N/A: Olá Karas, tudo bem? Deixa eu explicar o que é este conto — já que não estava programado originalmente — mas que eu resolvi escrevê-lo para participar do Concurso São Valetim da página SuspenseLP aqui do Wattpad (por isso foi publicado também de forma separada no meu perfil).
Este conto é meio que um universo alternativo dos Karas (vocês vão entender porque), e pode ser lido de forma independente dos outros contos. Não vou dar mais detalhes, pois eu posso estragar o "enigma" da coisa haha :P
Espero que gostem ;)
— Eu não sei mais o que fazer, Crânio. É como se toda a minha vida só andasse em círculos, sem direção nenhuma — Magrí suspirou de forma triste — Achei que a vida adulta seria mais fácil do que isso.
Do outro lado da mesa, Crânio sorriu com tristeza. O rapaz bebeu do conteúdo da taça deixando o álcool impregnar no sangue. Estava tudo bem. Deixou o carro na garagem, voltaria de táxi. Tudo sempre ficaria bem com ele, pois aprendera a lidar com as adversidades melhor do que a bela jovem mulher à sua frente.
Magrí fazia círculos com o dedo mindinho na boca da taça, deixando reluzir à meia luz do barzinho, as delicadas unhas pintadas de vermelho carmesim. Ela o fitou com o seus belos olhos, que eram capazes de puxá-lo para um abismo fora da realidade. Sorriu com doçura. Por alguns leves instantes, Crânio se segurou para não se inclinar pela mesa e beijá-la.
Não. Não podia fazer isso. Era cedo demais, ela tinha... bem, não importa. Sentia-se muito cretino ao pensar aquilo, enquanto Magrí provavelmente apenas via ele como um velho amigo de escola.
— Nunca acreditei que as coisas seriam mais fáceis só porque podemos ser presos e ficar bêbados — Crânio falou num tom leve para fazê-la rir e conseguiu — Acho que quanto mais o tempo passa, quanto mais velhos ficamos, a vida vai te afunilando mais, você apanha mais. Pelo menos é o que o meu pai sempre diz...
Ele parou quase não dizendo a última frase. O rapaz piscou e bebeu um pouco mais da copo. Magrí percebeu o desconforto, e de forma suave, fazendo um leve carinho na mão direita de Crânio apoiada na mesa, sussurrou:
— Eu sinto muito sobre o seu pai. Muito mesmo.
Crânio detestava se sentir tão vulnerável daquele jeito. Contudo, os últimos dois anos desde o que aconteceu com o pai deixou os nervos do rapaz em frangalhos. Precisava ser um rocha, uma coluna de serenidade e ação para a mãe e a irmã, ao mesmo tempo que reprimia o próprio sofrimento. Sentia-se mais velho do que vinte e dois — às vezes achava que tinha cinquenta.
— Obrigado — murmurou constrangido — Eu vou ficar bem. Vamos ficar bem, não se preocupe conosco, Magrí.
A jovem balançou a cabeça com uma expressão de súplica.
— Você não pode querer lidar com isso sozinho, Crânio. Eu posso ajudar, tenho colegas de classe já formados que trabalham naquele hospital, excelentes profissionais de psiquiatria que podem amenizar...
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Canção Vintage (Crânio & Magrí - Os Karas)
Fanfiction[Vencedora do Wattys 2018 na categoria Remixadores] E se as coisas tivessem seguido um curso diferente para Crânio e Magrí do que foi apresentado em A Droga da Amizade? Qual poderia ser o destino do casal e dos Karas? Para responder isso, é necessár...