107 - Capítulo

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   POV Freen


Trigésima quarta semana, e mais uma tentativa de pedido de casamento, agora é longe de casa e em um lugar coberto, o restaurante preferido dela, tem que dá certo, pelo amor, o que mais pode acontecer pra dar errado? A aliança estava no porta luvas do carro desde o momento que eu tirei ela de dentro da calça depois de lava-la, sim esqueci a caixinha dentro da calça e depois de quase uma hora eu lembrei, sai do quarto correndo aproveitando que Becky estava no banheiro. A caixinha ficou destruída, claro, eu peguei a aliança e a deixei dentro de um saquinho de veludo o colocando dentro do porta luvas do carro, eu sabia que Becky nunca a acharia ali, ela odeia meu carro, diz que meu carro é esportivo demais. Quando eu comi ela dentro dele não falou nada. Becky sentiu algumas dores durante o dia, mas ela disse que não era nada demais, então tudo bem.

- Amor, minha mãe não ia sair hoje não, não é? – perguntei desconfiada, ela saiu quase todos os dias das duas semanas que se passou, e eu ainda não sei quem é essa companhia dela.

- Não, a amiga dela viajou. – explicou, essa amiga misteriosa tá mexendo com os meus nervos.

- Hum. – o carro da frente diminuiu a velocidade até parar. – Engarrafamento não, por favor. Temos reservas pra sete e meia. – foi só eu falar que vi tudo parado, o boca santa, mas é só eu querer fazer o pedido de casamento alguma coisa acontece.

- Calma amor, daqui a pouco começa andar. – ela fez uma carinha de dor que eu reparei.

- Amor, tá tudo bem? – perguntei e ela respondeu depois de alguns segundos que sim. – Tem certeza? – perguntei e ela assentiu, os carros andaram alguns metros e eu avancei. Ficou assim durante quase vinte minutos, até que saímos daquele engarrafamento entrando em rua do lado qualquer, suspirei em alívio, mais dez minutos e estávamos a duas quadras do restaurante e do meu pedido de casamento.

- Freen, para o carro. –  disse e eu encostei, vi que em suas pernas escorriam um líquido, será que ela não conseguiu segurar. – Vai pro hospital, a bolsa estourou. – ela disse com uma calma que eu desconhecia, e eu entrei em pânico, ainda faltava pelo menos quatro semanas, não pode ser, caramba, o que eu faço? – ANDA, FREEN. –  gritou e eu reagi acelerando o carro e fazendo a volta, indo em direção ao hospital, peguei o celular e liguei pro meu pai.

- Oi filha . – ele disse.

-Seus netos estão vindo, liga pro Ricardo, e passa na minha casa pra pegar a mamãe. – terminei de falar e desliguei o telefone, procurei o número da Toni e liguei pra ela.

- E ai, bunda branca, deu certo? – perguntou se referindo ao pedido de casamento, ótimo, primeiro o Thor, depois uma chuva torrencial e agora meus filhos.

- Os bebês estão nascendo, liga para todo mundo e avisa, estamos indo pro hospital do centro. – desliguei já procurando o telefone da doutora Smithers.

- Desliga essa porcaria de celular e presta atenção na pista. – Becky disse entre dentes, ela tem razão, tô andando entre duas faixas, me coloquei na faixa certa e acelerei o carro, em sete minutos chegamos ao hospital. Desci correndo e fui até a recepção. – FREEN. – ouvi ela gritar e voltei correndo. – Não acha que está esquecendo algo, não? – ela perguntou.

- Não amor, vou buscar uma cadeira de rodas pra te ajudar. – falei e ela assentiu, corri pra dentro e disse que minha mulher tava em trabalho de parto, um enfermeiro apareceu com uma cadeira de rodas e fomos até o carro, agradeci por Becky já ter deixado a bolsa dos bebês no banco de trás pra qualquer eventualidade, adoro como ela é precavida. Segui ao lado dela, que segurou minha mão e a apertou, ela não fez nenhum barulho, mas eu gritei.

- Senhora, você pode responder esse formulário? – a mulher da recepção pediu fazendo aquela voz de gente de telemarketing morto de preguiça e ainda mascava um chiclete.

- Posso. – falei e fui em direção ao lado dela mas parei ao perceber que estava sendo puxada pela mão.

- Você não sai do meu lado, Sarocha. – Becky disse apertando minha mão de novo.

- Cadê minha, filhinha? – Ricardo entrou no hospital e atrás dele eu consegui ver Kate, meu pai, minha mãe, Marie, Bruce, Ryan, Toni, Cheryl, Lauren, Camila, Ari, Troy, Irin, Demi, Heng e Harry. Ian, Lucy e Claire foram em uma viagem a Las Vegas, onde já se viu levar um bebê para Las Vegas? Daqui a pouco vão nos expulsar, olha o tanto de gente.

- Senhora, precisamos que responda ao formulário pra que possamos levar sua esposa pra sala de parto. – a mulher da voz irritante voltou a falar, eu pedi pra Ari responder e assim levaram Becky pra trocar de roupa, depois me chamariam.

- Tenho que ligar pra doutora Smithers. – eu disse e vi minha mãe corar. Não vou nem falar nada. Liguei e ela atendeu no quarto toque.

- Doutora Smithers? – falei quando ela atendeu.

- Sim?

- Sou eu, Freen Sarocha. Becky entrou em trabalho de parto. – falei.

- Nossa, estou em uma viagem querida. – ela disse e espera... não, coincidência demais. – Mas vou ligar no hospital, tem uma residente que é de minha confiança que está alguns dias na cidade, vou pedir pra ela fazer o parto.

- Okay . – foi a única coisa que eu disse, balançando minha mão que estava dolorida. – Obrigada. – desliguei a chamada. E olhei pra minha mãe. – Ela está viajando, mas tem uma doutora de confiança que vai fazer o parto.

- Como aconteceu tudo isso? – Kate perguntou.

- Estávamos indo jantar, ela tava sentindo algumas dores e quando faltava duas quadras pra chegar no restaurante a bolsa estourou e eu só fiz a volta pra vir rápido pro hospital. – expliquei e todos me olhavam atentamente, já estávamos fechando o corredor. É gente demais.

- Então nem rolou? – Toni perguntou e eu balancei a cabeça em negação.

- Nossa, você tem muita sorte. – Lauren disse sorrindo.

- A doutora que fará o parto, irá vir em alguns minutos te chamar. – uma enfermeira de certa idade se aproximou de mim pra falar, agradeci e comecei a andar de um lado pro outro. Roendo minhas unhas, caramba, meus filhos vão nascer, em algumas horas eu vou vê-los. Percebi que tinha parado de respirar e puxei o ar de uma vez.

- Fica calma, filha. – meu pai se aproximou e eu o abracei. – Você vai assistir o parto e vai ver como é magnifico o nascimento dos filhos, mas precisa ficar calma, tudo bem? – ele perguntou e eu assenti, cadê essa médica idiota que não vem logo?

- Quem vai acompanhar a senhorita... ARMSTRONG? – eu ainda estava abraçada ao meu pai, mas reconheceria aquela voz até no inferno, virei meu corpo e encarei meu pior pesadelo.

-  HANNA? – várias vozes disseram ao mesmo tempo, e agora?

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Hanna esta de volta, será que fará o parto de Becky?? 

A Minha Amiga - FreenBeckyWhere stories live. Discover now