Capítulo 13

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– Caralho, Judith ainda está puta comigo – Alan suspirou, sem querer admitir em voz alta que sentia a falta dela.

Aline também estava brava com ele, por causa da sua ômega. E agora percebia o que era ser rejeitado.

Alan sabia que tinha sido cruel com Gael: tinha sido o maior babaca da face da terra. O ômega viu o corpo do alfa se encolher enquanto ele indiretamente pedia desculpas. Gael também era um cara orgulhoso, e tinha sufocado seu orgulho e todas as suas limitação naquele dia que Alan teve seu heat só para fazê-lo se sentir mais confortável.

Mas Gael tinha fodido com tudo quando o chamou de puta. Os músculos de Alan tencionavam quando ele se lembrava disso, e se arrependia por não ter quebrado cada osso dele quando teve oportunidade.

Mas também se sentiu aliviado por não ter dado voz a sua ira. Alan jamais se perdoaria se tivesse machucado aquele imbecil, otário, filho da puta, arromba...

Chega.

Alan estava fazendo sua mente dar voltas e mais voltas: se sentia inclinado a ser bondoso e cruel ao mesmo tempo com aquele albino maldito. Seu corpo praticamente paralisava quando se lembrava do jeito que reagiu quando ele tocou seu rosto e, principalmente, a maneira como Gael o olhou quando ele era fodido por Elias; aqueles olhos lilases incríveis se fixando em Elias como se quisesse matá-lo.

Tão selvagem...

– Depois do show que você deu, bem que você mereceu o chute no escroto – Elias riu.

– Ela protege aquele demente como a porra de uma mãe com um filhote.

– Judith é ômega, você deveria entender o instinto dela.

– Pois não ente...

– Nossa, que cheiro de fumaça é esse? – Elias interrompeu, olhando misterioso para o ômega.

Alan farejou o ar, estranhando. Não era só de fumaça, tinha um cheiro forte de álcool e produtos químicos que ele não saberia nomear.

– É lá para o final do corredor, vamos.

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– Eu não posso acreditar... Não posso – Chorou uma garota, se apoiando numa amiga que olhava assustada para a sala.

Laboratório de bioquímica.

Alan conseguiu ler a placa de orientação na porta destruída. Tentou olhar para dentro da sala, mas tinha muita gente. Muitos alunos de bioquímica olhavam horrorizados para a fuligem que se espalhava pelo nada. Porque nada tinha sobrado depois do incêndio que foi causado pelo descuido de um dos alunos com uma experiência. Tudo tinha se tornado chamas, e até os extintores darem conta da bagunça, já era tarde demais.

Foi isso que um dos amigos de Alan disse, ao menos, quando ambos se encontraram perto da baderna:

– Eles estão fodidos. O último ano só é concluído depois da realização das atividades de laboratório. De certa forma, nenhum deles se formará esse ano se não darem um jeito nisso.

– Eles podem pegar dependência? – Alan arregalou os olhos, tentando visualizar Gael no meio da turbulência. Ele deveria estar pirando.

– Sim, além da mijada dos professores que diminuirão pontos da equipe responsável – Riu. – A minha ex deve estar aqui no meio. Finalmente aquela vadia vai se foder. Acho que isso veio bem a calhar.

– Como sempre chamando garotas inteligentes de vadias – A voz de Judith sobressaiu, fazendo Alan ficar esperançoso. Ele não ouvia a voz dela à dias. – Afinal, não é muito difícil alguém desafiar sua pouca inteligência. Tão previsível....

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