Superman e o Gato de Rua

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N/A: O flashback antecede os acontecimentos de A Droga da Obediência.

Preciso dizer o quanto eu amo o Crânio?


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Crânio olhava de forma monótona para a enorme janela da sala de aula, onde um sol alto do verão americano iluminava os jardins do Massachusetts Institute of Technology e alguns estudantes aproveitavam o dia de sol para ficarem esparramados na grama jogando conversa fora no tempo livre.

A aula, por mais interessante que fosse, não aprendia a atenção do jovem ex gênio dos Karas - agora não mais um menino, mas sim um homem feito, cheio de responsabilidades e algumas preocupações.

Sentia saudades do seu país, da família e dos amigos que precisou deixar pouco mais de seis meses, quando foi aceito no MIT para concluir a tese de mestrado. Uma dessas saudades, porém, era doída a ponto dele se sentir dilacerado por dentro.

Magrí. A sua Magrí. Aquela garota extraordinária que sempre o apoiava em tudo o que ele fazia, não importasse a dificuldade, e a quem ele amava com todas as forças que o coração permitia.

Era surreal como o tempo passou rápido desde que se conhecerem por aquele grupo de amigos maravilhosos que era os Karas, pois parecia que foi ontem que eles combatiam inimigos que nem um policial sonharia em enfrentar. Crânio ainda se lembrava de todas as aventuras que viveram juntos, porém as memórias de Magrí dos últimos anos estavam mais vivas do que nunca em sua mente.

Durante esses devaneios, o rapaz se perguntava se foi mesmo uma boa ideia vir para o EUA. Ele cogitou seriamente em recusar a oferta da universidade por não querer se separar dela por um período longo. Um sentimento de culpa às vezes queria dominá-lo, no entanto Magrí o proibiu de pensar que era egoísta e prometeu que o esperaria, em meio a beijos carinhosos e apaixonados, os dois já sentindo a dor da separação.

Voltou-lhe a memória um episódio antigo, ainda no primeiro ano de amizade, que Crânio percebeu que garota maravilhosa e tão dócil que ela sempre foi nas mais diversas situações.

***

Crânio andava a passos silenciosos a calçada do Colégio Elite, indo para casa depois de um dia cansativo. Gostava de fazer o percurso a pé para esvaziar um pouco a cabeça. Estava pensando no conforto da cama e que merecia tirar a tarde livre para um cochilo, já que havia passado a noite em claro devorando mais um livro.

Ainda absorto nesses pensamentos, quando estava na esquina da escola com o próximo quarteirão, notou um movimento estranho em frente à velha árvore, que a alguns meses antes foi alvo de polêmica por uma construtora que queria derrubá-la.

Parou e franziu a testa, olhando em direção aos galhos. Uma figura esbelta se movimentava entre os eles, em meio a risos abafados. Um par de braços segurando um filhotinho de gato apareceu no meio da folhagem, junto com o rosto vermelho de Magrí. O menino sorriu de forma marota.

Canção Vintage (Crânio & Magrí - Os Karas)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora