Capítulo 27

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– Alan?! – Quase gritou em alivio quando encontrou o ômega encostados numa das árvores do bosque, com um cigarro aceso enquanto olhava neutro para o céu, contando as estrelas em voz alta para que não ouvisse a voz desesperada de Gael. – Onde você estava?

– Na casa do caralho.

– Ainda está irritadiço?

O ômega rosnou agressivamente, fazendo Gael o encarar surpreso. Ele rosnava feito um alfa.

Alan começou a ficar estressado quando Natã, no intervalo da palestra, veio até Gael sorrindo; seu corpo parecendo rebolar de um jeito que não agradou Alan nem um pouco. Ele tinha cabelos loiros claros e olhos escuros, parecia do tipo delicado e estudioso como Gael. E ficou mais furiosos quando percebeu que os dois pareciam se conhecer a eras e, principalmente, na forma como ambos se elogiavam. Alan quase vomitou, se sentindo diabético com tanta doçura.

Depois quando decidiram exclui-lo ao falarem sobre fusão termonuclear, o ômega fez um bico enorme e começou a bufar. Tocou Gael sutilmente várias vezes, querendo chamar sua atenção, e quando o alfa o encarou irritado, sua paciência e compreensão se esgotaram de vez.

– Vai para o inferno! E leva aquele ômega estúpido com você!

– Ele não é estúpido – Franziu o cenho, confuso.

– Você lambe tanto o saco dele! Tem gosto do quê? Deve ser de morango para você ficar de quatro por ele! – Trovejou, pupilas dilatada e lábios entreabertos em busca de ar.

– Eu simplesmente aprecio astronomia e cosmologia, e são área que ele é especialista. É excitante a elucidação de Natã sobre buracos negros. Eu fico atônito com suas pesquisas! Ele é tão inteligente e...

– Excitante? – Alan interrompeu, chocado. – Você ficou excitado?

Gael o encarou como se o ômega fosse um esquizofrênico.

– Não foi isso que eu quis dizer.

– Você ficou babando em cima de Natã! "Ah, porquê ele é tão maravilhoso! Ah, porquê ele é tão esperto!" – Alan começou a imitá-lo, alarmando Gael de um jeito vergonhoso. – "Ah, porquê eu quero meter no buraco negro dele..."

– Espere... O quê?! – Gritou, fazendo Alan se calar durante um tempo.

– Foi o que pareceu.

– Você enlouqueceu? – Seus olhos se arregalaram enquanto digeria a piadinha astronômica. Gael jamais entenderia se Natã mesmo não lhe tivesse explicado isso anos atrás.

Seus lábios começaram a tremelicar suavemente antes de Gael começar a rir. Rir de um jeito que Alan nunca tinha ouvido.

Ele amava quando Gael fez isso, mas Alan estava furioso e tentado a arrancar as cordas vocálicas daquele arrombado do caralho que se esqueceu do quanto aquilo era único.

– Seu idiota! Você está rindo! – Rosnou, virando o rosto para o lado.

– Você está mesmo fora de controle – Gargalhou, se inclinando para a frente como se o ar lhe faltasse. Era estranho ouvir-se rir. Era tão estranho a ponto de fazê-lo sentir dor.

– NÃO ESTOU, NÃO!

– Consegue ouvir o tom de sua voz? Ela já ultrapassou do que se consideraria como "não irritado".

– Pare com essa porra – Escondeu o rosto nas mãos antes que corasse. Ter Gael com humor, rindo e até entrando na onda, era uma série de eventos inéditos que se reuniam para formar algo maior dentro de Alan.

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