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4° dia de aposta.

Kris e Talles era um casal estranhamente perfeito e imperfeito. Até gostava da relação incrível que tinham, mas naquele dia em ocasião Kris estava com problemas. E seu relacionamento quase perfeito era o problema.

— O que eu faço? — Talles havia se aborrecido com Kris pelo comportamento criança que o garoto teve, pediu um tempo e agora Kris chorava em minha frente, questionando o que fazer.

Só lembrando, eu não era muito boa com relacionamentos. Afinal nunca tive um, então não fazia ideia do que ele poderia fazer, mas agia como se soubesse de fato alguma coisa sobre relacionamento. E era sábado, minha vontade de usar meu cérebro para problemas era zero, então tudo o que saísse de minha naquele dia seria porcarias e coisas inúteis.

— Você pode conversar com ele — eu disse, era péssima com conselhos amorosos. E Jungkook ao meu lado com seu sorriso irônico só confirmava minhas palavras.

Eu só queria saber o que raios ele fazia ali, pois hoje era sábado, ele deveria estar indo para sua casa, mas não, ele estava ali. Me irritando novamente, para variar.

— Eu o amo de verdade — Kris também estava me irritando. Era como uma criança burra que não entendia o que o adulto dizia. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, Jungkook foi mais rápido:

— Existe um ditado para isso.

— Se eu o amo de verdade devo deixá-lo ir? — Comentou Kris em ironia.

Nop, se você ama de verdade alguma coisa, a deixe o mais feia possível para que ninguém mais a ame.

Ele dizia aquilo com tanta calma, era como se tivesse convicção de suas palavras sem escrúpulos.

— Não mesmo, Jungkook! Me escuta Kris, você irá conversar com Talles e tentar entender como irão resolver as coisas e se realmente não der mais certo, ambos precisam seguir caminhos opostos — Jungkook girou na cadeira, agora tendo-me como alvo daqueles olhos brilhantes.

— Posso tentar — Murmurou Kris não muito convicto da coisa toda. — Com isso ele pode querer voltar comigo? — Minha confirmação veio mais rápido que o necessário. Ele precisava entender e sair logo dali, porque eu não fazia a menor ideia do que estava fazendo.

— Mas é claro! Só precisam conversar.

Jungkook ao meu lado estava quieto, apenas me encarando. Kris, após mais algumas murmurações de desistência e choro, aceitou de vez levantar a bunda do sofá e ir tentar achar Talles para tentarem resolver a situação.

Minuto seguinte quando a porta se fechou eu penso em comemorar por finalmente ter me livrado daquele problema romântico, mas meu coração resolveu endoidar em meu peito. Jungkook ainda me encarava com um sorriso de canto malicioso, e agora lembrando-me, estávamos somente nós dois ali.

— Hoje é sábado, deveria estar na sua casa, então o que está fazendo aqui? — questiono nervosamente. Ele sorri.

— Te faço a mesma pergunta. O que está fazendo aqui?

— Preciso estudar, e quando estou em casa não consigo me concentrar — na verdade não conseguia me concentrar nem quando sozinha.

— Idem — respondeu todo distraído enquanto brincava de girar a cadeira. Aquela não era uma resposta verdadeira, só disse aquilo para ter o que falar.

— Babaca.

Sem dizer nada para minha ofensa ele se levantou, constatei por alguns segundos que ele iria sair, mas não. Jungkook trancou a porta. Aquilo foi demais para meu coração. Me levanto em um pulo.

— Abra — mando indo em sua direção. Sorrindo ainda mais ele ergueu a chave acima de sua cabeça. Praticamente encostada ao seu corpo pulo algumas vezes na tentativa de pegar. Ele só ria enquanto me assistia falhar.

— Quer tentar de uma maneira mais interessante? — Seu braço circulou minha cintura, me puxando para deixar meu corpo junto ao seu de uma vez por todas. Por segundos esqueço de como se respirava.

— D-do que está falando?

— Um beijo e eu te dou a chave — meu instinto envergonhado me fez agir por impulso, e fez com que tentasse acertar entre suas pernas com meu joelho. Ele preveu minha tentativa afastando-se o mais rápido possível. — Ah, vai ser assim? — Seu sorriso malicioso não deixava seus lábios nem por um segundo.

— Vai, e se continuar com gracinha vai ser pior — mesmo meu coração tendo errado algumas batidas quando tive meu corpo junto ao seu, não iria baixar a guarda com esse seu jeito conquistador.

— Ok, quer a chave? — Balanço a cabeça em confirmação. — Então venha pegar — era como se estivesse assistindo em câmera lenta ele afastar a calça e colocar a chave dentro de sua...Cretino!

— Você sabe que eu tenho coragem suficiente para isso, não sabe? — pergunto humorada.

— Então não vai ter problema algum em vim aqui e pegar — tocou o cós da calça, sorrindo malicioso. Eu vou, mesmo que minhas pernas tentasse me fazer parar eu vou até ele.

— Eu te odeio — A todo momento seus olhos me observavam. Cada movimento minuciosamente assistido, principalmente o da minha mão que tocou o cós de sua calça, pronta para agir e pegar a porcaria da chave. Estávamos tão perto... — Ah, eu não posso! — me afasto como se ele fosse o próprio demônio.

— Covarde.

— Do que você me chamou? — meu corpo reagiu em uma eletrizante sensação de raiva. Ele sorriu, adorando me ver a ponto de estourar.

— Covarde — sua voz era rouca e maldosa. Perco qualquer rastro de sensatez, minuto seguinte deixo meus instintos agirem, nem mesmo consigo pensar direto. Quando dou por mim já estava em cima dele, querendo quebrar sua cara.

Jungkook não esperava pelo ato, então não conseguiu se manter em pé quando pulei. Resultado, caímos os dois no chão. Mesmo tendo claramente doído ele não deixava de sorrir malicioso. Meu joelho doía, minhas mãos doía e meu gemido de dor deixou bem claro minhas dores.

— Machucou? — Eu que havia pulado, eu que fui a inrresponssável, a culpa por ambos terem se machucado era sem dúvidas minha, mas mesmo assim ele se preocupou comigo ao invés de brigar pelo ato estúpido.

Começo concordando com a cabeça e me preparo para responder com a voz, mas não consigo.

Me ajeitou no lugar, ficando com os braços um de cada lado de sua cabeça, sustentando meu corpo. Estava sentada sobre ele e com o rosto próximo ao seu. Meu cabelo caía pelos lados, deixando qualquer coisa distante de meu olhar, somente me deixando encarar seus olhos.

Seu polegar carinhosamente acariciava minha coxa, como se com aquele ato tentasse me aliviar da pouca dor que sentia. O sorriso de Jungkook mudou, de um sorriso malicioso para um carinhoso.

Eu gostava daquele sorriso.

Espera...

Merda!

Como se tivesse levado um choque me levanto o mais rápido possível e praticamente me jogo contra a porta. Eu havia pensando na maior besteira da minha vida. Em hipótese alguma eu podia repetir que gostava de seu sorriso...merda, acho que repeti.

Jungkook se levantou. Em seus lábios o sorriso permaneceu, mas agora me deixava com a sensação de que ele sabia o porquê praticamente entrei em pânico. Sem conseguir dizer nada corro em direção ao banheiro do clube, me trancando e esperando que meus pensamentos se colocassem em seu devido lugar.

tweety • jjkWhere stories live. Discover now