Capítulo 25

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Gael: 11 anos de idade. 

Alba correu apressada pelo corredor do colégio até trancar a si mesma e Gael dentro da sala dos professores; sentindo seu fôlego se perder como se estivesse em uma olimpíada.

O desastre iniciou no momento que ela estava conversando com um dos professores quando seu relógio apitou, alertando que seu horário de conversa com Gael começaria em minutos. Mas, como sempre, o garoto já estava a sua espera na porta, e não deu nem dois passos para perto da ômega quando proferiu seu veredicto:

– Eu estou apaixonado por você, Alba.

A ômega derrubou inesperadamente café no colo do professor que gritou, enquanto os demais a encaravam horrorizados, como se ela fosse uma pedófila.

E ela realmente se sentiu assim, pois precisou repetir várias vezes para si mesma para que se acalmasse, antes de correr até a sala e se fechar lá com Gael, que piscava seus olhos ansiosamente, esperando uma resposta.

– O QUÊ?! – Gritou, se esquecendo que ele era sensível a sons. – Você enlouqueceu?!

Gael negou, antes de emendar:

– Eu li que quando você gosta de alguém e se sente confortável perto dela, significa que você está apaixonado. O personagem do livro disse que era necessário confessar o que você sentia para o seu alvo, senão ele não poderia saber.

Alba suspirou, massageando as têmporas e dizendo a si mesma que ele só estava confuso.

– Veja, querido, eu...

– Você me alcunha de "querido". O personagem chamava sua ômega de querida.

Alba se abaixou um pouco, para que seus olhos ficassem na altura dos de Gael. Ela queria chacoalhá-lo até que despertasse, mas ela sabia que não deveria tocá-lo.

– Gael, você é uma criança e eu já sou adulta. Eu poderia ser sua mãe.

– Mas não é.

Trancou a respiração, apertando seus olhos com força. Gael não sabia o que dizia: cuspia palavras significantes como se importasse nada. Esse era o problema: as palavras. Era por isso que as crianças se afastavam dele.

– Você gosta de mim como um jovem admira uma figura mais velha. Você não está apaixonado por mim, você só me acha gentil e suave. Eu ouço o que você diz e te aconselho – Ele a encarou, surpreso. Ele não estava apaixonado? Mas o personagem dizia que ele deveria estar. – Você nunca teve isso antes e quando, de repente, alguém começa te entender você se sente protegido e amado. Eu adoro você, Gael. Não duvide. Mas, por favor, não repita isso novamente. Pode soar estranho.

– Então "gostar" e "apaixonar" é diferente?

– O jeito que você gosta de mim é como uma criança gosta de um amigo ou de algum parente. Apaixonar é quando você sente vontade de beijar, tocar e fazer sexo com a outra pessoa.

Gael quase se desiquilibrou, seu rosto corando enquanto esfregava dolorosamente suas unhas em seus braços. Alba sabia que isso significava que ele estava alarmado.

– Eu não sinto isso por você.

– Eu sei que não – Sorriu, seu coração agora calmo.

– É impossível sentir isso por alguém.

– Por enquanto. Mas você não sente só isso. Você sente seu coração bater mais forte e sua cabeça dar voltas e mais voltas, como se você tivesse rodado várias vezes. É quando seu estômago dói, parecendo ter borboletas dentro dele. Como você é um alfa, você vai querer proteger e cuidar do seu ômega. Vocês podem ter bebês.

– Eca. Isso é estranho. E como alguém pode ter borboletas dentro do estômago?

Alba riu baixinho e Gael adoro o som que ela produziu. Era como uma sinfonia de olhos brilhantes, lábios esticados e dentes a mostra. Ela era encantadora e gentil. Ninguém nunca era assim com ele.

– Sentimentos são estranhos e, sobretudo, incontroláveis. Não tem como fugir disso. Em vez de lutar, agarre o que você sente e amacie da forma que seu coração manda. Não há nada de errado e nojento nisso, Gael. Errado e nojento é se poupar de sentir coisas só porquê você julga que elas não devam ser sentidas. Não perca seu tempo com a lógica, ou com o que sua mente diz que não pode ser feito. Às vezes as coisas não precisam de explicação. Você não vai encontrar um livro te ensinando a lidar com isso. Você aprender sozinho, e essa vai ser uma sensação incrível. 

StrangerWhere stories live. Discover now