entrar foi a Freen, essa cadela branca, tirou os óculos e deu uma ajeitada na touca, por que tinha que ser tão bonita assim? Tem gente que nem entra na fila da beleza e essa maldita foi lá umas cinco vezes no mínimo.

- Bom dia. – ela cumprimentou a gente e foi se sentar lá atrás, eu a acompanhei com os olhos, e ela parecia fazer de conta que não percebia que eu a encarava.

- Senhorita Armstrong, por favor, vire-se para a frente, não acho que vai aprender o conteúdo se ficar só olhando para a senhorita Sarocha. – a professora de inglês disse e eu ouvir algumas risadinhas na sala, e ainda consegui ver um sorriso travesso no rosto da Freen. Peguei meu celular e o escondi entre as pernas, e mandei um sms pra ela.

"Precisamos conversar. - Becky"

"Eu sei, na hora do intervalo, atrás da escola. - Freen"

Ela enviou e eu dei uma espiadinha nela, ela prestava atenção na aula, e eu sentia uma vontade imensa de ir lá e puxar ela pra perto de mim, eu fiz de tudo, menos prestar atenção na porcaria das aulas que antecediam o intervalo, quando o sinal bateu eu praticamente sai correndo, só disse que depois encontrava meus amigos e fui logo pros fundos do colégio, cheguei e quatro minutos e quarenta e sete segundos depois, Freen chegou, sim, eu contei.

- Oi. – comecei docemente.

- Oi, e então, o que quer conversar? – perguntou, ela parecia fria.

- Eu queria te pedir desculpas. – eu disse e não a encarei.

- Você nem olha nos meus olhos pra pedir desculpas, Rebecca. – ela disse e cruzou os braços, eu olhei pra ela.

- Me desculpa, Saro. – eu pedi olhando em seus olhos e me aproximei, e instintivamente ela recuou.

- Eu desculpo. – ela disse e eu sorri. – Mas é só isso, somos colegas de escola. – disse e meu sorriso morreu. – E caso você não saiba, mas tenho certeza que sabe, nosso namoro de mentirinha não tá mais valendo. – uma raiva tomou conta do meu corpo, ao lembrar do chupão no pescoço de Freen no dia da festa pela manhã, ela chegando com a Demi, Toni e Cheryl, e como ela tava íntima da Demi, fui até ela e segurei seu braço forçando ela a me olhar, é claro que se ela quisesse sair dali conseguiria fácil, mas não o fez, ficou sustentando o meu olhar.

- Por que? Por que a Demi não vai gostar? – perguntei e ela riu debochada.

- E se for isso? – ela tirou a mão que eu tinha em seu braço, mas não se afastou.

- Freen, não se atreva. – eu disse colocando o dedo na cara dela.

- Não me atrever ao o que, Rebecca? – ela abaixou novamente minha mão. – Me diz em que isso te importa? Se eu tiver com a Demi, ou com sua irmã, ou com a Camila, me diz, em quê isso te diz respeito? –  perguntou se lembrando do que eu tinha falado quando estava bêbada. – Quem decide quem eu pego, quem eu namoro, ou quem eu levo pra cama, sou eu, você não tem nada haver com isso, nós somos amigas, só isso, nunca passou disso, e além do mais, eu não sou boa o suficiente pra Rebecca Armstrong, eu não tenho atitude. – ela se calou e puxou meu corpo de encontro ao seu, seu rosto a dois centímetros do meu. Minhas mãos sobre seu busto. Ela entrelaçou sua mão em meu cabelo e o puxou para trás, eu arfei, não conseguir segurar, ela se aproximou do meu ouvido. – E ainda sou uma idiota e babaca. – ela sussurrou e meu corpo tremulou, que droga é essa? Eu deveria ter controle sobre meu corpo. Ela me soltou e saiu. Eu precisei de alguns minutos pra poder raciocinar e perceber que precisava de uma nova calcinha. Seguir para o refeitório e vi meus amigos, Freen estava junto de Demi em uma mesa com algumas pessoas, sentei na mesa onde eles estavam e abaixei a cabeça para respirar.

- Que foi Becky? Viu um fantasma? – Heng perguntou.

- Você tava conversando com a Freen, não é? – Mila perguntou e eu assenti.

- E ai? – Laur perguntou, eles pareciam assistir minha vida como uma novela mexicana.

- Ela me desculpou, ou disse que desculpou só pra que eu a deixasse em paz. – eu disse e olhei na direção dela, percebi que Demi tinha a mão na perna da minha Freen, é muita piranha pra uma escola só, gente.

- Dê tempo a ela, só deve estar magoada ainda. – Ari disse, Hanna não dizia nada, só terminou seu lanche e ficou ali no celular. Eu nem comi, não tinha fome, ainda estava meio atordoada com a pegada da Freen. Logo o sinal bateu e dessa vez as aulas passaram bem rápidas, até por que eu tinha no que pensar, então nem vi o tempo passar, na hora da saída eu olhei para o carro de Freen e vi que dessa vez ela estava sozinha, o manobrou e parou do meu lado.

- Vamos, eu te levo pra casa. – ela disse e eu entrei, acenei para Ari e assim fomos o caminho todo em silêncio, ela parou em frente da minha casa e eu respirei fundo aspirando seu perfume antes de sai do carro.

- Tchau, Saro. – eu disse e sai do carro.

- Tchau, Rebecca. – ela disse baixinho e acelerou o carro, fui pra dentro de casa, direto para a cozinha, Irin estava junto da minha mãe, me sentei em uma cadeira e deitei sobre a mesa.

- O que foi, filha? – minha mãe perguntou.

- Dia difícil. – eu disse ainda de cabeça baixa.

- Conseguiu falar com a Freen? – Irin perguntou.

- Sim, nós conversamos. – eu disse e minha mãe pareceu feliz.

- Que bom, filha! 

- Mãe, por que você e o papai as vezes insinuam que eu e Freen temos alguma coisa ou vamos ter? – perguntei, eu estava querendo saber isso a alguns dias, e como eu estava confusa demais e até meio surpresa com aquela chegada da Freen, eu resolvi perguntar, não tinha nada a perder mesmo.

- Essa eu respondo. – Irin levantou a mão como se estivesse na sala de aula. – Por que vocês são apaixonadas uma pela outra. – minha irmã disse e eu quase caí pra trás, olhei pra ela com os olhos arregalados. – O quê? Todo mundo percebe o jeito que vocês se olham, o jeito que se tratam, e Becky, eu dou a minha cara a tapa, se você sente ciúmes de todas as suas amigas como sente de Freen, se fica sentada no colo de todas, se todas elas passariam em uma padaria só pra comprar o chocolate que você gosta, e você não viu sua cara de idiota que tinha no dia que ela chegou em Miami, quando você viu ela no aeroporto até suas pupilas dilataram. –  falava e eu tinha a borca aberta e os olhos arregalados.

- E provavelmente não percebeu como fica ansiosa quando ela vem pra cá, e nem viu a cara de boba que faz quando ela beija seu pescoço ou sua bochecha. – minha mãe completou e vários momentos meus com Freen invadiram minha cabeça. – E ainda teve o quase beijo de vocês no gramado de casa na sexta-feira, ah foi lindo não foi Irin? – minha mãe perguntou e minha irmã assentiu, elas viram? Será que eu sou mesmo apaixonada pela Freen?

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Claro que é mulher, não percebeu ainda??? Rumm

A Minha Amiga - FreenBeckyWhere stories live. Discover now