f o r t y - t h r e e

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Jungkook


    

— O que tanto olha nesse celular? Desde que chegou não tira os olhos desse aparelho irritante.

Eu ainda conseguia ver o sorriso de Rose se desfazendo, seus olhos perdendo o brilho e a dor da rejeição reverberar por eles. A cada segundo que permanecia com os olhos fechados, eu tinha sua imagem presa em minha cabeça. Me atormentando como um inferno. E a cada segundo passado no relógio, eu desejava ainda mais correr até ela, acalmando seu possível desespero pessoal. Queria deixar claro que não tive outra escolha a não ser fazer aquilo, queria pode explicar tudo.

— Sério, Jungkook, o que tanto mexe aí?

— Não te interessa — sem controle, por mais uma vez disquei o número que conhecia de cor, tentado a ligar para a garota dona do número. Os olhos da menor ao meu lado não me permitia fazer a ligação, então apenas voltava a bloquear o celular e ignorava a inquietação. Ou ao menos tentava. Nervosamente passei a mão por meus cabelos, desejando que a merda daquele relógio se mexesse, mas cada segundo se parecia com séculos.

— E se eu tomar essa coisa irritante de você? Vai me dar atenção? — a garota atrapalhou meu campo de visão jogando os cabelos sobre a tela do celular

— Faça isso e você perde a mão — percebendo que não estava para brincadeiras, ela se ajeitou na cadeira ao meu lado. Sarang era irritante. Era hiperativa e sempre queria todas atenções presa em si. Não importasse de quem fosse. Essas era uma diversas razões pelas quais não suportava ficar muito tempo no mesmo lugar que ela. 

— Você não mudou nada. Sempre tão chato e fechado — Mesmo tendo o papel de irmão mais velho, eu fazia questão de ignorar esse cargo e ignorar ela. Só que ela fazia questão de tentar chamar minha atenção. Olhei ela de canto.

Apesar de não parecer, Sarang ainda tinha doze anos. Era uma criança. Demônio, mas ainda uma criança. Ela era filha de meu pai com sua atual esposa, mas claro que fazendo as contas de sua idade com a morte de minha mãe, cosntatamos que Sarang era fruto de uma vida de traição, que só foi descoberta depois da morte da minha mãe. Nada que não fosse esperado da parte do meu pai.

  — Quando vocês vão embora? — inclinando a cabeça para trás ela revirou os olhos por minha pergunta indelicada.

— Não hoje

— Quando?

— Quando papai resolver o que fazer com você.

— Então vai ser quando ele perceber que me matar é a solução — fez uma careta.

— Você fala como se ele fosse um monstro — às vezes por culpa de sua inteligência avançada, eu me esquecia que ela era apenas uma criança de doze anos que acreditava ter um herói como pai. — Comigo ele é muito bom — insistiu.

— É claro, sua mãe está viva — eu tentava me segurar, mas nem sempre conseguia. Aquela situação toda já me irritava, e ainda por cima minha cabeça não conseguia pensar em nada além de Rosellyn e o quanto ela iria me odiar. E esse estava sendo meu maior medo.

Não conseguiria ficar calmo até que me visse livre dessas pessoas e fosse até ela, me desculpando pelo o que fiz. Se bem que eu deveria ter lhe contado o que acontecia desde o começo, e não apenas tentado mantê-la longe dessa bagunça infernal que eu chamava de família. Impaciente com a demora me levanto, cogitando fortemente a ideia de fugir daquela sala.

— Não faça isso. Ele vai ficar irritado por você novamente ter fugido — avisou Sarang.

— Eu não me importo.

tweety • jjkWhere stories live. Discover now