Impasses - Parte II

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N/A: Olá Karas, quanto tempo! Demorei para atualizar porque as responsabilidades da vida não estavam deixando eu respirar, mas agora as coisas se acalmaram (espero rs). Também tive um bloqueio com esse capítulo e quase desisti dele por um tempo, porém graças a Deus consegui escrevê-lo. Parece que quanto mais a fic chega perto da sua conclusão, mais difícil se torna deixar os acontecimentos coerentes. 

Enfim, boa leitura!

Enfim, boa leitura!

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Londres, 1995

O Hyde Park estava ainda cheio naquele início de noite. Crianças corriam e brincavam perto dos pais que as assistiam com expressões de riso e às vezes preocupação quando desejavam fazer algo perigoso. Haviam casais passeando e namorando entre as belas roseiras e árvores iluminadas. 

Só havia um "casal" que não partilhava de nenhum romantismo — salvo os olhares furtivos que o rapaz dirigia a moça enquanto estavam sentados em um dos bancos. O cabelo vermelho da jovem reluzia sob a luz das lâmpadas, e os braços nus se arrepiaram pelo vento frio que levantou as folhas do chão.

— Aqui, fique com o meu casaco — disse o rapaz estendendo a peça para a moça.

Ela crispou os lábios pela oferta, mas deixando o orgulho de lado, aceitou o casaco e passou os braços para dentro das mangas. Dani se sentiu minúscula dentro do tecido pesado, porém ao menos não estava mais com frio. Discretamente aspirou. O casaco estava envolvido pelo perfume dele, que ela conhecia muito bem. 

A dor que a acompanhava a quase uma década estava no limite do insuportável. Não conseguia encará-lo.

A voz de Miguel a despertou dos seus pensamentos sombrios:

— Você tem arrependimentos, Dani?

Dani sentia o olhar dele sobre si, mas tentava ao máximo ignorar o que ele causava nela. Se tinha arrependimentos? Talvez... Alguns.

— Claro, acho que todo mundo tem — murmurou ela — Por que comigo seria diferente?

— Eu tenho muitos — suspirou Miguel — Se eu pudesse voltar no tempo, faria muitas coisas de forma diferente...

Dani tinha medo da resposta, mesmo assim indagou:

— É sobre os seus amigos...? É sobre Crânio e Magrí?

Os olhos de Miguel eram o retrato da tortura quando encarou de novo o perfil de Dani.

— Eles também... assim como os outros. Mas há outros arrependimentos... — ele engoliu em seco — Desses que apenas nos damos conta quando é tarde demais, quando o dano já foi feito.

Dani cravou as unhas pintadas de preto na palma da mão direita. Poderia ele estar falando dela própria? Não, Miguel jamais seria tão franco e aberto dessa maneira. Conhecia-o muito bem e sabia que ele preferia morrer do que dizer em voz alta o que de fato sentia (tal qual como ela às vezes...).

Canção Vintage (Crânio & Magrí - Os Karas)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora