Affari di Famiglia - Parte I

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N/A: Olá queridos leitores, como vão? Espero que todos estejam bem, estava com saudades de aparecer por aqui rs.

Meu bloqueio não passou completamente ainda, infelizmente. Mas na medida do possível, estou me esforçando para continuar a escrever, afinal isso faz parte da vida de qualquer escritor e temos que aprender a contorná-lo. Acho que a complexidade deste enredo - por mais que eu ame o tema - não ajude muito, mas vida que segue né?

Espero que curtam esta primeira parte que se passa logo após os eventos de Pântano de Sangue. Pensaram que a história da máfia acabou? Tsc, pensaram errado...

 Pensaram que a história da máfia acabou? Tsc, pensaram errado

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O ar da sala estava muito abafado. A única janela minúscula grudada à parede estava trancada. A fumaça que saía do charuto do delegado impregnava cada partícula de oxigênio que entrava pelas narinas de Crânio.

As mãos do garoto suavam e a garganta estava seca, mas não queria beber da garrafa d'água sob a mesa à sua frente. Piscou várias vezes e calculou há quanto estava ali, sentado naquela cadeira dura e desconfortável. As costas queria começar a doer, mas não ligou. Nada poderia lhe distrair ou tirar sua atenção.

Ao lado do delegado, que lia suas anotações tragando mais uma vez o charuto, estava a única pessoa conhecida do garoto, o detetive Andrade. O gordo policial suava e tentava limpar os pingos de suor da careca sem muito sucesso. O olhar dele percorria das folhas nas mãos do delegado para Crânio, como se desejasse que aquilo tudo terminasse logo. E realmente queria, era fato que o gênio dos Karas constatou na expressão do policial.

Na última cadeira, ao lado do detetive Andrade, mais mudo do que um monge na clausura, estava um homem de mais ou menos trinta anos de uma expressão muito severa e feições bem desenhadas. Era o único que parecia estar mais à vontade no ambiente, pois suas pernas cruzadas sobre a outra e o olhar um pouco blasé ao mastigar as pastilhas para garganta da mesa do delegado, indicavam claramente para Crânio o tédio do homem. Não suava e o cabelo negro perfeitamente penteado continuava no lugar, ao contrário do seu próprio, que estava mais desgrenhado do que nunca e não sabia o que era um pente há mais de duas semanas. Na lapela do casaco do homem havia um crachá pendurado onde lia-se Samuel Tyler, Interpol.

O longo suspiro e estalar de dedos do delegado despertou Crânio de suas observações.

— Muito bem, meu rapaz. A sua história bate perfeitamente com as investigações feitas pela polícia de São Paulo nas últimas semanas, além das informações extras da polícia federal depois do ocorrido... — ele pigarreou — Pelo menos a impressa tem algo para se ocupar por um bom tempo... Depois da gafe da coletiva de imprensa, tanto melhor...

Crânio sorriu fracamente pelo comentário do delegado. Sabia muito bem o que, ou melhor, quem tinha garantido que as investigações em São Paulo continuassem. O coração do garoto sempre batia um pouco mais forte quando pensava nela. Sentia saudades da mocinha, principalmente depois dos horrores no Pantanal.

Canção Vintage (Crânio & Magrí - Os Karas)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora