t h i r t y - f i v e

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Levei bronca.

E levei bronca sozinha.

Achei que por não ter sido convocada no mesmo instante, jurei que a vice não soube do ocorrido. Mas ela soube. Então, mesmo querendo agradecer por ter finalmente um bom motivo para mandar Brad passar o resto da semana em casa, ela precisou bancar a chefia e dar bronca nos envolvido da treta da cachoeira. Era assim que os outros alunos nomearam a briga.

Jungkook, o espertinho que levaria um chute assim que o encontrasse, se mandou logo assim que voltamos ao acampamento e recebemos o aviso de que estávamos sendo convocados. Para seu próprio bem, era melhor que ele continuasse escondido.

— Pare de falar e corra!

Meu coração bateu forte, e por instantes achei que iria infartar. Claro que não iria só levar bronca, levei castigo também. Um castigo bem injusto na minha opinião. O bom era que descobri não estar sozinha.

— Mas me conta ai, por que exatamente está aqui? — Tânia também levou castigo, agora a razão ainda era desconhecida. Por algum motivo ela sentiu vergonha em me dizer. Prometeu que quando ficássemos sozinhas, sem ouvinte algum ao nosso redor, ela contaria. Por aí já saquei que a história era comprometedora.

Mas sabe como é, eu virava uma criança irritante quando curiosa. Era ansiosa demais para esse papo de "mais tarde te conto". Então na primeira oportunidade que tinha perguntava. Ela já estava a ponto de me socar.

— Presta atenção onde corre! — reclamou enquanto eu ria. Minha certa moleza chamou a atenção da vice, que logo falou:

— Se tem tempo para conversar é porque está com fôlego para correr mais um quilômetro, não é, Rosellyn? — só de ouvi mais um quilômetro meu coração disparou ainda mais.

— Tá é doida mulher — estava sentindo falta de ar, minhas pernas estavam queimando, meus pés já estavam reclamando de tanto correr, meu coração em mais algumas batidas desesperadoras sairia por minha boca, então não foi bem pensando minhas palavras. — Desculpa — pedi recebendo um olhar não muito amigável.

— Continue correndo.

Acordar às cinco da manhã e correr pela trilha que dava exatamente três quilômetros era o castigo recebido pelos cinco alunos, que de acordo com a vice, tiraram sua paz no dia de ontem. Quando reclamei sobre Jungkook ter sumido e não estar realizando o castigo, ela afirmou com convicção que ele iria ter castigo triplo.

— Sério, eu preciso parar por cinco minutos — ninguém me escutou quando disse. Automaticamente meu corpo parou, me apoio em meu joelhos e tento recuperar um pouco de ar perdido.

Não estava com medo de me distanciar muito, naquele instante só queria conseguir sentir ar em meus pulmões, e um pouco de alívio para a batata da minha perna direta que queimava como o inferno.

Não era sedentária, só não estava acostumada a fazer mais que um minuto de exercício.

E nesse tempinho que tentava recuperar as forças, alguém cobriu minha boca e me puxou para fora da trilha, onde as árvores cobriam o caminho. Comecei entrando em pânico, achando que iria ser morta por algum maníaco da floresta. Mas sem vergonha alguma meu cérebro reconheceu a pessoa somente pela maneira em que segurou em minha cintura. Ah, e claro, pelo perfume irritantemente bom.

— Vou te soltar, mas prometa que não irá gritar...e nem me bater — pediu com a voz baixa. Ele me segurava firme, não tinha nem mesmo como lhe dar uma cotovelada.

Sem escolha me vi concordando com um aceno. Lentamente Jungkook me liberou de seus braços. Meu ódio foi mais forte que minha promessa em não te bater. Assim que me vi livre dei um tapa em seu braço.

tweety • jjkWhere stories live. Discover now