Cordialmente, um Kara - 1986 e 1987

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N/A: Olá Karas! Espero que estejam bem. Passei perrengues para achar tempo para escrever esse capítulo (não é conto... mais ou menos) e também por outro bloqueio *sighs*. Depois surgiu uma ideia que quero explorar nesse "conto" e no próximo... espero que gostem de cartas ;)

 Texto itálico corresponde às cartas, texto normal corresponde ao narrador.

Boa leitura!

Troca de cartas dos ex- Karas datadas entre 1986 e 1987

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Troca de cartas dos ex- Karas datadas entre 1986 e 1987. A maioria foram enviadas para a Peggy McDermott e foram encontradas num velho baú da garota (essas cartas foram traduzidas com algumas omissões). O conteúdo de algumas cartas acabou se oxidando pelo tempo e os textos ficaram ilegíveis. Possíveis erros de redação foram preservados.

I

São Paulo, 12 de dezembro de 1986

Querida Peggy,

Não vejo a hora de nos reencontrarmos depois de tantos meses longe uma da outra. Tenho tantas coisas para te contar e desabafar que talvez vamos precisar virar a noite conversando (para o desgosto das nossas treinadoras!). Foi com muita dificuldade que consegui parar para responder a sua última carta.

Este último ano foi o mais conturbado da minha vida e estou agradecida que finalmente ele está terminando. Dá para acreditar que ano que vem eu estarei me formando? Estou feliz, é claro, mas você sabe também que essa felicidade tem um gostinho muito amargo.

Respondendo a sua pergunta, Crânio e eu não estamos nos falando muito. Ainda doí pensar naquilo e no que ele me disse. Sei que lá no fundo ele tem um pouco de razão, porém não consigo deixar de pensar que é injusto para comigo. Ah Peggy, será que estou sendo egoísta de querê-lo para mim ignorando os sentimentos de Miguel? Mas depois eu me sinto horrível por feri-lo e magoá-lo mais do que já magoei. Ele só gritou com Crânio na ocasião, mas eu acho que ele deveria ter gritado comigo também, talvez eu me sentiria menos horrível.

Mas no fundo eu sei que ele ainda se importa comigo, porque no último jogo do campeonato de vôlei eu te contei que eu bati o joelho com muita força e fiquei mancando por alguns dias. No dia seguinte, após a partida, esbarrei nele no corredor e ele me perguntou do meu joelho, e se eu tinha certeza que poderia jogar a próxima partida. Eu ainda estava com muita raiva (e acho que ainda estou) porém ele estava com aquela carinha dele de cachorrinho abandonado que eu quase fiz uma grande estupidez como agarrá-lo ali no mesmo corredor...

Claro que não fiz isso (fiquei muito tentada!) e contei que eu estaria melhor até o próximo jogo. E melhorei mesmo, só precisei tomar cuidado para não forçar demais e estou até agora colocando uma compressa de gelo antes de dormir.

Você perguntou do Miguel na sua última carta... Bem, a última vez que eu conversei foi brevemente após a vitória que teve nas eleições do Grêmio. Foi muito constrangedor e mal conseguíamos olhar na cara um do outro. Ele foi muito formal e frio e parecia querer sair correndo de perto de mim como se eu fosse uma espécie de fantasma — bem talvez eu seja mesmo.

Canção Vintage (Crânio & Magrí - Os Karas)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora