Nuances do Eufemismo - Parte I

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N/A: Olá Karas, tudo bem? Quanto tempo! Como eu avisei no meu perfil, estou sem notebook por alguns dias e precisei dar um jeitinho para postar, por isso a demora para sair. Não sei até quando vou ficar sem meu note, mas espero que em breve as coisas voltem aos eixos <3

Para quem já esqueceu, esse conto se passa no Elite em 1986 e os Karas estão com um problemão para resolver sobre o possível fechamento do colégio.

Boa leitura!

Se ele estivesse nos EUA, os dias não teriam corrido como daquela forma

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Se ele estivesse nos EUA, os dias não teriam corrido como daquela forma. Quinze dias pareceram que foram apenas algumas horas. Crânio tinha esquecido que havia um mestrado para concluir, um professor orientador muito exigente que lhe mandou vários e-mails durante a folga e toda aquela expectativa silenciosa sobre quando seria o seu triunfo.

Enquanto lia de forma preguiçosa os e-mails acumulados no velho computador, que ainda conservava no antigo quarto na casa dos pais, Crânio massageou as têmporas e suspirou cansado. Depois que terminasse aquele bendito mestrado, ia arranjar um emprego, casar com Magrí e ficar quieto e sossegado por um longo tempo antes de se meter com o mundo acadêmico de novo.

Não era que o rapaz não gostasse da vida intelectual, pelo contrário: ainda mantinha o hábito de estar sempre lendo e aprendendo alguma coisa nova. Porém, toda aquelas burocracias do corpo acadêmico sobre como deveria escrever e o que deveria estudar já estava lhe dando nos nervos. Precisava dar um tempo.

Ia excluir mais um e-mail que tinha cara de spam quando parou e aproximou o rosto da tela do computador. Leu o e-mail esquisito repetidas vezes. 

Não... Era spam ou algum engraçadinho querendo arrancar dinheiro fácil dele. Contudo, a mensagem o deixou perturbado horas depois quando levou Magrí para jantar.

A moça, é claro, percebeu que havia algo errado com o namorado. Ela tinha acabado de contar uma história engraçada dos primeiros jovens pacientes, mas Crânio apenas acenou e sorriu. Magrí franziu a testa.

— Você está muito esquisito hoje, querido. O que foi?

— Nada não, não se preocupe — ele se endireitou na cadeira e segurou a mão direita dela por cima da mesa — Só não estou querendo pensar que logo eu já vou embora...

A expressão de Magrí murchou um pouco e ela apertou a mão dele de volta. Crânio se sentiu mal em mentir (ou omitir) e trazer à baila a sua partida cada vez mais próxima, mas foi por uma boa causa. Não queria deixar a noiva mais preocupada com ele do que o habitual. Iria deixar o e-mail idiota para lá.

— Mas não vamos pensar nisso, minha querida — o rapaz sorriu carinhoso — Temos tempo ainda e vamos aproveitá-lo, ok?

A expressão dela se iluminou, e logo ela já estava falando em um tom mais animado. Crânio queria ignorar o sentimento ruim que queria perturbá-lo e empurrou os pensamentos pessimistas para o canto mais distante da mente.

Canção Vintage (Crânio & Magrí - Os Karas)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora