Capítulo 33

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– Gael, você precisa relaxar – O alfa pediu, olhando para o albino no banco de trás do carro que tinha o rosto entre as mãos, os olhos cerrados enquanto imaginava mil coisas.

Ele poderia estar pasmo pelo rapaz saber seu nome, ou dizer que Alan era seu ômega, ou ainda mais por parecer próximo de Alan; mas agora Gael só conseguia grunhir e sentir enjoos por imaginá-lo sendo tocado contra sua vontade.

– Isso... isso não vai acontecer – Garantiu Judith, mesmo que não estivesse convencida.

– O máximo que pode acontecer é Alan vomitar em cima de si mesmo – O alfa tentou acalmar.

– Oh, ele pode estar sofrendo... – Gemeu, puxando seus cabelos com força.

– Gael é realmente o alfa de Alan? – Cochichou para Judith que também se esforçava para manter a mansidão. – Ele me parece muito preocupado.

– Não exatamente. Eles estão juntos, mas também não são um casal – Explicou, entendendo que Gael não ouviria enquanto estava submerso no próprio pavor. – Era como eu e Alice. Não são marcados, mas tem algo.

– Ótimo momento para lembrar de Alice – Revirou os olhos.

– Fazia muito tempo que eu não a via – Suspirou, esfregando o rosto.

– Você deve agradecer a Aline por isso. Se ela não tivesse quebrado o braço daquela filha da puta, você ainda estaria sendo incomodada.

– Isso é onde eu queria chegar: Gael também se enlouquece com a segurança de Alan como Aline se enlouquece com a minha – Lançou olhadelas ao alfa que se balançava para lá e para cá, sem ouvir mais nada além da sua preocupação. – Talvez eles tenham uma ligação. E se eles tiverem, eu vou estar muito feliz.

– Feliz?

– Gael é seguro, controlado e respeitoso. Isso é tudo o que Alan precisa: alguém que sempre esteja por perto e que o acalme, sobretudo. Alguém que não tenha maldade e hipocrisia, alguém que não o traia e não o machuque. Alguém que seja o oposto de si.


Quando chegaram na rave (que ficava mais longe do que Gael esperava), a primeira coisa que fez foi correr em direção ao galpão iluminado com toda a velocidade, e Judith e o alfa tiveram que contê-lo.

– Você não pode agir assim, deve-se lembrar de ser discreto. Alice tem muitos amigos aqui. – O garoto comentou, num impulso de tocar Gael que o repeliu bruscamente.

– Enquanto você diz coisas inúteis, Alan pode estar sendo abusado nesse instante – Olhou-o com sua frieza mortal, fazendo Judith suspirar.

– Eu não tenho certeza se você deve entrar. Lá tem muito barulho e pessoas coladas umas nas outras. Um momento ou outro você esbarra em alguém – Avisou, sabendo que Gael colapsaria caso fosse encostado.

– Perdendo tempo – Apontou para seu relógio incessantemente; suas mãos nunca ficando quietas.

– Aqui é grande e tem quartos no andar de cima. Será difícil encontrá-lo – O alfa disse no intuito de ajudar, mas Gael pareceu ainda mais irritado.

– Difícil é calar sua boca. Você fala demais e faz de menos – Grunhiu, fazendo o alfa rosnar agressivamente. Mas isso não pareceu incomodá-lo.

– Eu mal posso acreditar que Alan está com um autista problemático! – Bufou e Judith o olhou incrédula.

– Vocês querem mesmo discutir agora? – Grunhiu, se metendo entre os dois. – Gael tem razão: Alan pode estar sendo estuprado agora. E nesse meio tempo que os dois rosnam, ele pode estar injetando heroína nas suas próprias veias!

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