Persuasão & Poder

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N/A: Olá queridos leitores! Espero que ninguém tenha muitos faniquitos quando começar a ler este conto hahaha. Coloquei uma ideia antiga no papel para ver no que dava e gostei do resultado. Dicas valiosas: Prestem atenção nos detalhes, incluindo a música ;)

Aliás, temos alguns spoilers grandes de A Droga da Amizade também. Estejam avisados.

Ps: A primeira parte está um pouco pesada... :<

Boa leitura!

Boa leitura!

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"Não poderia ter havido um par de corações tão aberto, nem gostos tão similares, sentimentos tão harmoniosos, comportamentos tão amados. Agora eles eram como dois estranhos; não; pior do que estranhos, pois nunca poderiam vir a se reconhecer. Viviam um afastamento perpétuo".

- Jane Austen (Persuasão)

Magrí fechou a porta do consultório com um sorriso de satisfação. Cumprimentou Adélia, a competente recepcionista e saiu para pegar o elevador. Há um ano ela inaugurou o próprio consultório pediátrico. Em pouquíssimo tempo, conseguiu uma leva grande de pacientes de todos os tipos. Os preços camaradas que fazia para crianças de baixíssima renda que sofriam de desnutrição, começaram a fazer o nome da jovem médica no bairro como fogo em palha.

Entrou no carro e se olhou rapidamente no retrovisor. Havia cansaço nos olhos de Magrí, e sendo sincera consigo mesma, não tinha desejo nenhum de voltar para casa. Fitou as mãos ao volante, a aliança de casamento brilhando à luz do sol no dedo anelar.

Cinco anos. O tempo passou tão rápido assim? Há cinco anos, disse sim para o seu melhor amigo de infância, um dia feliz, apesar da ausência sentida de uma pessoa.

Magrí balançou a cabeça, ligou o carro e deu partida. Era hora de seguir em frente, certo? Hora de se preocupar com a própria família que desejava ter, os filhos... Não teve sorte neste último quesito. Todos os meses antecipava e pensava "é agora!", mas no fim sempre se decepcionava e chorava com amargor. O que havia de errado com ela?

Guardou o carro na garagem do casarão que vivia, respirou fundo e olhou para a janela da sala com a luz acessa. Não estaria sozinha naquela noite pelo menos. Sorriu de forma cálida.

Quando adentrou a imensa sala, Magrí encontrou o marido com a cara enfiada no computador. Ela o abraçou com ternura.

- Você deveria deixar um pouco desse trabalho para amanhã e jantar comigo, o que acha?

Ele segurou a mão dela com um sorriso amarelo.

- Eu gostaria, mas ficou muito coisa ainda para fazer, querida. Preciso terminar, mas vou tentar não prolongar...

Magrí suspirou e o soltou. Tirou os sapatos e se jogou no sofá, encarando as costas do marido. Ele estava mais curvado, os olhos cansados, a boca naquela expressão típica dele que não quer conversar.

Canção Vintage (Crânio & Magrí - Os Karas)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora