Capítulo 44

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- Ei! Não vai me deixar sozinho de novo! – Alan gritou, se direcionando para as prateleiras de livros de filosofia.

- Perdoe-me, mas da última vez aquele bebê chorando me deu calafrios e eu tive que ir para fora.

- Fique dentro da biblioteca!

Gael assentiu, se direcionando para os livros sobre a nova língua que estava aprendendo, antes de seu telefone tocar.

Ele odiava atender, mas Alan amava ligações. Então ele estava superando esse obstáculo lentamente.

- Maninho?

A ligação ficou no silêncio, antes do alfa dizer:

- Desculpe, Alanis. Mas eu odiaria ser seu irmão.

- Gael! – A garota de cabelos rosa riu alto, fazendo o alfa afastar-se um pouco do telefone. – Ah, tenho certeza que minha falação te irritaria muitíssimo – Ele concordou. – Meu irmão está aí?

- Ele está procurando livros da Hannah Arenth. E eu sobre zulu – Comentou, antes de puxar um dos livros da estante e se empolgar com a visão. Alanis suspirou, sabendo o que teria logo a seguir – Sabia que...

A garota pigarreou, interrompendo.

- Diga para ele que a mamãe quer que todos nós estejamos no cemitério as sete. Sem atraso.

Gael paralisou. Ele odiava cemitérios. A única vez que tinha ido foi quando seus avós morreram. A primeira e a única, porque Gael nunca voltava para lugares que o faziam ter uma crise.

- Cemitério? – Perguntou com a voz gélida e Alanis concordou, um pouco surpresa por ele não saber.

- Hoje é aniversário da morte do nosso pai.

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- Oi, Gael. Só estou ligando para te dizer que eu vou passar na casa das minhas irmãs – Alan disse, seu tom tão cansado que Gael quase não o reconheceu. – Eu vou voltar amanhã e...

- Por que você está omitindo coisas de mim?

Alan ficou em silêncio, antes de grunhir.

- Eu não estou omitindo nada.

- Alanis disse que hoje é aniversário de morte do seu pai.

Alan franziu o cenho, achando estranho como Gael parecia irritado. E ele nunca ficava irritado.

- Você me disse que não deveríamos esconder nada um do outro. Você mesmo me fez prometer que quando eu sentisse amofinado sensorialmente ou emocionalmente eu deveria elucidar sobre meu inconveniente. Contudo, eu não sei se isso é mútuo porque vo...

- Acalme-se. Falar tanto e tão rápido não combina contigo – Ele riu, deixando Gael confuso. – Está tudo bem, alfa. Eu só não te contei isso antes porque não foi pauta da nossa conversa em nenhum momento.

- Eu quero ir com você.

Alan arregalou os olhos, se sentindo constrangido de repente.

- Oh, não. Você odeia cemitérios e...

- Eu quero ir com você – Repetiu, fazendo Alan bufar.

- Minha família fica manhosa e grudenta nesse dia, e você não gosta de abraços e contato.

- Eu gosto quando é você.

O ômega suspirou, quase frágil, se sentindo tentado a deixar.

- E-eu não gosto que... que você me veja tipo... tipo um idiota meloso e...

StrangerWhere stories live. Discover now