Natureza do Perdão

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N/A: Olá queridos Karas!! Estou muito contente com esse conto, porque fazia tempo que eu não escrevia tudo numa tacada só haha. Nem eu acreditei o quanto fluiu rápido as cenas e os diálogos. Também não é para menos, porque Miguel e Dani é um casal que quero mesmo continuar desenvolvendo ;)

Parte do início desse conto se passa um ano antes dos acontecimentos da vida dos Karas em 1995. Quem tem problemas respiratórios, eu indico ler com cuidado. Altas emoções por aqui.

Boa leitura!

Londres, Fevereiro de 1994

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Londres, Fevereiro de 1994

O tempo ameno com a leve brisa de inverno que batia na janela não amenizava os temores da garota sentada na sala de espera. As mãos pálidas dela suavam enquanto ela apertava a pastinha com documentos apoiada no colo. Ela respirava fundo a cada cinco segundos e olhava com impaciência para o relógio — tinha chegado muito mais cedo do que deveria. Mal havia desembarcado no país e já se apresentou para trabalhar na secretaria da Embaixada brasileira. Tinha ido bem na prova, passou na entrevista ainda no Brasil e agora era chegado o momento.

Para ser sincera, Dani queria apenas deixar o passado para trás e começar uma nova vida na terra da rainha. Já havia estudado na Inglaterra por seis meses durante o ensino médio, conhecia muito bem o país, tinha um inglês perfeito e alguns amigos que não perdeu contato. A moça sempre quis estudar arte na Royal College of Arts, mas não sabia explicar porque demorou tanto para enviar a candidatura.

Terminou a escola, passou uns três anos entregando alguns trabalhos de pintura para alguns poucos clientes e estudando por conta própria, mas precisava de técnica e contatos na área. A RCA era uma grande oportunidade, mas precisaria de um emprego para pagar o curso e se manter no país. Por que não na embaixada, pensou ela na época, não era uma função difícil e os horários de trabalho eram bons.

A família não ficou muito feliz com a decisão dela de voltar para a Inglaterra. Crânio queria que ela continuasse por perto e fosse para a USP. Mas só de imaginar a vida no campus e tantos conhecidos que poderiam estar por lá, Dani descartou por completo, para a tristeza do irmão e da cunhada, Magrí. Ela sorriu com a lembrança. Claro que eles ficaram felizes quando ela recebeu a carta de aceitação da RCA semanas depois, assim como os pais — a mãe chorou de orgulho, e Dani teve que lidar com um jantar de despedida com todos os amigos da família antes de sua partida.

"Cuidado por lá, viu irmãzinha? Fique longe dos ingleses, não confio neles", brincou Crânio que levou um tapa no braço da irmã, mas não pode evitar a risada — ele sempre seria o irmão mais velho protetor irritante. No aeroporto, Dani quase desistiu da viagem quando foi se despedir dele. 

O rapaz também iria embora em breve para os EUA e não tinham idéia de quando se veriam de novo. Crânio piscava loucamente tentando conter as lágrimas quando abraçou a irmã, enquanto Dani deixou que alguns soluços escapassem no peito dele. Adorava aquele idiota, e não sabia o que seria dela sem ele para fazê-la rir. Na primeira vez que ela foi para o UK a despedida não foi tão dolorida em comparação com aquela — uma despedida que tinha gosto de durar por muito tempo.

Canção Vintage (Crânio & Magrí - Os Karas)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora