Verdade ou Xeque-Mate - Parte I

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N/A: Posso ter ficado com raiva da Magrí em alguns momentos nos livros, mas aqui ela é uma fofa, apesar de eu estar com dó dela nas cenas do futuro...

Eu adorei escrever esse conto pelo estudo de personagem que precisei fazer, o que me deu uma ideia de fazer algo parecido como um bônus no meu original :)

Conto após os eventos de A Droga da Obediência.

Um doce aroma de canela preenchia o ar do apartamento enquanto Magrí revirava os objetos do seu passado com uma caneca de chá nas mãos

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Um doce aroma de canela preenchia o ar do apartamento enquanto Magrí revirava os objetos do seu passado com uma caneca de chá nas mãos. O jornal do dia jogado ao chão, com a capa borrada pelo líquido, estampava 1 de Julho de 1995.

Era como se alguém lhe tivesse dado uma máquina do tempo que a permitia reviver todos aquelas lembranças dos anos no Colégio Elite. No entanto, aqueles momentos também traziam à tona coisas negativas, que foram motivos de dor de cabeça anos mais tarde para ela.

Um dos problemas mais complicados de lidar foi com Miguel. Por muito tempo, Magrí conviveu na dúvida sobre os próprios sentimentos em relação ao rapaz, seu coração adolescente não sabendo distinguir que tipo de amor tinha por ele. Lá no fundo ela sabia qual era, mas temia a reação dele no dia que descobrisse, pois não queria magoá-lo. Porém tudo estava equilibrado numa corda bamba e por conta disso, os Karas quase se separam por definitivo, enquanto ela estava nos EUA disputando o mundial de Ginástica Olímpica.

Bem antes desse triste acontecimento, porém, ela já reconheceu os sinais de que Miguel gostava mais dela do que uma amiga e que ele suspeitava da amizade dela com Crânio após os eventos da droga da obediência.

Era verdade que depois daquele aventura, o relacionamento dela para com Crânio passou por uma mudança esquisita que nenhum dos dois sabia nomear. O fato dela o ter beijado depois da briga no forro do vestiário complicou ainda mais as coisas. Mas lembrava-se de ter gostado, e também do embaraço quando precisou enfrentar as consequências.

***

O ruído de vozes soavam como uma música de fundo na sala de aula ocupada por alguns estudantes sentados em duplas. Era uma gostosa manhã de sábado, com um céu claro e vento ameno pelas ruas de São Paulo, um ótimo dia para correr, jogar bola ou andar de bicicleta.

Não para aqueles estudantes, entretanto. Todas essas delícias deveriam ser deixadas para mais tarde, pois aquela seria uma manhã de estudos para alunos com notas baixas, com a ajuda de seus instrutores.

Magrí estava acomodada em uma carteira quase no fundo da sala com sua "aluna" do sexto ano que parecia que o gato havia comido a língua. A garota apenas disse o nome - Carla - e sentou-se fingindo que a mais velha nem existia. Magrí suspirou já antecipando que aquela seria uma manhã difícil se Carla não estivesse disposta a melhorar o Espanhol.

Dar aulas de reforço, junto com os outros alunos, era um dos prazeres de Magrí além do esporte. As companheiras de time caçoavam dela por preferir passar duas manhãs de sábado por mês ajudando uma pirralha, do que se jogando na piscina dos clubes e paquerando os meninos. A garota aprendeu a ignorar e dar de ombros para as provocações, afinal foi a própria que se voluntariou para dar aulas de reforços, porque gostaria de ajudar e ser útil para outros alunos que em sua maioria, tanto a admiravam por suas habilidades na ginástica e no vôlei. Era a sua forma de retribuir tanto carinho.

Canção Vintage (Crânio & Magrí - Os Karas)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora