13 - Capítulo

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    POV Rebecca


Não acredito que a Freen machucou a Hanna, elas estavam se enfrentando o tempo todo, claro, mais Freen podia ter se controlado e não ter acertado Hanna desse jeito, o sangramento já tinha parado e Hanna tinha um pouco de gelo no seu nariz.

- Ligue para seus pais senhorita Marín, você tem que ir pra casa descansar. – a enfermeira disse.

- Eles não estão em casa. – Hanna disse simplesmente e entregou o gelo para a mulher de meia idade.

- Eu te levo em casa Hanna. – eu disse e ela assentiu, a enfermeira nos liberou e me colocou como acompanhante dela, passei na sala só pra pegar nossas coisas e Freen me olhou tentando decifrar o que eu faria, dei um simples "Tchau" pra elas e sai, Hanna dirigiu até a casa dela e eu a levei até seu quarto e ela se deitou. – Quer alguma coisa? – perguntei pra me certificar que estava tudo bem.

- Tô bem, Becky. – ela disse e bateu na cama ao seu lado. – Deita aqui comigo. – meu coração parece descobrir que o samba existe e começou a dançar dentro do meu peito. Deitei do lado dela e assim ficamos um tempo nos olhando. – Devia ter me dito que gostava de mim antes de namorar. –  disse e tirou uma mexa do meu cabelo.

- Por que? – perguntei de olhos fechados.

- Eu não hesitaria em ficar com você. – ela disse diretamente.

- E o que impede de fazer isso agora? – eu perguntei extasiada.

- Nada? – ela perguntou.

- Nada. – eu afirmei e ela encostou nossos lábios, começou por um selinho, ela pediu passagem e eu concedi, o beijo não era tão calmo, mas muito bom. Eu queria aprofundar mais e agarrei em seus cabelos, até ela gemer de dor. – Ai desculpa, Hanna. Esqueci do seu nariz. – eu disse preocupada e ela sorriu pra mim.

- Tudo bem, podemos fazer isso direito outro dia. – ela disse sorridente.

- É, podemos. – por um momento me lembrei de Freen, mas tratei logo de espantar esses pensamentos. No fim da tarde me despedi de Hanna e fui pra casa. Abrir a porta e minha mãe assistia um programa de culinária.

- Oi filha, chegou tarde hoje. – ela disse me olhando.

- É, eu levei Hanna em casa e fiquei um tempo com ela, ela se machucou na escola. – eu disse.

- Tá tudo bem com ela? – perguntou levemente preocupada.

- Agora tá sim. – eu disse sorrindo e minha mãe retribuiu o sorriso.

- Chegou umas flores lindas pra você, tão lá no seu quarto, depois me diz de quem são por que eu não quis ler o cartão e ser mal educada. – minha mãe disse e eu ri dela, fui rapidamente até meu quarto e vi em uma jarra com água, um lindo buquê de lírios brancos e um pequeno envelope vermelho no meio delas, sentir o aroma das flores e peguei logo o envelope, o abrindo e retirando de lá um pequeno papel branco.

"Desculpa por hoje, eu não queria machucar a cara de bebê, era só que ela já estava me irritando e eu devolvi. - Freen"

Coloquei o papel dentro do pequeno envelope e o deixei em cima da mesinha, peguei meu celular e mandei uma mensagem pra ela agradecendo as flores e dizendo que eu a desculpava, por algum motivo eu não conseguia dizer que tinha ficado com a Hanna, um sentimento estranho se apossava de mim com esse pensamento, então achei melhor não dizer. Logo ela respondeu dizendo que me amava e com um emoticon de sorriso no final. Deixei meu celular em cima da cama e fui tomar um belo e longo banho, quando desci minha mãe já fazia o jantar.

- E então, de quem eram? – minha mãe perguntou assim que entrei.

- Da Freen, a gente meio que se desentendeu hoje e ela mandou pra pedir desculpas. – eu disse pegando suco na geladeira.

- Seu pai devia aprender com a Freen, toda vez que ele faz burrada só vem pedindo desculpas e faz o jantar. – minha mãe disse e eu ri. – Mas tá tudo bem entre vocês?

- Tá sim. – eu disse e iniciamos outro assunto. Logo Irin chegou e disse baixo em meu ouvido que Freen tinha pedido pra ela ajudar comprando as bebidas. Ela disse que ajudaria. E eu agradeci baixinho. Engatamos em um assunto sobre novelas e não demorou muito para que meu pai chegasse.

- Ricardo, quanto tempo tem que você não me dá flores? – minha mãe perguntou e eu comecei a rir por saber do que se tratava.

- Não sei, a Freen tem dezesseis anos, então deve ter mais ou menos isso, lembro de levar flores pra você no hospital quando as duas nasceram. – meu pai disse inocentemente depois de ter deixado um selinho nos lábios de minha mãe e em nossas testas e logo se sentou ao nosso lado. Minha mãe virou pra ele com uma cara de zangada e segurando firmemente uma colher de madeira. Eu queria muito rir, mas tinha medo que ela me acertasse com aquela colher.

- Pois então trate de ser mais romântico, aprenda com a Freen. Uma menina de dezesseis anos tem mais sabedoria do que você. – minha mãe disse e meu pai permanecia com um olhar confuso.

- O que foi que aconteceu? – perguntou baixinho para a minha irmã.

- Vai ver é a menopausa. – ela sussurrou, meu pai percebeu o quanto isso podia ser perigoso e tratou logo de amansar a fera.

- Tá bom amor, eu prometo falar com a Freen. Mas me diz uma coisa, como sabe que ela é romântica? – meu pai perguntou com a mão no queixo. E tentava entender de onde minha mãe tinha tirado isso, ela colocou a travessa de macarrão no forno e lavou as mãos pacientemente, as enxugou e se virou para o meu pai.

- Simples, hoje ela teve uma briguinha atoa com a Becky e só por isso ela já mandou flores, um amor não é? – minha mãe disse e tinhas os olhos marejados, parecia emocionada. O que deu nessa mulher?

- É, um amor querida, prometo ter umas aulas com ela. – meu pai se aproximou de minha mãe a abraçou e beijou seus cabelos. Fomos para a sala e minha mãe chorou com uma propaganda de margarina, todos estranhamos, mas não falamos nada, meu pai ficou ao lado dela e ela se acalmou, não demorou muito para o forno apitar e todos fomos jantar, em família.

A Minha Amiga - FreenBeckyWhere stories live. Discover now