Capítulo 34

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– Ei, está tudo bem. Você não precisa chorar – Aline sussurrou, envolvendo sua ômega com seus braços calorosos.

– E-ele convulsionou e.... e... – Engasgou-se, deixando que sua alfa secasse suas lágrimas.

– Está tudo bem, Alan está seguro agora – Beijou a bochecha molhada de Judith, ajeitando os cachos bagunçados da garota.

Tinha sido uma zona depois que Alan adormeceu com Gael o acariciando. Sua respiração falhou e o alfa teve que fazer massagem cardíaca até que ele voltasse. Alan fez um barulho horrível de asfixia antes de abrir os olhos novamente. O sangramento nasal não se estancava, muito menos os espasmos. Judith foi a primeira entre os amigos de Alan a ligar para a ambulância, e quando o veículo chegou, Alan enfim colapsou: teve uma convulsão. Gael tinha ficado ao seu lado todos os minutos, sussurrando coisas gentis, afagando e fazendo todos os procedimentos necessários até que ele fosse resgatado.

Judith se perguntou como teria sido se Gael não estivesse lá.

– Não está... – Soluçou. – E-ele parou de respirar e... e não respira mais.

– Judith, você precisa se acalmar – Alana grunhiu. – Ele não está morrendo.

– Alan já foi hospitalizado e em breve estará bem – Alina sussurrou com a voz gentil, acariciando as costas da garota.

– Mas ele está... entubado – Choramingou para sua alfa que a apertou contra si.

– Mas isso não significa algo necessariamente ruim – Alina tentou soar positiva, mas Alanis a cortou.

– Isso é ruim. Definitivamente ruim. E tudo vai ficar pior quando nossa mãe chegar – Suspirou, massageando as têmporas.

Quando Judith ligou chorando para Aline, as quatro irmãs pegaram a estrada o mais rápido que puderam. O caminho era longo, contudo, diminuíram as horas o máximo que puderam. Tentaram ficar calmas perto de Judith, sabendo que com ômega a coisa era diferente. Mas estava sendo difícil, ainda mais depois de saber que Alan estava em coma.

– Qual é mesmo o nome do garoto que o ajudou? – Alanis perguntou, olhando para o quarto onde Alan estava internado; uma parede de vidro separando-o do alfa que encarava com olhos vazios dentro da UTI.

– Gael – Alana informou, também encarando. – Eu mal posso acreditar que ele ajudou nosso irmão. Eu mal posso acreditar que Alan está apaixonado por ele – Fez um barulho de desgosto. – Eu tentei mandá-lo sentar e parar de ficar olhando, mas se fez de surdo.

– O jeito que você fala não é nada agradável – Alanis debochou.

– Ele está de pé a horas! Está começando a me angustiar – Rosnou, mas se calou quando sentiu a mão de Alina em seu ombro.

– Gael está preocupado. Ele não sabe reagir de outra forma além dessa.

– Bem, eu não gosto como ele encara – Bufou, dando meia volta até que estivesse longe das irmãs.

Esse era o jeito de Alana de dizer que estava preocupada.

– Nós precisamos falar com ele. Já é duas da manhã – Informou Alanis ao olhar para seu relógio.

Alina concordou, mas sentiu uma mão segurando seu ombro antes que ela fosse.

Era Alba. E ela não parecia nos seus melhores dias. Mas foi só a mãe tocá-la que fez com que toda a energia ruim que tinha em seu corpo se dissipasse, mesmo que por dentro estivesse estilhaçada.

Era mágico e confortante, e as garotas sabiam que ela conseguiria lidar até mesmo com alguém como Gael, quando prometeu que ela mesma resolveria isso o mais rápido.


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