Capítulo 32

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– Onde está Alan? – Gael perguntou, fazendo Judith e Elias sobressaltarem. Ele nunca avisava quando estava perto.

Nos últimos dois dias, Gael procurou o ômega freneticamente pelos corredores da universidade, mas sem sucesso. Era como se ele tivesse se transportado para outra dimensão.

Alan também não estava na loja e nem em casa. Seu cérebro começou a fritar com a possibilidade dele ter morrido ou ficado doente. Era inevitável pensar no pior. Gael sempre pensava no pior: e dessa vez isso fez com que seu estômago doesse e começasse a perder tempo de estudo para procurar aquele maldito ômega. Nem mensagens Alan respondia; e veja só, Gael nunca enviava torpedos para ninguém, mas estava tão enlouquecido que começou a tomar atitudes inesperadas: como pedir informações para Elias.

– Esse é a pergunta que eu tenho feito nos últimos dois dias – Elias respondeu, se virando para Gael e ficando surpreso com sua expressão preocupada.

Continuava impressionante ver algo ilustrado no seu rosto de porcelana. Parecia que ele iria rachar.

– Alan desapareceu – Judith esclareceu, o que fez o albino arregalar os olhos. – Não é como se estivesse sumido do mapa, mas ele não responde mais nossas mensagens e não vem a faculdade.

– Onde ele poderia estar?

– Alan participa de raves que duram até quatro dias, mas só quando as aulas finalizam e ele está de férias da loja – Elias disse, estranhando o jeito que os ombros de Gael enrijeceram.

– Como eu faço para atinar onde Alan está?

– Temos certeza que ele está em alguma festa. Ele só não responde.

– O que eu devo fazer? – Repetiu, começando a se angustiar com as respostas vazias.

– Nada. Alan já é adulto. Ele terá que responder com a sua falta de bom senso – Judith falou, dura. – Se ele se foder, bem feito. E eu vou ajudá-lo a se sentir ainda mais culpado por deixar sua família em pânico. A minha alfa está preocupada... Alan é mesmo um idiota mesquinho.

– Eu não o acho um idiota mesquinho... – Interrompeu firme, quase como autoritário, o que fez ambos atordoarem.

– Eu pensava que vocês se odiavam – Elias comentou. Até onde ele se lembrava, os dois estavam descendo o cacete perto da fonte.

– Eu não o odeio. Na verdade, eu estou "interessado" nele. E como eu sou um alfa, me palestraram que eu devo protegê-lo – Disse natural, quase arrancando um riso de Elias.

Como as coisas eram estranhas... Talvez ódio estivesse mais entrelaçado com interesse romântico do que com fúria.

– Então vamos protegê-lo – Judith afirmou, vendo os olhos de Gael se alegrarem. Ele estava se importando, e não poderia deixá-lo sozinho nessa. – Vamos conversar com alguns dos amigos de Alan. Eles devem saber onde ele está.


– Olha se não é a ômega mais gostosa da universidade – O alfa assoviou, observando a ômega curvilínea se aproximar, com cara irritada.

– Onde está Alan? – Cortou arrogante. – Ele sumiu e não responde mais nossas mensagens. Estamos preocupados com ele.

– Claro, gata. Eu compreendo. Mas você sabe que pode se preocupar com outros caras além de Alan, se você me entende... – Fez uma voz melosa, mas se interrompeu quando viu Gael se aproximar; notando que estava sendo medido de cima a baixo.

– Você está desviando-se do assunto – O alfa informou, os olhos lilases se fixando nele como uma frieza estranha.

Gael se lembrava perfeitamente do rosto desse alfa e, principalmente, de suas mãos. Era nojento ver como ele passava aqueles dedos nas partes mais baixas de Alan. Ele era um filho da puta assediador. E mesmo que não conhecesse Alan na época, ficou irritado por ele ter sido molestado perto dos banheiros como se fosse nada.

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