Capítulo 39

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– Gael! – Judith gritou do outro lado da linha, sua voz tão alta que o alfa teve que afastar o telefone. – Venha agora. O horário do hospital é regulado e...

– Alan... Ele... ele... – Engasgou-se, ouvindo a ômega rir com sua falta de jeito.

– É claro que é sobre ele. Quem será que é a única pessoa no mundo com quem você se importa?

Gael trancou a respiração, antes de desligar a ligação e correr pela casa a procura da chave do carro. Tudo estava embaralhado naquele momento, no entanto ele até bateu nas quinas e derrubou coisas no chão. Gael estava tão eufórico que quase atropelou um gato na rua.

Ele tinha esperado 28 dias por qualquer coisa. Qualquer notícia. E a alguns dias atrás, Alina tinha-o avisado, durante uma de suas consultas, que Alan tinha acordado, mas que não podia receber visitas.

Durante esse tempo o alfa tinha ficado dormente. Quase como se estivesse num sonho. Gael mal conseguia fazer suas atividades na faculdade e muito menos no laboratório. Estava tão inquieto que começou a mordiscar suas mangas e quando percebeu tinha desfiado seu casaco favorito.

Conter seu emocional era difícil, ainda mais quando chegou no hospital cambaleando, vendo as irmãs de Alan perto da recepção com um ar de que já estavam esperando-o.

– Espera, garoto. Alan não vai sair correndo – A garota de cabelo rosa disse, colocando um braço na frente dele.

– Como ele está? – Procurou por Alina, cujo rosto tinha uma alegria serena.

– Ele não está falando, por enquanto – Pontuou, vendo que Gael tinha endurecido. – Teve algum problema neural que fez com que sua fala saísse desajeitada. Mas ele entende o que você diz.

Ele já tinha parado de ouvir fazia tempo. Ele não queria ouvir, ele queria ver. A expectativa deixava cada fibra do seu corpo vibrar em direção a Alan.

Gael desejava insuportavelmente tê-lo para si. Queria ouvi-lo falar, sussurrar, cantarolar baixinho como ele sempre fazia e, principalmente, queria olhar para seus olhos.

Ele nunca tivera interesse em fixar seus olhos em um outro alguém. Mas com Alan ele se sentia mais do que interessado: era uma necessidade.

Era evidente que ele não estava se controlando quando abriu a porta com agitação, fazendo as garotas chamarem-no ao fundo.

Não importava. As suas vozes eram insignificantes perto da vontade arrebatadora de estar perto de Alan.

– Eu tenho certeza de que em breve você vai falar tanto quanto antes – Uma voz masculina profetizou, fazendo Gael paralisar na entrada.

Elias.

Era claro. Aquele maldito alfa estava em todo lugar onde Alan se encontrava. Certamente estaria junto com ele no hospital. Mas o que não esperava, era que Elias estivesse sentado no leito muito próximo do ômega, acariciando-o no rosto enquanto Alan tinha uma expressão manhosa.

– Não faça essa cara, ômega – Ronronou, roçando os dedos na garganta de Alan que choramingou, esfregando os olhos como uma criança dengosa faria.

Aquilo foi o auge para Gael que bateu a porta violentamente, chamando a atenção dos dois.

Elias foi o primeiro a se ajeitar, como se estivesse sido pego cometendo um crime. Pigarreou e olhou Gael com controle:

– Eu realmente não esperava que você invadisse o quarto.

– É, de fato não aguardava. Você deu um sobressalto como algum suspeito faria.

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