Capítulo 9

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– Judith! – Gael correu até a garota que ajeitava os livros. – Alan... Ele está em heat!

– O quê?

– Ele está exalando feromônios em demasia. Ele atrairá a atenção de alfas se ficar sem supressores.

– Você tem certeza? – Ergueu uma sobrancelha, descrente. Mas de repente tudo veio a sua mente e ela se lembrou da pele febril do ômega, das suas pupilas dilatadas e da submissão com Elias. – Eu tenho supressores, cuide dele e... – Se calou, se lembrando que Gael era um alfa. – Você não pode ficar perto dele.

– Certamente que posso. Eu tomo uma injeção mensal que inibe eventuais desejos sexuais.

Judith o olhou assustada.

– Você prefere tomar injeções anti-cio do que sentir tesão?

Gael se encolheu um pouco, tímido. Ele odiava quando as pessoas falavam sobre sexo, e sentir toda aquela atmosfera sufocante que Alan tinha construído, fez sua mente ficar ainda mais conturbada.

– Eu não sei lidar com isso...

– Alan tem hormônios fortes – Mudou de assunto, percebendo que Gael estava incomodado. – Meus supressores talvez não deem conta, mas precisamos testar.

Judith vasculhou dentro de sua mochila, encontrando os supressores que funcionavam muito bem em ômegas fêmeas, mas em machos a situação era bem mais intensa.

– Você trancou a porta e pediu para que ele ficasse quieto? Alan ouvirá bem mais um alfa nesse caso do que eu.

Se virou para trás, com o comprimido na mão, mas levou um susto quando viu Gael muito perto do seu corpo com os olhos arregalados como se estivesse em pânico. As sobrancelhas poderiam tocar a raiz do seu cabelo branco e liso que se esforçasse um pouco mais.

– Está tudo bem, Gael – Seus olhos escuros transmitiam segurança. – Alan ficará bem.

– Eu nunca tinha visto um heat antes... – E nunca tinha sentido seu sangue correr e seus músculos crisparem quando viu Alan tão submisso, tendo plena consciência que aquilo o afetava. Gael adorou quando percebeu que Alan estava todo trêmulo, arrepiado e choroso, seu corpo se arqueando no desespero de receber suas carícias. Ele sentiu um prazer sádico ao vê-lo assim.

– Mas eu vou precisar da sua ajuda. Você é confiável, e alfas podem ajudar a minimizar os efeitos do cio em ômegas, mesmo que não os toque.

– Você quer que eu fique lá dentro? – Caminhou para trás, como se Judith fosse algo venenoso.

– Alan só precisa se sentir seguro. É apenas isso. Fique na vista dele e não teremos problemas de um ômega choramingando e chamando ainda mais a atenção dos alfas da loja.


– Eu não vou precisar tocá-lo, não é?

Perto da porta, mesmo que ela estivesse fechada, Gael conseguia ouvir gemidos, barulhos molhados e choramingos e aquilo o fez perguntar uma terceira vez para ter certeza.

Judith olhou desconfiada para ele, vendo seu corpo em calafrios. Ela sabia que Gael sentia. Ela mesmo sentia. Mas o mais importante era que ele era o alfa mais racional e controlado para essa situação.

– Não. Ele pode pedir, mas eu sei que você não aceitará – Assegurou. – Você quer que eu abra a porta?

Ele assentiu, mas a verdade era que ele não ouvia mais nada do que Judith dizia. Gael só conseguia se concentrar nos sons.

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