Roleta Russa

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N/A: Olá Karas queridos! Sumi, eu sei, mas espero que a demora compense. Espero que os fãs de Miguel e Dani tenham corações fortes ;)

Boa leitura!

Miguel ouvia o tique-taque do relógio com impaciência

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Miguel ouvia o tique-taque do relógio com impaciência. Pela primeira vez, a solidão do escritório naquele fim de tarde o oprimia. O rapaz estava sozinho por exatamente duas horas. Duas exatas e tediosas e espaçosas horas desde quando Dani saiu para aquele raios de reunião.

Não que Miguel não soubesse o que era ficar sozinho. Já estava na Inglaterra tempo o suficiente para se acostumar à solidão e ao som da própria voz na casa que morava. Mas nos últimos tempos, queria companhia, mas não qualquer companhia - lá no fundo da sua mente, mesmo que ainda não tivesse coragem de admitir, ele queria a companhia da moça que sentava à sua frente todo santo dia.

O rapaz suspirou de frustração.

O que havia acontecido com ele? O que estava acontecendo com ele? Nunca havia se sentido assim antes, não de uma forma tão profunda e tão tátil como quando pensava em Dani. E Magrí? O que sentia ou sentiu por ela? A ex menina dos Karas parecia mais como uma miragem distante de sua mente, algo que se perdeu no passado.

Miguel se sentia um traidor de si mesmo. Havia jurado que nunca amaria outra mulher que não fosse Magrí. Mas ali estava ele tentando mentir para si mesmo que estava tudo bem, não ia quebrar a promessa. O beijo, aquela festa, aquelas luzes piscando ao redor dele, a maciez de Dani quando abraçou... Ele balançou a cabeça. Era possível que o afeto pudesse ser transferido a outra pessoa? Não estaria ele querendo substituir Magrí por outra? Isso seria justo para com Dani?

Eram nesses felizes pensamentos que Miguel se encontrava quando a moça em questão voltou para o escritório.

Dani deu-lhe um leve aceno antes de se sentar na própria mesa com um longo suspiro, jogando uma pasta pesada. Miguel fingia que estava trabalhando em um relatório, mas pelo rabo de olho observava a moça. As perguntas que queria fazer martelavam na sua cabeça de forma irritante, não permitindo que ele se concentrasse.

De repente, sentindo-se bem estúpido, Miguel exclamou:

- Está um dia bonito, não está?

Dani levantou a cabeça e o fitou com uma expressão confusa. De forma rápida olhou para a janela e acenou:

- Sim... Está um sol bonito.

Miguel sorriu amarelo. Agora que tinha a atenção dela ia dizer o quê?

- Acho que está bom para fazer caminhada. Eu não caminho há meses. Você gosta de caminhar?

- Não muito - ela se remexeu na cadeira evitando olhar para Miguel - Acho entediante. Prefiro correr na esteira.

Miguel pigarreou sem saber o que responder. Não sabia exatamente qual era o propósito daquela conversa e porque a começou. Até que se deu conta que queria ouvi-la falar, que queria entender a atitude dela em relação para com ele. Por que o estava ignorando? Por que o tratava com indiferença, como se nada tivesse acontecido?

Canção Vintage (Crânio & Magrí - Os Karas)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora