90 - Capítulo

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    POV Freen


A nona semana deu seu início, e de acordo com meu livro, as oscilações de humor dariam seu ar da graça, e eu estou morrendo de medo, sim, eu confesso. Se bem que hoje ela tá um amorzinho, por ser domingo ela resolveu fazer um almoço especial e pediu docemente que eu fosse assistir algum programa na TV e ainda me trouxe uma cerveja gelada, diz se ela não ta sendo uma namorada perfeita? Mas se bem que quando uma mulher diz que você não precisa fazer nada, ela não quer que você fique com as pernas pra cima, e sim que não a atrapalhe, então como eu não quero dar motivos pra oscilações de humor, o que eu fui fazer? Cortar a grama, claro. E agradeci por ter ido no quintal antes dela, Thor tinha deixado um belo de um presente ali, e ela teria brigado por que eu prometi limpar a sujeira dele, joguei fora e comecei a cortar a grama, coloquei o fone de ouvido, e comecei a cortar enquanto cantarolava, péssima idéia, sabe aquele momento que você tem a sensação que está sendo chamado, pois é, retirei o fone de ouvido e olhei pra trás, só a tempo de ver uma laranja acertando minha testa. E me vi caindo no chão.

- Ai. – falei e coloquei a mão na testa por reflexo, olhei pra varanda da casa e vi Becky com mais duas laranjas na mão e com as narinas inflando. Ela me acertou? Cadê a namorada fofinha que eu tinha a alguns minutos atrás. – Que foi, Becky? – perguntei me levantando e pegando a laranja do chão.

- Tô te chamando tem uns dez minutos e você desligada da vida ai, odeio quando você não me escuta... – ela continuou a reclamar indo pra dentro de casa, e eu fui atrás não é? Como uma boa cachorrinha que eu sou. Guardei o cortador de grama e entrei dentro de casa ainda ouvindo ela reclamar. – Parece que não quer me ouvir mais, fica com esse fone de ouvido o tempo todo agora. – pronto, deu pra falar sozinha agora, oscilações de humor primeira prova, vamos lá Freen, seja mulher. Eu comecei a me aquecer pra entrar na cozinha. Vai que eu precisasse correr, não teria que parar por conta de câimbra, entrei na cozinha em passos lentos e ela estava de costas pra mim picando alguma coisa, fiquei feliz em perceber que ela não estava falando sozinha, e sim com o Thor, mas me dei conta que ela usava um objeto afiado nas mãos e que estava puta comigo, e com uma puta oscilação de humor. – Aquela cachorra, só me ouve quando quer transar... –  continuava e vi que ela tinha algumas lágrimas nos olhos, okay, muito puta e emotiva, alguém se deu conta de que eu posso não sair viva dessa cozinha? Me aproximei devagar e quando ela largou a faca pra separar os temperos eu a abracei carinhosamente e tratei logo de segurar suas mãos.

- Amor, desculpa, eu não tive a intenção de não te ouvir, é só que você sabe como eu gosto de fazer as coisas ouvindo música, eu achei que você não fosse precisar de mim. – eu falei com toda calma do mundo tomando cuidado pra que ela não alcançasse a faca. – Por favor, amorzinho, me desculpa vai. – beijei seu rosto e ela pareceu ponderar.

- Tá, só essa vez. – ela disse e se virou pra mim. – Ai meu Deus, Freen. – ela disse e eu me assustei.

- Que foi mulher? Desejos? – perguntei e ela levou a mão até minha testa apertando. – Ai.

- Amor, você tá com um galo enorme. – ela disse, por que será, não é? – Vamos por gelo nisso. –  me puxou pela mão e me fez sentar em uma cadeira, e foi até a geladeira, voltou com o gelo e colocou sobre o tal galo. – Onde você arrumou isso mocinha? –  perguntou com um tom que mostrava estar realmente nervosa, como minha mãe falava. Eu arqueei a sobrancelha, mas me arrependi por que doeu, será que ela não lembra que me acertou, eu olhei pro lado e peguei uma laranja na mesa e mostrei pra ela dando um sorrisinho de lado. – Ai caramba, fui eu. – ela começou a entrar em desespero andado pela cozinha. – Desculpa, eu não queria te machucar, só chamar sua atenção... – ela passava ao meu lado e eu a puxei pro meu colo.

- Tá tudo bem minha vida, agora da um beijinho que passa. – eu disse e ela beijou o galo. – Ai não, mais em baixo. – eu disse fazendo bico.

- Mas o dodói tá aqui em cima. – ela disse apontando minha testa.

- Seu beijo servirá como endorfina, por isso tem que ser na boca, a endorfina vai viajar pelo meu corpo sendo carregada para o meu sistema imunológico... – ela tapou minha boca com a mão me fazendo ficar em silêncio.

- Cala a boca e me beija. –  disse com um sorriso de lado. Ela tirou a mão da minha boca e demos inicio a um beijo cheio de paixão e repleto de carinho, nossas línguas se tocavam e o contato fez o mundo desaparecer, elas se conheciam a tanto tempo, faziam caricias e se massageavam, ela agarrou meus cabelos e eu a abracei com certa força. Nos separamos quando o ar veio a faltar, ela ainda me deu um longo selinho. – Toma, segura isso em cima do galo. – ela me entregou o saco de gelo e eu coloquei na testa.

- Posso ficar aqui olhando você cozinhar? – perguntei enquanto a observava andar de um lado pro outro.

- Por que você gosta tanto de me olhar cozinhar? – perguntou depois de dois minutos.

- Não é te olhar cozinhar em si. – eu disse e ela me olhou confusa.

- Então o que é? – perguntou.

- Eu gosto de observa-la. – confessei e ela abriu um pequeno sorriso corando.

- Por quê? – perguntou meio sem jeito.

- Por que não olharia? – perguntei e ela deu de ombros. – Amor, você é a mulher mais linda do mundo, e cada gesto seu é um atrativo pra mim, seu jeito de andar graciosamente, parece que você nasceu pra desfilar, o jeito como manuseia as coisas com jeito da cozinha, parece que nasceu pra ser uma chefe profissional, o jeito como se senta, parece que nasceu pra ser uma princesa, o jeito que você sorri, parece que nasceu pra ser uma modelo, o jeito como sabe onde está tudo dentro dessa casa e como arruma tudo do seu jeito, parece que nasceu pra ser dona de casa, dessa especialmente, o jeito como brinca com o Thor, parece que nasceu pra ser veterinária, o jeito que lê seu livro na nossa cama, parece que nasceu pra fazer isso, o jeito como você me olha, tenho certeza que nasceu pra ser minha. – eu disse e ela me olhava toda boba.

- Essa é a única certeza que eu tenho, amor. – ela disse vindo em minha direção mais uma vez, eu abrir os braços pra ela e ela se jogou neles, em um abraço, simples, só um juntar de dois corpos em uma expressão de carinho mútua.

 As vezes beijos na boca não demonstra todo sentimento, mas abraços, ah abraços mostram carinho, intimidade, proteção, redenção, a junção de duas almas, e disso eu tenho certeza, minha alma está ligada a de Becky, nós somos o que chamam de almas gêmeas. As vezes um abraço fala mais do que mil beijos, e aquele demonstra o quanto nos amamos, e isso sem precisar dizer mais nada ou de qualquer outro gesto.

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Momentos e momentos ❤ espero que gostem dos capítulos amores ☺

A Minha Amiga - FreenBeckyWhere stories live. Discover now