Impasses - Parte I

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N/A: Olá Karas! Mais um conto dividido rsrs não era bem a ideia original, mas já me acostumei com isso. Para quem estava com saudades de um casal aí de um certo líder dos Karas e uma ruiva.... Para quem não se lembra, parte dos eventos narrados aqui do casal em 95 ocorrem um tempo depois do conto Natureza do Perdão ;)

Além disso, tem spoilers do romance David Copperfield do Charles Dickens.

Boa leitura!

Londres, 1995

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Londres, 1995

Dani tentava ao máximo manter o sorriso no lugar enquanto os visitantes da exposição passavam ora cumprimentando-a, ora fazendo perguntas sobre os seus quadros. O salão de eventos da Royal Academy of Arts estava apinhado para a primeira exposição dos trabalhos dos melhores alunos da instituição. Era uma noite muito importante para a sua vida de artista plástica, e apesar de já ter participado como expositora em outras ocasiões, aquela ocasião era ainda mais solene pela projeção que poderia ocorrer.

Tinha colocado o melhor vestido - um de corte longo na cor preta que ia até as canelas com delicados detalhes em dourado, sem mangas ou alças deixando os belos braços nus. Até mesmo tinha ido ao salão para enrolar o cabelo - que caía em cascatas vermelhas nas costas - e fazer a maquiagem, que destacava os olhos dela.

Se não estivesse tão nervosa e ansiosa, Dani teria notado que muitos olhares masculinos se viraram para observá-la com mais atenção entre os transeuntes, olhares esses que não estavam agradando um certo rapaz do outro lado do salão que a estudava com atenção.

Miguel tentava conter as carrancas e o nervosismo. Ela ainda não o tinha visto, e pensava na melhor maneira de se aproximar sem dar-lhe a oportunidade dela jogar alguma coisa nele.

Quase três semanas haviam se passado desde o derradeiro primeiro e último encontro deles. Dani pediu demissão no dia seguinte do encontro desastroso, e Miguel ouviu pelas fofoqueiras da Embaixada que a moça havia conseguido um trabalho de guia de turistas na National Gallery - coisa que dava um sorrisinho cínico de satisfação naquelas linguarudas, pois elas apenas imaginavam a razão de Dani ter largado um emprego que pagava tão bem.

Apesar disso, Miguel estava aliviado pelo bem estar dela, pois a culpa de ter sido a razão da demissão o consumia de forma amarga. Tentou ligar algumas vezes para casa de Dani, mas ela nunca atendia. Parecia que ela tinha sumido do mapa e constatou também que ela sumiu da vida dele. Bom... era merecido, sempre pensava.

Miguel mal prestava atenção na exposição e nas pessoas que o cumprimentavam, enquanto caminhava lentamente para onde ela estava parada conversando com os visitantes de forma animada. Os quadros que mostrava eram exatamente aqueles que ele imaginava que ela faria: muitas cores, paisagens e natureza morta. Dani não tinha ainda percebido a presença dele, o que deu-lhe tempo de admirá-la - ela estava mais bonita do que nunca.

Por fim, ela levantou o rosto, viu quem estava na frente dela e empalideceu. Ali em público ela não teria coragem de jogar nada nele ou grita, ou virar as costas - afinal ele tecnicamente era um visitante. Com o lábio inferior tremendo, ela apenas acenou de forma muito educada e formal.

Canção Vintage (Crânio & Magrí - Os Karas)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora