40 - Capítulo

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   POV Rebecca


Cheguei na praia, onde um dia eu brinquei com Freen antes da nossa primeira vez e fiquei perdida em pensamentos. Eu passei cinco anos pensando nela, mesmo sabendo que eu fui culpada por ela ir embora, e ter decidido deixar ela seguir em frente, eu queria, sentia, bem lá no fundo que ela era minha, achei que não sentirá dor pior do que senti quando ela foi embora, me enganei, a dor de agora era pior, ela tinha uma família, construiu uma família com a Lucy, eu perdi minha Saro de vez, ela parecia feliz e quem estava ao lado dela compartilhando dessa felicidade era a Lucy Hale, que dever ter Sarocha no nome agora, e de brinde, ainda tinha uma filha. Minha sorte era uma piada, uma terrível, merda de piada, eu deveria voltar pra casa e ir estudar, mas não dá, por que até aquele inferno me lembra aquela diaba de olhos lindos, por isso eu nunca quis mudar nesses anos, e agora eu quero fugir, distância daquele lugar, mas pra esquece-la eu vim na praia que eu vim com ela logo antes da minha primeira vez, eu deveria bater com a cabeça em alguma pedra, eu sou uma piada pior do que minha sorte. Se bem que eu acho que qualquer droga de lugar me lembraria ela, por que não é o lugar em questão, é o músculo incansável do meu corpo, o coração. Bufei pelo que parecia ser a quinquagésima vez nos últimos três minutos. Levantei da areia e limpei meu vestido, que tipo de pessoa vai a uma praia de vestido e senta na areia com o mesmo, é nesses momentos que percebo que estou perdendo a minha sanidade. E tudo culpa daquela idiota, branquela, diaba, gostosa, sexy e casada, droga, não acredito nessa palavra, rumei para o primeiro supermercado que encontrei e peguei cinco garrafas de cerveja gelada, se eu for pirar, que pelo menos seja com um pouco de álcool, pelo menos assim vai ser mais divertido. Fui para o apartamento da Irin, o porteiro me entregou a chave reserva, eu sempre vinha visita-la e ela já tinha falado que quando eu quisesse ele podia me dar as chaves. Rumei para o seu apartamento e lá eu liguei o som. Tocava Use Somebody, cover do Boyce Avenue, essa música dizia tudo o que eu sentia agora. Aumentei o volume e coloquei pra repetir. Já estava na terceira garrafa de cerveja, eu sempre fui fraca pra bebidas, então na terceira eu já não tava tão legal, comecei a chorar e a cantar alto junto com a música.

You know that I could use somebody (Você sabe que eu preciso de alguém)

You know that I could use somebody (Você sabe que eu preciso de alguém)

Someone like you, and all you know, and how you speak (Alguém como você, tudo que você sabe, como você fala)

Countless lovers under cover of the street (Amantes incontáveis disfarçados nas ruas)

You know that I could use somebody (Você sabe que eu preciso de alguém)

You know that I could use somebody (Você sabe que eu preciso de alguém)

Someone like you (Alguém como você)

Eu parecia uma criança, chorava e fungava, e no final bebia um grande gole da cerveja que já não estava tão gelada assim. Os olhos verdes pareciam estar em todos os lugares, ela parecia me observar e eu cantava alto pra ela poder me ouvir.

- Ah, você está aqui. – ouvi uma voz dizer e levantei o olhar vendo Irin e Demi entrando no apartamento. A música ainda tocava pelo que parecia ser a vigésima terceira vez.

- Por que sumiu da casa do Otto? – Irin perguntou.

- Eu queria ficar sozinha. – disse e voltei a beber a cerveja, terminando a garrafa, peguei mais uma, a abrir e voltei a beber.

- Becky, para de beber vai. – Demi veio e se sentou ao meu lado. Não dei ouvidos a ela e continuei a beber.

- Vou ligar pra mamãe. – minha irmãdisse.

- Eu não quero ir pra casa. – eu disse e deitei no colo da Demi. Ela fez carinho nos meus cabelos, nesses cinco anos nos aproximamos muito, ela me contou que Freen tinha falado de mim pra ela algumas vezes, eu fiquei feliz. Mas agora eu só sentia tristeza.

- Alô, mamãe. – ouvi Irin dizer ao telefone. – Ela tá aqui sim. – mais uma pausa, talvez eu levasse uma bronca amanhã. – Ela ta bem, vai dormir aqui essa noite. – que bom que ela vai deixar eu dormir aqui. – Eu cuido dela, mãe, ta bom, tchau. – minha irmã encerrou a ligação e ficou perto de mim. – Becky, levanta vai, chega de beber, você nunca teve estômago pra beber, lembra como você ficou da última vez que você encheu a cara? – ela disse e eu me lembrei da festa da Lauren cinco anos atrás e voltei a chorar, chorar feito uma criança que rala o joelho, comecei a soluçar. – Desculpa, desculpa, eu não queria fazer você lembrar, vem vamos tomar um banho e tentar dormir. – ela pegou a cerveja que eu tinha nas mãos e deixou no chão, me ajudou a levantar e me levou até o banheiro, me ajudou com minhas roupas e deixou eu tomar banho sozinha, depois voltou com um pijama e deixou na bancada da pia e saiu. Voltei a chorar por lembrar que dá última vez que eu tinha bebido muito, Freen que cuidou de mim, que me deu banho e me colocou pra dormir, senti meu coração apertar mais uma vez, terminei meu banho, me enxuguei e vesti a roupa, sai do banheiro e vi Irin abraçada com Demi no sofá, elas eram fofas juntas. Eu ainda estava meio alta, então resolvi ir deitar no quarto de hóspedes, quase não esperei deitar na cama pra poder dormir.

(...)

A manhã chegou e com ela uma pequena dor de cabeça, lembrei de tudo do dia anterior e a dor aumentou. Levantei e fui até o banheiro, lavei o rosto, escovei os dentes com uma escova que eu já tinha deixado ali e fui pra cozinha. Demi e Irin tomavam café em meio a um assunto que eu nem me interessei a ouvir, me sentei ao lado delas e comecei a comer, eu precisava tomar um remédio de dor de cabeça.

- Você sumiu daquele jeito por que a Freen... – minha irmã começou mais eu a interrompi.

- Não quero falar sobre esse assunto, não quero falar sobre nenhum assunto que a envolva, então por favor, respeite minha vontade. – eu disse e ninguém disse mais nada, eu tomei um remédio pra dor de cabeça, me despedi delas com um simples "Tchau" e fui pra casa, já era nove horas da manhã quando cheguei. Minha mãe estava na sala e Ryan andava de um lado pro outro.

- Deixa eu ver quantas horas  são mamãe. – ele disse e pegou o braço da minha mãe olhando no relógio. – Já são nove horas. – o garoto disse e voltou a andar.

- Becky, você chegou. – minha mãe disse ao me ver parada ali, Ryan veio me dar um beijo e voltou a ficar perto da minha mãe.

- É. – eu disse simplesmente.

- Quer conversar? – perguntou de forma doce.

- Não. – eu ainda estava parada perto da porta. A campainha tocou e eu abrir a porta, me arrependi amargamente, meu corpo entrou em ebulição, meu coração acelerado batendo contra a caixa torácica de forma dolorida.

- Oi. – Freen disse de forma simples e eu ainda não conseguia reproduzir palavras, meu cérebro tinha dado uma pane.

- SARO. – eu não gritei aquilo, acho que não. Ryan passou por mim correndo e pulou nos braços da Freen. Eu ainda tinha a boca aberta em espanto, ela estava tão linda, a típica calça jeans, uma regata preta e estacionado em frente a minha casa o Mustang branco, parecia que a vida tinha retornado a pouco mais de cinco anos atrás. Eu ainda parecia uma idiota parada na porta, segurando a maçaneta e olhando para Freen e meu irmão no colo dela.

- Vocês voltam que hora? – ouvi minha mãe perguntando e olhei pro lado, ela estava ao meu lado.

- A tarde, vamos almoçar fora, Bruce disse que podíamos ir ao Mcdonalds. – Freen disse e minha mãe assentiu, aonde eles iriam? – Tudo bem, Becky? - eu balancei a cabeça e me afastei da porta, era tortura demais continuar ali olhando aquela perfeição de mulher, e casada.

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Boa tarde amores ❤❤

A Minha Amiga - FreenBeckyWhere stories live. Discover now