65 - Capítulo

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   POV Freen


Véspera de natal, e Becky tá me botando doida, misericórdia, são nove horas da manhã, e eu já tive que sair de casa, atrás de qualquer coisa, onze vezes, Toni me ajudou com a árvore e quando ela estava prontinha, Becky disse que não estava aonde ela queria, e que a decoração estava errada, como uma decoração de uma árvore de natal pode estar errada? São luzes, bolas, e uma estrela, como da pra errar nisso? Mudamos a árvore de novo e eu decorei novamente, mas eu fiz exatamente como tinha feito antes, Becky disse que agora estava bom e tive que segurar Toni pra que não esganasse a Becky. Ela só estava nervosa por que era o primeiro jantar que faríamos na nossa casa pra todos nossos amigos e familiares, e ainda era natal, tinha mais gente na minha casa do que eu podia desviar, eu estava carregando uma caixa com presentes quando a campainha tocou.

- Alguém atende por favor. – gritei e tentei equilibrar a caixa, ninguém apareceu, cadê a idiota da Toni quando se precisa dela? Bufei e deixei a caixa no chão, fui até a porta e tive uma surpresa ao abrir a porta.

- Arrume o quarto de hóspedes, olhos verdes. – Ian disse e Claire que estava em seu colo estendeu os braços pra mim, eu a peguei e enchi seu rosto com beijos.

- Oi meu amor, como você está? Tá tão linda, emagreceu? Sua mãe não tá te alimentando direito? – perguntei e recebi um tapa de Lucy.

- Deixa de ser idiota, Freen. – ela disse e revirou os olhos.

- Também te amo baixinha. – beijei a testa da Lucy e deixei que eles entrasse. – AMOR. – chamei Becky que apareceu na sala com uma tigela mexendo alguma coisa enquanto eu apertava a Claire. Becky olhava do Ian pra mim.

- Tio Otto pulou a cerca alguma vez? – ela disse e eu e o Ian nos olhamos negando com a cabeça.

- Eu sempre disse que se parecem. – Lucy falou e foi abraçar Becky.

- Prazer, sou Ian. – Ian se aproximou e beijou a bochecha da Becky.

- Devagar olhos verdes, essa mulher é minha. – eu disse brincalhona e o Ian sorriu pra mim.

- Onde estão as meninas? – Lucy perguntou pra Becky.

- Tão na cozinha, Irin e Demi ainda não chegaram, vamos lá. – Lucy e Becky foram pra cozinha e eu sentei no sofá acompanhada do Ian e com Claire no colo.

- Casa bonita, olhos verdes. – ele disse analisando o ambiente.

- Linda não é? – eu disse e ele assentiu.

- Acha que consigo arrumar uma casa legal assim, por aqui? – Ian perguntou e eu analisei seu rosto.

- Quer comprar uma casa em Miami? – perguntei e Ian sorriu de lado, Claire babava meu queixo.

- Vamos nos mudar pra cá. – ele disse e eu fiquei impressionada.

- Miami? – perguntei e ele assentiu. – Por quê?

- O frio não faz tão bem pra Claire, e ela não gosta de ficar longe de você, ficou com febre três vezes essa semana, e o médico disse que era emocional, só dormia com o urso que você deu pra ela, Lucy sente saudades de Miami e dos amigos daqui, e bom, eu gosto da cidade. – Ian explicou e eu tinha o queixo caído.

- E seu escritório? – perguntei e Claire puxava meu nariz chamando minha atenção, beijei seu nariz e ela se acalmou um pouco.

- Quer ser minha nova sócia? – perguntou e eu nem sabia o que responder, Ian era um dos advogados mais conceituados de Londres, e agora vinha pra Miami e queria ser meu sócio.

- Se você aceitar mais uma sócia, eu iria abrir um escritório com a Cheryl, ela também é advogada e já estávamos vendo escritórios. – eu disse e Ian sorriu.

- Eu sempre gostei do número três. – ele estendeu a mão pra mim que apertei firmando ali um acordo, nós fomos a cozinha e falamos com a Cheryl, que adorou a idéia, todo mundo olhava do Ian pra mim e ficava nos encarando.

- Vocês vão se acostumar, gente. – Lucy disse e todo mundo voltou ao normal, fazendo suas coisas. Mas uma vez a campainha tocou, ninguém nem se moveu, e todos me olharam.

- Oh, eu atendo, não se preocupem, não tudo bem, eu vou lá. – disse sarcasticamente e vi Becky sorrindo, acho que eu não largaria Claire mais, até por que ela também não fazia questão de sair do meu colo. Abrir a porta e vi meus irmãos, e tive uma surpresa maior ao ver dona Anahí ali com eles. Engoli em seco, e vi que eles analisavam a criança em meu colo. Lexa foi a primeira a se jogar nos meus braços tomando cuidado com a Claire e chorar copiosamente, Claire analisava a cena confusa e eu beijei os cabelos da minha irmã. – Não chora, Lex. – ela secou as lágrimas na blusa que eu usava e beijou meu rosto.

- Oi Freen, essa é a Claire não é? – ela perguntou e eu assenti. – Tão linda. – minha irmã estendeu as mãos para Claire que recusou o colo e se aconchegou mais em mim, minha irmã sabia quem ela era por eu ter enviado algumas fotos nos e-mails que trocávamos, dei espaço pra que entrasse e meu irmão veio me abraça, o moleque estava maior que eu. Anahí me analisava ainda da porta e eu sustentava seu olhar, nunca me rebaixaria por uma mulher que deu um tapa no meu rosto por conta da minha orientação sexual.

- Irá me deixar entrar? – perguntou de forma prepotente e eu juro que ponderei em dizer não, mas estava nevando lá fora e por mais que ela merecesse eu não queria que ela sentisse frio, deixei que ela entrasse e a mesma analisava cada milímetro da casa. – As crianças disseram que você está com alguém, mas não disseram quem é, deve ser um homem, pra ter uma filha e uma casa bonita como essa, até que enfim tomou juízo. –  disse e era nessas horas que eu sabia que Marie era minha mãe, e não essa mulher que falava, eu não a reconhecia como a mulher que me levou junto do meu pai ao meu primeiro dia de aula, e que disse que tudo ficaria bem e que sempre estaria ao meu lado. Uma lágrima quis rolar por meus olhos ao lembrar dessas imagens, mas eu não deixei que ela caísse. Não na frente dela.

- Amor, temos visitas. – eu disse sustentando o olhar da Anahí, eu queria poder esfregar minha felicidade na cara dela, mas não era a hora. Becky apareceu na porta da cozinha e eu olhei pra ela que me olhava espantada, Anahí olhou em direção a Becky e eu sabia que ela estava totalmente confusa. Percebi que minha namorada tinha o olhar preocupado, estendi a mão pra ela que veio em minha direção, a abracei de lado e beijei sua têmpora. – Anahi, essa é a Rebecca Armstrong, minha namorada e futura esposa. – eu disse e a boca da mulher a minha frente se abriu em descrença.

............... 


É minha, dona Anahí está na área. 

A Minha Amiga - FreenBeckyWhere stories live. Discover now