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Eu não sei se minha vida tinha algum propósito nesse mundo, mas há alguns meses atrás comecei a questionar se meu verdadeiro propósito na bolinha azul não fosse matar, dolorosamente, Jeon Jungkook. O responsável por acabar com minha felicidade mal adquirida.

— Mas vice...

— Nada de mais, já resolvemos tudo, Jungkook irá participar do clube — era como se ela sentisse prazer ao repetir tais palavras. — A partir desse momento ele será problema seu.

— Eu me tornei presidente não faz nem duas semanas! E como de presente ganho ele?! — O citado estava bem sentado ao meu lado, mexendo em seu celular. Como se não ligasse para nada do que acontecia ali. Como se não, ele realmente não se importava.

— Rosellyn, Jungkook agora é trabalho seu, você me implorou para abrir aquele clube, agora arque com as consequências — quando tive a péssima ideia de fundar o clube de comportamento, não foi fundado com a ideia de cuidar de marmanjos metidos à Bad boy clichê.

Com raiva encaro minha cruz ao lado. Apesar de não estar demonstrando prestar atenção na coisa toda, em seus lábios um sorriso malicioso pendia. Jungkook me irritava desde que o conheço por gente.

Estudávamos apenas há quatro anos e meio juntos, e apesar de quase nunca termos conversado mais que duas palavras, eu tinha a certeza absoluta que o odiava. Cheguei a conclusão que ele só me irritava por existir mesmo...ah, e obviamente pelo o incidente de alguns meses atrás, onde sua mão acabou pegando onde não devia.

— Não me responsabilizo pela morte acidental dele — Murmuro voltando minha atenção à vice, que me encarou com um sorriso de quem não se importava.

— Não deixe vestígios então — e era isso, nem mesmo era levada a sério pela vice-diretora. Jungkook riu e por fim resolveu se mexer, colocou-se de pé e me encarou diretamente.

Sou seu karma. Agora vamos para aula, patricinha — pegou em sua bolsa e saiu da sala. Olho da porta para a vice, como se pedisse ajuda. Com a atenção presa na tela do computador ela apenas encolheu os ombros e mais uma vez sorriu, só que dessa vez um sorrisinho malicioso demais para meu gosto. Saio da sala batendo o pé e o sigo. .

— Não temos aula, aspirante a gangster — seguro na alça de sua bolsa, e o faço andar direção oposta da que ia. —Por ser membro de um clube estudantil, que de certo modo tem importância, temos passe livre para faltarmos às últimas aulas e resolver assuntos do clube.

— Nunca ouvi falar nisso.

— Já fez parte de algum clube?

— Não.

— Aí está sua resposta — ele sorria, seu sorriso me irritava. Ele todo me irritava.

Mas tá, apesar de ser um aspirante a bad boy de colégio, Jungkook não era bem assim. Ele, para os que realmente o conhecia, era alguém legal. Me irritava o fato de até mesmo os professores gostarem dele, enquanto eu era tachada como a puxa-saco.

Ao notar que aínda segurava a alça de sua bolsa, e ele nem mesmo reclamava por estar praticamente o puxando, paro subtamente e o encaro séria.

— O que fiz dessa vez?— Questionou sorrindo, e surpreendentemente, andando em minha frente, como se já conhecesse o caminho.

— Por que você é assim?

— Defina seu assim.

— Folgado — escapou sem mesmo ter percebido, mas sei que iria dizer de qualquer maneira. Ele riu.

— Já percebeu que a vice só permitiu esse clube porquê não teria você mais reclamando no ouvido dela?— Trocou de assunto. — Na verdade, tenho uma pergunta melhor, afinal o que raios um clube de comportamento faz?

— Nós tentamos, de alguma maneira, trazer etiqueta para o colégio, nossos pais não pagam caro nisso aqui para nos comportamos como animais — por alguma razão me encarou por cima do ombro. Seu olhar era incrédulo. — O quê?

— Primeiro, isso é uma porcaria. Segundo, você é a aluna mais barraqueira e problemática do colégio, quem em sã consciência teria coragem de participar de um clube onde você é a presidente?— Agora entendia seu olhar.

— Barraqueira? Eu? Quando?

— Semana passada você jogou um dicionário na cara de um aluno, só por ele ter te chamado de surtada.

— A história não é essa, e para me defender, o dicionário escorregou da minha mão e foi parar magicamente na cara dele — parou subitamente e me encarou.

— Você...— Deu uma longa pausa, como se procurasse a palavra certa a dizer. — Tem probleminhas — reviro os olhos e passo em sua frente.

— Achei que não voltaria mais, afinal o que a vice queria com você dessa vez?— Tânia foi dizendo assim que abro a porta da sala.

Todas as quatro pessoas descontraídas ali pararam seus afazeres no momento ao qual Jungkook se colocou ao meu lado na porta. Internamente acho graça do acontecimento, foi como cena de filme adolescente. O aluno bonitão e popular entrando na sala dos fracassados. Sem dizer nada, e me olhando com certo pavor, Tânia sinalizou na direção de Jungkook, pedindo por explicação.

— Somos um clube de comportamento e como presente do nosso primeiro mês inaugurados temos, contra minha vontade, um idiota como membro.

— Prazer, sou o idiota — Jungkook apresentou-se enquanto me encarava com provocação.

— Só para te deixar ciente, temos a regra dos três strike — cruzo os braços e lhe mostro minha irritação. Não era como se isso fosse resultar em alguma reação sua.

— O que seria a regra dos três strike? 

— Na verdade não existe essa regra, é só uma coisa que ela...—  Tânia começou, mas parou no momento ao qual jogo minha bolsa para ela pegar e se calar.

— Três strike, se você vacilar com o clube, infringir qualquer regra e a mais importante, me tirar do sério, por no mínimo três vezes — Seguro em sua jaqueta e o puxo para perto. — Está fora e eu acabo com sua vida, então resumindo, três striker, elimina os três e estará eliminado.

Por conta de ter o puxado ele estava perto, e fez questão de inclinar a cabeça, tornando-se ainda mais próximo. Seus olhos por segundos desceram até meus lábios. Abrindo um sorriso de canto ele voltou a me olhar diretamente.

— Me parece tentador, o que posso fazer para te tirar do sério?— Sua voz carregada de malícia causou em meu cérebro um certo baque. Foi quando notei sua intenção, ele pretendia me beijar.

— Se atreva a me beijar e eu acabo com você — infelizmente, sem muita intenção, minha voz foi baixa como a sua. Jungkook sorriu novamente, gostando do que acontecia.

Uma tosse falsa foi o bastante para que voltasse a me recompor. Empurro ele, e foco minha atenção no pessoal. A tosse falsa havia vindo de Yuri, que me encarava com diversos questionamentos.

— Então...?— Murmurou Tânia tentando conter um sorriso malicioso. Tenho vontade em lhe repreender pelo sorriso, mas apenas lhe mostro o dedo do meio e me recomponho.

— Jungkook, esses são Yuri, Tânia, Kris e Talles, seja pessimamente vindo ao clube de comportamento estudantil —  era minha intenção deixar sua convivência ali insuportável, para que ele então pedisse para sair.

Mas ao abrir de seu sorriso, um sorriso de quem gostou da minha falta de empatia, percebo que, talvez, provoca-lo daquela maneira não surtirá resultado algum.

Era isso, meu inferno com aquele garoto estava apenas começando.

tweety • jjkOnde as histórias ganham vida. Descobre agora