A Única Coisa que é Real

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N/A: Olá Karas, tudo bem? Voltei dos mortos kkkk. Falando sério, achei que eu não conseguir postar mais! Peço desculpas, mas adoeci nas últimas semanas de uma gripe que me deixou de cama, sem contar a correria do dia a dia... Enfim, vida que segue (ainda não estou 100%, mas espero estar da próxima vez que aparecer por aqui)

Esse conto.... não vou comentar ainda. O título eu tirei da música (acima) do Johnny Cash.

Boa leitura!

Boa leitura!

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1995

Magrí cantarolava enquanto atravessava o imenso corredor do hospital com uma pasta de histórico de pacientes nas mãos. Sorriu ao se recordar de quando era criança e morria de medo dos corredores de hospitais. Não conseguia deixar de pensar na ironia de tudo aquilo, agora que era uma médica quase formada — apesar de ainda ter um longo caminho pela frente.

Ela adentrou, quase sem fazer barulho, a sala de arquivos. Era um dia tranquilo no hospital da universidade, o que era raro de se ter. Precisou cuidar de algumas emergências e passou a maior parte do dia na ala infantil. Porém, depois do almoço ela ganhou um tempo ocioso, sendo assim foi ajudar uma das colegas.

Só havia o som de alguns pacientes em recuperação passeando no jardim. Sem querer, assim que adentrou a sala, Magrí deixou a pasta cair e a papelada se espalhou pelo chão. Com um suspiro, ela se abaixou passando a reunir os papéis tentando seguir a ordem meticulosa que estavam. Os olhos percorriam os nomes dos pacientes... Quando ela ficou imóvel e arregalou os olhos.

"Não pode ser", pensou sentindo o coração acelerar e os ouvidos zumbirem. Leu novamente o histórico, piscou e balançou a cabeça. Fez alguns cálculos — tudo se encaixava com o que estava descrito no histórico. 

Ela deu um pulo quando alguém abriu a porta da sala:

— Tudo bem aí?

A voz animada de Denise quebrou o estupor de Magrí. A jovem forçou um sorriso e tentou soar o mais despreocupada que pudesse.

— Tudo ótimo, Denise. Eu só dei uma de desastrada e acabei derrubando tudo.

Denise riu e passou a ajudar Magrí, que tinha se levantado do chão com a chegada da colega. Engoliu em seco — precisava confirmar as informações que tinha lido. Ainda não tinha se esquecido do que aprendeu com o Calú no tempos dos Karas quando precisava atuar um pouco. Aquela era uma hora em que precisava se esforçar ao máximo.

— Denise, você acompanha esse paciente aqui, não é? — ela apontou para a folha que ainda segurava e que a tinha deixado tão perturbada.

— Sim, eu acompanhei a cirurgia — Denise franziu — Por quê?

— Não, é só que eu me lembrei desse caso, mas não tive mais notícias.

Magrí deu de ombros e Denise acenou.

— Sei que a gente não pode ficar comentando dos nossos pacientes — continuou Denise — Mas esse foi um caso que me entristeceu muito. Não há muito o que se fazer, coitado.

Canção Vintage (Crânio & Magrí - Os Karas)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora